segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Por que não existem partidos de direita no Brasil?

No Brasil é feio ser de direita. Poucas pessoas se identificam como politicamente conservadoras. Minha geração foi aluna de professores esquerdistas, de orientação marxista, socialista. Tudo o que era ruim no Brasil vinha da direita, e tudo o que poderia haver de bom seria coisa da esquerda, do progressismo, das ideias supostamente libertárias, transformadoras e democráticas dos esquerdistas.
Essa rejeição e essa ignorância quanto à direita devem ser fruto de uma combinação funesta: a recente ditadura militar (1964-1985), associada à direita, e a ideia de que um país cujo povo é tão socialmente desigual tem de ser necessariamente de esquerda.
O PT nasceu em 1980 empunhando a bandeira da justiça social e da ética, e foi caracterizado - hoje se sabe que erronamente - como um partido honesto e benfazejo. De um lado, o PT, defensor dos fracos e oprimidos, dos trabalhadores e pobres, das mulheres e camponeses, dos índios e negros, dos menores e das vítimas sociais, tendo como apoiadores históricos (e pequenos) o PSB de Miguel Arraes e o PCdoB; do outro lado, os demais partidos, todos por ele considerados retrógrados, fisiologistas, oligárquicos, obscurantistas e "conservadores" - desses os principais vieram a ser o PSDB, o PMDB, o PP (antigo PDS e PPB) e o PFL (hoje DEM).
Certo é que a maioria dos partidos brasileiros não tem nenhuma ideologia determinada e precisa. São turistas do poder. 
Qual a ideologia dos seguintes partidos: PMDB, PR, PTB, PTN, PRTB, PTdoB, PHS, PSC, PRONA, Solidariedade, PSD (o kassabista, não o de Kubitschek)?
Os esquerdistas são conhecidos: PT, PV, PPS, PSB, PCB, PCdoB, PSOL, e os minúsculos PSTU, e PCO. Eu incluo aqui o PSDB, que - atenção! - não é de direita, senhores! O PSDB é de centro-esquerda, é social-democrata! Nenhum tucano quer ser chamado de "conservador", e o PSDB fica triste porque o "progressista" que está no poder é o PT, e não ele, que se considera tão avançado e moderno.
O DEM seria de direita? Não! O PFL, ao mudar de nome em 2007 para "DEM", pensou em se mostrar como "liberal", pregando a redução de impostos e coisa e tal, o que pode ser tido como bandeira do liberalismo econômico, mas não tem coragem nem vontade de defender valores conservadores. O DEM é no máximo um partido centrista.
É preciso partir para uma discussão de valores: indivíduo; família; liberdades públicas; mérito; iniciativa; empresa; redução da carga tributária; redução do Estado; eliminação do paternalismo; redução da maioridade penal - sei que não passou na Comissão de Constituição e Justiça, que pena - lei e ordem; fundamentos econômicos ortodoxos; política externa não filobolivariana; eliminação do antiamericanismo; apoio a Israel; política indigenista racional; respeito à ordem jurídica; eliminação das cotas sociais e raciais (quimera!). Precisamos de uma discussão franca e intensa sobre VALORES, e não sobre quem gerencia melhor esse modelo pesado, arcaico e social-democratizante herdado da Constituição de 1988.
Quem é de direita não fala somente de aborto ou casamento gay - embora esses temas também sejam relevantes. Quem é de direita fala de valorização das tradições, costumes e convenções sociais; princípio de autoridade; racionalidade; padrões morais absolutos e universalmente aceitos; direito natural; meritocracia; liberdade individual e familiar contra a intromissão abusiva do Estado; segurança jurídica; previsibilidade e estabilidade nas relações sociais; combate à criminalidade; Estado como garantidor de um espaço público comum a todos e de uma esfera individual livre de ingerências indevidas.
Não tenho medo de dizer que sou de direita, sou conservador. Pena que sejam poucos no Brasil.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Quando morre um país

Autor: Alex Esteves

Assim como nasce um dia,
Emancipado ou descoberto,
Pode um país morrer,
E conhecer o chão do inferno.

Pode um país deixar a vida,
E ainda assim ficar de pé,
Como vivesse, mas estando morto,
Qual escultura de quem já não é;

Qual múmia do Antigo Egito,
Testemunha morta de vidas que foram,
Cujos palácios, tintas e pedras
Dizem que houve algum passado e glória;

 Qual zumbi que anda pelas ruas,
Monstro da morte, retrato da dor,
 Falto de esperança, pobre de tudo
Carente de amor, solto no mundo.

Não parece o mesmo, tão desfigurado!
Não parece o mesmo, tão desenganado!
Não parece o mesmo, tão violentado!
Não parece o mesmo, tão dilacerado!


Melhor seria construir de novo 
A república, o estado, a nação;
Há que chorar, mas há que levantar do choro,
Pois o país é que morre - o povo, não.

 Mas há país que morreu e não foi pranteado
Porque dele se esquecem os que lhe tecem loas.
Ele está rondando e rodeando as ruas,
No corpo de gente, na voz de pessoas.

Há um país envelhecido, com cara de moço.
Há um país obscuro, contente ao sol.
Há um país envilecido por seu próprio esforço.
O país que morreu, o país que morreu.







 




 





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Gostaria de estabelecer contato com você. Talvez pensemos a respeito dos mesmos assuntos, e o diálogo é sempre bem-vindo e mais que necessário. Meu e-mail é alexesteves.rocha@gmail.com. Você poderá fazer sugestões de artigos, dar idéias para o formato do blog, tecer alguma crítica ou questionamento. Fique à vontade. Embora o blog seja uma coisa pessoal por natureza, gostaria de usar este espaço para conhecer um pouco de quem está do outro lado. Um abraço.

Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.