Ninguém me faz acreditar que seja correto uma congregação ter que enviar para a sua sede 80% (oitenta por cento) do que arrecada com suas ofertas e dízimos. Entendo que, se se trata de uma comunidade eclesiástica, o dinheiro deve ser empregado na satisfação de suas necessidades e na execução de seus projetos. Uma parte da arrecadação seria repassada à sede e eventualmente as congregações maiores ou mais abastadas ajudariam as congregações menores, tudo sob a administração da sede, segundo as carências verificadas.
Por isso, sou contrário às campanhas que inventam ofertas extraordinárias, a não ser quando se trata de despesas extraordinárias. E há que se ponderar sobre o que sejam essas despesas extraordinárias! Por exemplo, não concordo com a construção de templos enormes, suntuosos, quando sua construção demanda um esforço financeiro que está muito além do poder econômico da igreja e suas congregações.
Alguém dirá: “Irmão, mas a igreja é grande”. Sim, se a igreja é grande e precisa de um templo grande, ela poderá construir um templo grande com sua arrecadação normal. Se a igreja depende excessivamente de dinheiro arrecadado em campanhas, alguma coisa está errada. Se o povo é pobre, assalariado, não se pode exigir, com maior razão, uma contribuição extraordinária. Ninguém pode dar o que não tem.
É para mim motivo de tristeza e indignação ver que a injustiça começa na Casa de Deus. Ora, Salomão explorou seu próprio povo para construir o Templo em Jerusalém. Se o (a) leitor (a) estiver bem atento (a), verá que Deus jamais poderia concordar com a exploração dos pobres israelitas pelas mãos de Salomão.
Ainda que assim não fosse, é bom lembrar que o templo do Espírito Santo, no Novo Testamento, são os cristãos, os nascidos de novo. Já escrevi sobre isso aqui neste espaço. Não há a necessidade nem fundamento bíblico para construirmos templos como sagrados em si mesmos, porque sagrado é o corpo do regenerado, e não o prédio em que a igreja se reúne. É claro que tudo o que pertence ao culto cristão é consagrado a Deus, mas o verdadeiro santuário é o corpo do crente em Jesus Cristo. Essa teologia é fundamental para verificarmos se nossa relação com o prédio da igreja está correta ou não.
Será que desejamos imitar os romanos? Será que desejamos imitar a parcela neopentecostal com suas catedrais, com seus templos-maiores, com seus complexos prediais que mais parecem uma ostentação pagã? A que custo são colocadas as pedras dos grandes templos? Será que Jesus Cristo realmente se alegra com nossos templos gigantes? Será que o Nome do SENHOR é glorificado quando pobres viúvas e senhores desempregados se sentem culpados por não ajudarem com um saco de cimento ou com os carnês mensais de contribuição?
Você mexeu num vespeiro... Ferroadas à parte, concordo com as colocações. Eu iria além - já percebeu como Jesus nos mandou orar, com respeito à Seara? Ele não disse "Rogai ao Senhor da seara que envie DINHEIRO à sua seara" mas "que envie TRABALHADORES"... A obra de Deus, feita no modo e no tempo de Deus, certamente terá, da parte de Deus, o suprimento. Sim, ele usa pessoas, mas creio que muitas cobranças feitas "ad nauseam" no meio evangélico podem, no fundo, brotar de falsas nec
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