Quando eles se converteram a Jesus, saiu um peso das costas, do tamanho do mundo. Foi um alívio. Perdão de pecados, remoção da culpa, alegria indizível, posse da vida eterna. Nenhum sentimento poderia ser melhor, nenhuma decisão seria mais acertada, nenhum pensamento mais alvissareiro. E também ganharam uma família – a Igreja. O primeiro amor foi assim belo e tocante.
No entanto, com o passar do tempo, a coisa mudou. Havia regras tão rígidas que aquelas pessoas passaram a vigiar o comportamento das outras, e uma cobrança geral se estabelecera. Em vez do sorriso, agora eles têm uma caveira carrancuda na face. Os olhos são como os dos santos barrocos das igrejas de Minas, o olhar de censura constante. “Não pode isso, não pode aquilo” é o mote desse povo que pensa que a santidade é uma clausura.
Caminham no sentido oposto ao de Cristo – enquanto o Filho de Deus Se humanizou, eles se desumanizam. Jesus desceu, mas eles querem viver como se já não estivessem nesse mundo, como se alguma elevação espiritual os proibisse de manter contato normal com as pessoas chamadas “ímpias”, “incrédulas” ou “descrentes”. A santidade passa a ser um fardo, uma separação, não do pecado, mas das pessoas. Enquanto Cristo encarnou, Se contextualizou, tabernaculou, essas pessoas querem escapar ao convívio, aos problemas comuns.
Há as receitas prontas sobre o que é certo. Mas, e quando dá errado? E quando um casal cristão se separa? E quando um servo de Deus é vocacionado e não fala em línguas? E quando o filho do pastor comete sérios deslizes? E quando a igreja precisa confessar um pecado coletivo? E quando o pastor entra em depressão? Como resolver problemas humanos numa comunidade de não-humanos?
Parece que os santarrões foram salvos do amor, salvos da necessidade de cultivar a virtude do amor. Amar é difícil. Amar é uma arte. Amar é ser humano como Deus quis que Adão fosse. Jesus foi humano, na Encarnação, porque amou à imagem e semelhança de Deus. E o amor é não pecar contra Deus, conduzir-se de modo a guardar os mandamentos do Pai de boa vontade.
Jesus humanizou-Se, e como Ser Humano de acordo com o Plano de Deus, Ele não precisou pecar, pois o pecado não faz parte da verdadeira Humanidade. Mas isso só é possível por causa do amor incomensurável que tem no Seu coração divino.
O legalismo consegue furtar do coração a alegria da Salvação pela Graça mediante a Fé, colocando no lugar uma firme tristeza dos que se sentem culpados tempo todo.
Santidade, afinal, é o processo que vive quem, sabendo-se pecador, aceita a correção e a transformação pelo Espírito – não é, jamais, a capa de quem, cheio de remorso e culpa, finge que tudo está bem, e que pode carregar o peso sozinho. O nome disso é hipocrisia.
Saudaçoes Cristas!
ResponderExcluirquerido irmao estamos sentido a falta das postagens equilibradas e inteligentes no seu blog ! se mudou o endereço me passa ai!
www.exejegues.blogspot.com
Tenho sentido muito a sua falta...
ResponderExcluirÉ isso aí alex o legalismo é um câncer que destrói. Mas também há falhas graves naquilo que chamamos conversão - Perdão, remoção de culpa, alegria, vida eterna... Tudo isso diz respeito a nós - o que recebemos. Jonathan Edwards diz que se nosso louvor a Deus e alegria está alicerçado no fato de vermos como Deus nos valoriza - esta alegria é uma alegria em nós mesmos (nosso valor) e não em Deus. Aí nós acabamos abraçando o Evangelho e não abraçando Deus. O legalismo é fruto o orgulho humano - se a glória de Deus e sua beleza, for a única coisa que domine os nossos corações - o resultado será Contrição, humildade e certeza de que tudo é pela graã - "não vem de nós, mas é dom de Deus" - Sola Gratia
ResponderExcluirFinalmente alguém estabelece de maneira tão clara a diferença entre ser santo e ser hipócrita. Infelizmente há um número significativo "de irmãos e de irmãs" que vivem num lugar tenebroso, escuro,porque não sabem ser dizer santos ou, finalmente, se afirmarem os fariseus do século do XXI. Uma situação exclui a outra. Jesus disse: "Quem não é por mim..." (complete e pense).
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