sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Venho do agreste

Venho do agreste:
Meu sotaque o denuncia.
Um pouco pra cá do sertão,
Antes do litoral.
Venho do agreste,
Nordestino da Bahia,
Filho de quem veio
Das terras do Piauí.
Venho do agreste,
Mas peguei o trem de Minas,
E consigo ter saudade
De queijo e de acarajé.
Venho do agreste
Quando a pele era macia,
Mas agora, esposo e pai,
Volto a quem me deu à luz.
Venho do agreste,
Das terras de Alagoinhas,
Cujo nome em diminuto
Guarda em si o mundo inteiro.
Venho do agreste,
Mas passei à Cidade Morena
Onde a filha, tão pequena,
Descobriu seu próprio mundo.
Venho do agreste.
Na verdade, meu coração é agreste:
Rude, indelicado e silvestre.

Um comentário:

  1. Valeu conterrâneo. Outro dia coloquei como vídeo favorito um clip da música de Gil - Lamento sertanejo - e escrevi que sou da África e do sertão.

    http://br.youtube.com/watch?v=Blgzu0r-OUk
    Abraços.

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