Perde quem deseja o que não lhe convém.
Perde, pois o poço da avareza é fundo:
Por mais que se procure, o fundo não vem.
Perde quem bajula o chefe, que o mantém.
Perde quem inveja o dono dos haveres.
Perde quem ao pobre nunca diz que tem,
E quem conduz a vida por meros prazeres.
Quem perde quando só pensa em ganhar
É mais que pobre - é um miserável,
Porque, enquanto aumenta a sede do egoísmo,
Vai-se ressecando a alma do egoísta.
Que adianta o mundo abraçar
Se da própria alma não se tem domínio?
Que adianta o mundo levar
Se o bem da vida vai além do mundo?
A riqueza não vai, os bens, tampouco.
Na sepultura talvez umas flores...
E um cortejo chorando, quem sabe,
Por mais um que nesta vida era louco.
Loucura é desprezar o bom da vida.
Loucura é correr atrás do vento.
Loucura e sepultura se encontrando,
P'ra resultar num pobre lamento.
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