Este é o primeiro post de 2011. Assisti à cobertura da posse de Dilma Rousseff no cargo de presidente da República, com a consequente despedida de Lula. Seguem algumas impressões:
Lula foi exaltado por Dilma em seu discurso no Congresso. Era de se esperar, já que se fomenta no Brasil um caminho de mitificação e mistificação em torno desse homem que ocupou a presidência por oito anos. Falou de sua "sabedoria", e depois no discurso no Parlatório voltou a falar de um Lula mítico, líder popular que, segundo ela, foi o maior da história, generoso, transformador. Mais do que as instituições, Lula foi enaltecido como o pai da história. É certo que Dilma lembrou, sem citar nomes, de que os antecessores deixaram sua contribuição, mas não houve menção mais firme desse aspecto.
O pronunciamento no Congresso, como era previsível, foi mais denso que o do Parlatório, com passagem por temas como a economia, a reforma política, as pequenas e micro empresas, o meio ambiente, a liberdade de imprensa, de culto e de religião, as regiões brasileiras, o desenvolvimento, o combate à pobreza. Mas tudo me pareceu uma tímida promessa de continuidade gerencial, sem reformas profundas. É como um terceiro mandato de Lula, que deu intensas demonstrações, nas últimas semanas, de que gostou demais do poder.
Dilma disse não se arrepender de nada do que fez em sua atuação política, e isso inclui nitidamente o fato de ter se engajado na guerrilha, quando participou da POLOP (Política Operária), COLINA (Comando de Libertação Nacional) e VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária, junção da Vanguarda Popular Revolucionária, de Carlos Lamarca, com a COLINA). Assim, a nova Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, que passou as tropas em revista hoje mesmo, não se arrepende de ter sido guerrilheira.
Já nos livramos, pelo menos, da falta de sobriedade de Lula em suas falas quase diárias.
Agora, como se comportará o Lula ex-presidente, sem poder e sem a popularidade avaliada constantemente? As bobagens que ele falar daqui para frente serão analisadas com critério?
E quanto a Dilma? Irá governar com sua mente política ou se deixará dominar por Lula, PT ou mesmo PMDB?
Só o futuro dirá. Espero que a nova presidente ao menos cumpra a Constituição.
2 comentários:
Que obedeça à constituição, e que o povo de Deus ore por ela. Não votei nela, mas oro e espero que seja bem-sucedida.
Só outro comentário - infelizmente, os ministros escolhidos por ela já começaram a abrir a boca e a falar besteiras - na verdade, a falar o que pensam, e, como esperado, nada mui salutar... A ministra Maria do Rosário (aquela que proibiu pais de disciplinarem seus filhos fisicamente, em frontal discordância com a Palavra de Deus) - sim, ela já disse que vai cumprir o PNDH (famigerado plano nacional de direitos humanos), que se propõe a descriminalizar o aborto, a aprovar uniões e adoções gays etc. E o da justiça, bem, ele disse que Lula agiu corretissimamente ao não extraditar o terrorista Battisti. O que mais dirão os demais? O que se pode esperar do ministro do turismo, aquele que cometeu um "erro" e, depois de descoberto - só depois - disse que ia ressarcir os cofres públicos - erro de pagar uma festa num motel com dinheiro público. É triste. Começa mal. Ela (Dilma) até que não tem falado tantas besteiras, mas os ministros que têm, infelizmente não nos animam. Seja como for, a nossa obrigação é de orar por ela, por eles todos, tendo ou não votado neles. É ordem de Deus, para o nosso bem. Mas que os primeiros dias do governo desanimam, desanimam.
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