segunda-feira, 29 de junho de 2015

A verdade por inimiga

"Tornei-me", porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade"? (Gl 4.16).
Quem escreveu estas palavras foi o apóstolo Paulo, dirigindo-se às igrejas da Galácia. A ameaça, àquela altura, como se pode constatar da própria Epístola, era o movimento judaizante, segundo o qual os crentes gentios precisariam praticar ritos judaicos a fim de receber a salvação em Cristo. Paulo considerou tal atitude como uma tolice e um retrocesso.
A pergunta retórica de Paulo vale para qualquer situação em que a mensagem do Evangelho depara com heresias e recalcitrâncias: os ministros de Deus tornam-se inimigos dos leitores/ouvintes pela exposição da verdade?
Em todos os tempos, a verdade doeu. Em todos os lugares, a verdade dói. Em algum lugar, neste momento, alguém está a ouvir o que não gostaria. Mas a verdade precisa ser dita, e a luta em sua defesa é tão renhida contra a luta em seu desfavor.
Na Modernidade, com sua pretensão científica, racional e filosófica, os homens imaginaram descobrir a verdade a partir da experiência, do método e do rigor cartesiano. A Razão seria a luz das luzes. Tudo o que não pudesse ser provado, medido ou repetido careceria do status de verdade. Assim, temas da religião e outros objetos não verificáveis eram vistos com suspeita.
Nestes dias pós-modernos, porém, tem havido um tipo especial de rejeição à verdade: fala-se em relativismo e pluralismo. A verdade relativa dependeria da situação, do lugar, do tempo, das pessoas envolvidas. E, na ótica do pluralismo, haveria muitas verdades, todas igualmente aceitáveis. Nesse contexto é que se fala em pluralismo religioso e multiculturalismo, aceitando-se como válidas diferentes manifestações culturais, ainda que contrárias aos direitos humanos, à dignidade da pessoa humana!
Fala-se muito hoje em "tolerância", "intolerância religiosa", "ecumenismo", "diversidade", mas o que está por trás dessa agenda inclusiva e pluralista é, sim, a intolerância para com a verdade
Os proponentes dessa ideologia confundem divergência e dissenso com intolerância, e querem, ao fim e ao cabo, um pacto de não discussão e de não persuasão. O que eles querem é estabelecer "suas verdades".
É loucura defender o pluralismo, pois, apesar de supostamente existirem muitas verdades, haveria pelo menos a verdade absoluta de que existem muitas verdades..., o que é tautológico. Logo, tem-se uma contradição intransponível.
As pessoas relativistas e pluralistas têm horror à verdade. Elas querem muitas verdades para que não tenham de se comprometer com nenhuma delas. Essa é, aliás, uma das características deste tempo: a religiosidade (espiritualidade) sem religião (instituição). Essas pessoas, que são inúmeras, influentes e representantes do zeitgeist (espírito da época) almejam viver ao seu bel talante, e para isso não querem ser importunadas com a lembrança de que pode existir uma verdade absoluta.
Para todas essas pessoas, a verdade se torna uma inimiga, e seus expositores, uns chatos, radicais e bitolados. 
Dentro das igrejas evangélicas brasileiras isso já está a ocorrer. Tanto o Liberalismo Teológico como o Pseudopentecostalismo ("Neopentecostalismo") relativizam as Escrituras Sagradas, crendo no que lhes convêm. Aqui também recordo das "igrejas inclusivas" e "igrejas contemporâneas", que casam e ordenam homossexuais em nome de um suposto amor, quando estão, na realidade, menosprezando frontalmente a Palavra de Deus, que têm por inimiga.
A verdade pode ser dura, mas é vital. Não a tomemos por inimiga, mas como aquela que poderá nos libertar.


terça-feira, 16 de junho de 2015

Minha identidade estética


No mundo criado pelos progressistas cada um será o que quiser: homem, mulher, bissexual, transsexual, travesti, transgênero ou assexuado; branco, negro, mulato, pardo, índio, amarelo, vermelho ou colorido; rico, muito rico, milionário, pobre, classe média ou remediado; inteligente, pouco inteligente, gênio, burro, idiota, louco de todo gênero ou imbecil; bonito, lindo, feio, bonitinho ou assustadoramente horripilante.
Ser o que quiser será um direito fundamental e universal da pessoa humana, garantido pela Constituição e pelas Nações Unidas.
Eu, por exemplo, reivindicarei o direito de ser bonito, porque é assim que eu me vejo desde criança. Essa é a minha identidade estética. Eu sempre me achei um sujeito verdadeiramente bonito. Sou culturalmente, ideologicamente e sociologicamente bonito. Não perco para nenhum Brad Pitt, George Cloney ou Robert Redford. E, ainda por cima, tenho a elegância de um Raul Cortez e o charme de um Sean Connery. Esse sou eu.
Para a minha formação psíquica contribuiu decisivamente a minha genitora, para a qual eu sou muito parecido com o ator Marcelo Anthony. Bem, é minha mãe quem diz isso, e eu considero mais a minha mãe do que qualquer espelho! Quem vai dizer que a mãe vale menos que um pedaço de vidro?
Irei aos tribunais, se for preciso, para garantir o meu direito de ser considerado bonito, e sei que algum juiz progressista me apoiará, com parecer favorável do Ministério Público, pois a identidade estética é um direito difuso.
A identidade estética me garantirá uma série de benefícios constitucionalmente previstos: receber elogios frequentes; sair bem em todas as fotos; não ouvir brincadeiras que agridam a minha autoconsciência estética; não ouvir o comentário (comum) de que felizmente meus lindos filhos puxaram somente à mãe.
Assim estarei livre de discriminação e preconceito por suposta feiura, e levarei uma vida de acordo com a maneira como me enxergo, pois o que vale é a identidade, a autoimagem, o retrato de si para si mesmo.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

“Uma grande obra em sua vida” (pequeno conto)

Alfredo era um crente bem doutrinado de formação pentecostal. Ele sempre achou que nascera com uma estrela na testa, uma missão e muitos talentos.
Nosso personagem aguardava o grande dia em que seu nome seria conhecido e reconhecido em todo o mundo. Não sabia como isso aconteceria, nem quando, mas tinha noção do seu lugar especial e singular na história.
Certo dia Alfredo ouviu uma profecia que disse: “Deus tem uma grande obra em sua vida”. Assim mesmo, de modo bem genérico. Essa foi apenas a primeira de muitas visões, sonhos e profecias dirigidas a sua pessoa, em diferentes lugares, e por diferentes irmãos na fé.
Alfredo pensava grande. Seria pregador de multidões, cantor gospel, pastor midiático? Construiria um templo suntuoso? Lançaria best sellers? Levaria a Palavra a nações distantes? O que seria daquele mancebo de qualidade?
Sendo pentecostal, Alfredo não era calvinista, mas se achava predestinado.
O tempo passou calma e silenciosamente...
Com a islamização sorrateira do Brasil, líderes muçulmanos e terroristas se instalaram em berço esplêndido, e, com apoio da imprensa esquerdista anticristã, anti-Israel e antiamericana, parlamentares conseguiram aprovar uma sharia à moda brasileira, proibindo a pregação contra o Islamismo.
Além disso, em nome do multiculturalismo, um dispositivo do Código Penal, precedido de jurisprudência nesse sentido, passou a considerar como estado de necessidade o direito de o muçulmano matar a pedradas aquele que profanasse o nome de Alá ou de Maomé, bem como quaisquer dos ensinos do Corão e das tradições islâmicas. Estava em jogo a liberdade religiosa do Islã, considerando a cosmovisão dos muçulmanos e a dignidade da pessoa muçulmana.
Num claro domingo de sol, Alfredo, já consagrado a diácono, mas ainda anônimo, foi à praça pública pregar o Evangelho perto de uma mesquita. No meio da pregação, disse que só Jesus salva, e que o deus daquela mesquita era falso. De pronto, um cidadão lhe tascou uma pedra na cara, no que foi acompanhado por uns muçulmanos e também por uns não muçulmanos que por ali passavam, os quais foram movidos por ideologia, solidariedade ou simples desejo de fazer justiça com as próprias mãos, não importasse a causa.
Foram muitas as pedras homicidas. Alfredo morreu desfigurado. Seu nome saiu em todos os principais jornais, revistas e sites do Brasil. Deu no New York Times. Apareceu nos principais jornais do mundo.
Terá sido aquela a grande obra a que Alfredo fora chamado – morrer apedrejado para ensinar ao Brasil algumas lições acerca da liberdade de expressão, da liberdade religiosa e dos limites da tolerância.
E na morte Alfredo fez mais do que em vida.
[Obs.: por sugestão de minha esposa, esclareço que este é um texto de ficção...].

sábado, 13 de junho de 2015

Esboço de palavra ministrada no Espaço Jovem da Assembleia de Deus na Pituba

Segue o esboço da palavra que ministramos no Espaço Jovem da Assembleia de Deus na Pituba neste dia 13 de junho, entre 20h15 min e 21h. Não houve tempo para falar tudo isso - de fato, imaginei que exaurir este esboço nos cansaria a todos, também em virtude das muitas referências bíblicas -, mas aqui está o registro do que preparei. Espero que a juventude tenha aproveitado alguma coisa. 


RELACIONAMENTO CRISTÃO
("PRA FALAR DE AMOR")


Pb. Alex Esteves da Rocha Sousa

O tema é complexo e profundo (cf. Pv 30.18,19).

Abordagem sobre três pilares:
  • Sociabilidade.
  • Sexualidade.
  • Família.

SOCIABILIDADE, SEXUALIDADE E FAMÍLIA EM GÊNESIS:
1. Deus criou a sexualidade: “Homem e mulher os criou” (Gn 1.27, parte final); “Crescei e multiplicai-vos” (Gn 1.28).
2. A sociabilidade é inerente à raça humana: “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18, primeira parte).
3. A relação homem-mulher é de identidade e complementaridade: “Far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18, parte final).
4. A primeira declaração de amor surgiu em Adão:

21 Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne.
22 E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe.
23 E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.


5. A constituição e manutenção da família passa ordinariamente por autonomia em relação aos pais, união conjugal e intimidade sexual (Gn 2.24).
6. A culpa, a vergonha, os conflitos conjugais e a opressão da mulher vieram depois da Queda (Gn 2.25; 3.7-13, 16).

OUTRAS PASSAGENS PERTINENTES DO ANTIGO TESTAMENTO:
1. A dimensão interior (“Não cobiçarás”) sempre foi destacada (Ex 20.17).
2. O amor conjugal é valorizado na Bíblia (Gn 24.67; 29.20; Livro de Rute).
3. A integridade de José e Jó abrangia naturalmente o aspecto sexual (Gn 39.7-12; Jó 31.1).
4. Exortações de Provérbios contra o adultério (5.1-23; 6.20-35; 7.1-27; 9.13-18).
5. O Livro de Cantares de Salomão trata da sexualidade (Ct 2.15-17).
6. O Livro de Oseias aponta o relacionamento conjugal como um retrato do relacionamento com Deus (Os 2.1-7, 10, 14, 16, 19).

PASSAGENS PERTINENTES DO NOVO TESTAMENTO:
1. Considere a possibilidade do celibato (Mt 19.12).
2. Princípios para a condição de solteiro: a) pureza sexual; b) necessidade de atentar para a sua própria vocação quanto a permanecer solteiro ou se casar; c) necessidade de reflexão sobre as responsabilidades que o casamento implica (I Co 7.1,2, 7-9, 20,24-38).
3. Catálogos de vícios incluindo pecados sexuais (prostituição, adultério – Mc 7.21; orgias e impudicícias – Rm 13.13; impureza – I Co 5.10; impureza, adultério, sodomia, homossexualismo – I Co 6.10; prostituição, impureza, lascívia – II Co 12.21 e Gl 5.19; impudicícia, toda sorte de impurezas ou cobiça, conversação torpe – Ef 5.3,4; impureza, prostituição, paixão lasciva, desejo maligno, chocarrices – Cl 3.5; impureza e sodomia – I Tm 1.10; amizade com prazeres, mais do que com Deus – II Tm 3.4; escravidão de toda sorte de paixões e prazeres – Tt 3.3; impureza – Ap 21.8 e 22.15.
4. Exortação direta de Paulo (I Ts 4.3-7).
5. Os pecados sexuais (impureza, prostituição...) agridem o espírito e o corpo (I Co 6.12-20).
6. Judas, irmão do SENHOR, escreveu sobre a libertinagem dos falsos líderes (Jd 4).

ALGUNS CONSELHOS PRÁTICOS:
1) IRMÃO, PROTEJA SEUS OLHOS; IRMÃ, PROTEJA SEUS OUVIDOS.
2) ANTES DE COMEÇAR UM NAMORO, ORE AO SENHOR.
3) NÃO ESPERE A PESSOA PERFEITA.
4) ATENTE PARA O ASPECTO DA VISÃO DE MUNDO.
5) ANALISE COMO O (A) NAMORADO (A) TRATA OS PAIS.
6) NAMORE PENSANDO EM CASAMENTO.
7) EVITE BEIJOS E ABRAÇOS EXAGERADOS.
8) NÃO NAMORE DESCRENTE.
9) FUJA DE LUGARES SOLITÁRIOS OU ESCONDIDOS.
10) NÃO SE INFLUENCIE PELA MENTALIDADE DO MUNDO.
11) NÃO PROLONGUE DEMAIS A DURAÇÃO DO NAMORO.



sábado, 6 de junho de 2015

Não existe fundamento bíblico para o ministério pastoral feminino

Tem crescido a propaganda em prol da ordenação feminina ao ministério episcopal. Até a Assembleia de Deus, igreja pentecostal e teoricamente conservadora, já se vê assediada por esse risco, ao chamar mulheres de "pastoras", especialmente as esposas de pastores. A Assembleia de Deus do Distrito Federal, vinculada à Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB), decidiu ordenar pastoras em sua Convenção de 2011. A Assembleia de Deus do Ministério de Madureira já ordena pastoras há mais tempo.
A Igreja Presbiteriana do Brasil rejeita fortemente a possibilidade de ordenação feminina (vide a firme disposição do Rev. Augustus Nicodemus Lopes para esclarecer o debate), enquanto entre os batistas históricos (da Convenção Batista Brasileira - CBB) ainda não vi nenhum caso de "pastora". Mas os metodistas brasileiros consagram pastoras há bastante tempo. De toda maneira, parece que no Brasil essa tendência é mais acentuada em igrejas "neopentecostais", conhecidas por sua pequena adesão à Bíblia.
Baseando-me na Bíblia, quero demonstrar que essa é uma medida plenamente equivocada.
Primeiro, devo dizer que, na condição de cristão evangélico, creio na Bíblia como a Palavra de Deus inspirada, inerrante, autoritativa e suficiente (cf. II Tm 3.16,17; II Pe 1.19-21). É nas Sagradas Escrituras que fundamento minhas opiniões sobre fé e conduta.
Entendo, pois, que a Palavra de Deus não é nem pode ser machista, sexista, discriminatória ou preconceituosa, assim como suas proposições (declarações) e doutrinas não devem ser interpretadas como mero produto da cultura patriarcal da sociedade judaica.
Homem e mulher são diferentes e complementares, o que está claro desde Gênesis (cf. Gn 1.27; 2.23) e pode ser comprovado pela experiência e pela Biologia.
Homens e mulheres têm características distintas e que não devem ser desprezadas. Os homens são predominantemente inclinados à sistematização, ao pensar global, à liderança, à administração, ao passo que as mulheres se dedicam majoritariamente ao cuidado, às relações interpessoais, ao pensar local. Isso não significa que se devam tomar essas características para conduzir as profissões na sociedade, mas, diante dos postulados bíblicos, não posso olvidar que tais características lançam luz sobre a exclusividade masculina no ministério episcopal, a partir do Novo Testamento.
Num contexto social adverso para as mulheres em todo o mundo, a Lei de Moisés caminhou em sentido oposto e as valorizou. Esse é o espírito do texto do Pentateuco, no qual se reconhece o valor da humanidade em si, sem distinção de gênero (para utilizar expressão da moda). Mas cito o exemplo de Nm 27.1-11.
Um dos argumentos dos defensores da ordenação feminina é o papel de Débora como juíza e profetisa (cf. Jz 4 e 5), e aqui se está diante de uma contradição: se a sociedade israelita era tão machista e patriarcal - e estamos nos referindo ao período dos Juízes, mais de mil anos antes de Cristo -, o surpreendente é que uma mulher alcançasse tão elevado patamar, não? E, não obstante, o precedente de Débora jamais foi revisitado na Bíblia como fundamento para a ordenação feminina.
Nos casos de Rute e Ester, o que se tem é a valorização máxima da figura feminina: além de terem Livros Bíblicos com seus respectivos nomes, acharam posições de destaque, pois a primeira, mesmo sendo moabita, adentrou solene e brilhantemene à genealogia de Jesus (cf. especialmente Rt 4.13-22), e a segunda simplesmente cooperou para a salvação dos judeus (cf. especialmente Et 4.13-17).
Há outras mulheres destacadas no Antigo Testamento: Sara, Rebeca, Raquel, Ana, Jael, todas de carne e osso, com suas virtudes e defeitos, que entravam em conflitos familiares, ajudavam seus maridos na tomada de decisões certas e erradas, faziam preferência entre filhos, sentiam tristeza, oravam a Deus e, se necessário, metiam uma estaca na têmpora de um general... Mas, se por um lado tudo isso mostra o valor que Deus reconhece (ou confere) à mulher, nada disso foi suficiente para a ordenação feminina ao ministério episcopal ("pastoras", "bispas" e "presbíteras").
O Novo Testamento informa que Jesus chamou doze homens para serem Seus apóstolos (cf. Mt 10.1-4; Mc 3.13-19; Lc 6.12-16). Havia mulheres entre os inúmeros discípulos, e algumas serviam ao SENHOR com os seus bens (cf. Lc 8.1-3), mas nenhuma delas foi ordenada "apóstola".
Ninguém pode afirmar que Jesus teria sido preconceituoso ao não ordenar mulheres, pois Ele tratou a todos com igualdade e respeito, e chegou a escandalizar Seus contemporâneos ao comer e beber com publicanos e pecadores (cf. Mt 9.10-13; Mc 2.15-17; Lc 5.29-32), e ao dialogar com uma mulher samaritana, discriminada por ser mulher e samaritana (cf. Jo 4.1-42). Ora, se Jesus não foi preconceituoso, deve ter havido um bom motivo para não ordenar mulheres ao apostolado. Jesus tornaria bem cristalina a questão da ordenação de "apóstolas" se isso fosse correto.
O apóstolo Paulo escreveu que entre os requisitos para o episcopado estaria o ser marido de uma só mulher (cf. I Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). Em nenhum momento Paulo afirma que entre um dos requisitos estaria o ser casada com um só marido. 
Espanta-me ouvir crentes dizerem que Paulo seria machista! Se dissermos que Paulo foi machista ao escrever páginas das Escrituras, estaremos dizendo que Deus é machista - porque as Escrituras foram divinamente inspiradas - ou que algumas passagens bíblicas não foram inspiradas por Deus - mas é isso que os teólogos liberais ensinam há muitas décadas, e é isso que fundamenta, entre outras coisas, aberrações como a Teologia Gay.
Observem o perigo dessa propaganda em torno da ordenação feminina: adotar o mesmo substrato teórico do Movimento Gay, que hoje ordena ministros gays, celebra casamentos gays, planta igrejas para o público gay e quer nos fazer crer que Deus concorda com tudo isso. 
Se pudermos selecionar das declarações éticas, espirituais e ministeriais das Escrituras o que pode ser considerado cultural e o que pode ser considerado doutrinário, não haverá limites para a imaginação. Caminharemos ad infinitum.
Há motivos político-ideológicos (todos errados) para a ordenação feminina, o que é claro nos discursos dos seus defensores. Fala-se em igualdade, não discriminação, justiça, mas a Bíblia é deixada de lado, justamente porque a igualdade bíblica e a justiça bíblica nem sempre - ou quase nunca - estão em sintonia com o pensamento pós-moderno, que é relativista, pluralista, secularista e subjetivista. 
Não estou a afirmar que todas as pessoas que concordam com a ordenação episcopal feminina partiriam desses pressupostos, mas que a) não há fundamento bíblico para a ordenação pastoral feminina; e que b) a propaganda em prol da ordenação pastoral feminina é marcada por ideias próprias do pós-modernismo e especialmente da Teologia Liberal, que têm produzido heresias como a Teologia Gay e as tais "igrejas contemporâneas" e "inclusivas".
Sei que este texto não será palatável a muitos cristãos, o que de certo modo comprova o que estou a pensar sobre a nossa época.






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Gostaria de estabelecer contato com você. Talvez pensemos a respeito dos mesmos assuntos, e o diálogo é sempre bem-vindo e mais que necessário. Meu e-mail é alexesteves.rocha@gmail.com. Você poderá fazer sugestões de artigos, dar idéias para o formato do blog, tecer alguma crítica ou questionamento. Fique à vontade. Embora o blog seja uma coisa pessoal por natureza, gostaria de usar este espaço para conhecer um pouco de quem está do outro lado. Um abraço.

Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.