sábado, 30 de maio de 2015

Compadecer-se dos pobres

"O pobre é odiado até do vizinho, mas o rico tem muitos amigos. O que despreza ao seu vizinho peca, mas o que se compadece dos pobres é feliz" (Pv 14.20,21).

A Bíblia tem inúmeras passagens a respeito da compaixão, amor e justiça em favor dos pobres, tanto no Antigo como no Novo Testamento. O trecho de Pv 14.20,21, acima transcrito, é um desses muitos exemplos.
Compadecer-se dos pobres é uma virtude bíblica e cristã. O Conservadorismo Moral e Político também destaca o socorro voluntário aos pobres como algo necessário e valioso.
A esquerda (socialista, comunista, social-democrata) tem propalado a falsa noção de que somente os "progressistas" pensam no bem das pessoas menos favorecidas... Isso é bobagem e engodo.
A chamada "esquerda caviar" (radical chic, liberal limusine, gauche caviar) promove a si mesma como amiga dos pobres, mas quer que o Estado cresça e cuide deles, com uma visão distorcida do valor do trabalho, do direito de propriedade, da liberdade individual, das leis de mercado. E não é incomum ver esses esquerdistas de boutique enchendo as burras de dinheiro em nome da causa, desfrutando de tudo o que o capitalismo pode oferecer, enquanto falam mal dele e deixam de cumprimentar o porteiro do prédio e a diarista que moram na "comunidade".
Compadecer-se do pobre não é fazer da pobreza uma categoria social estática, uma bandeira política, uma plataforma eleitoral. Compadecer-se do pobre é ajudá-lo materialmente quando ele realmente necessita, e orientá-lo, se possível, a buscar uma vida melhor por meio do trabalho ou de algum benefício social ofertado àqueles incapacitados à atividade produtiva.
A Igreja cumpre um papel relevante na assistência aos pobres, embora sua missão primordial seja a evangelização. Igrejas não são organizações filantrópicas, mas podem criar entidades com esse fim ou exercer a responsabilidade social de muitas outras maneiras. É isso o que se tem visto em todo o mundo, onde existem igrejas cristãs.
Agora leia novamente Pv 14.21,22: não vês ali aqueles socialistas verborrágicos que se julgam defensores dos pobres, mas que nunca chegaram perto (mesmo) de um pobre de verdade? Não vês ali aqueles "burguesinhos" nascidos em berço esplêndido, mas que se vestem de revoltados nas ruas em favor de causas supostamente progressistas? 
Ora, o mundo está repleto de gente que despreza o vizinho pobre, bajula os ricos em mesas abastadas e depois vêm com aquela empulhação em nome do Bom, do Belo e do Justo. Não são apenas os conservadores que se chateiam com isso! Deus - e é o que se deduz de sua própria Palavra - anda chateado com essas besteiras.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Esboço de pregação na Assembleia de Deus da Pituba* (Salvador/BA)**

Segue o esboço que elaborei para a pregação na Assembleia de Deus na Pituba, ocorrida no dia 17 de maio de 2015:

Texto: Cl 1.13-23.

1. (v. 13) DOIS REINOS.
2. (v. 14) REDENÇÃO E REMISSÃO.
3. (vv. 15-20) PRECEDÊNCIA E PLENITUDE.
4. (vv. 21,22) SIGNIFICADO E FINALIDADE DA REDENÇÃO.
5. (v. 23) O QUE DEUS ESPERA DO REDIMIDO.


1. (v. 13) DOIS REINOS.

O reino das trevas.
O reino do Filho amado.
Deus Pai libertou-nos do império das trevas.
Deus Pai transportou-nos (=transferiu-nos) para o reino do Filho do Seu amor (=Seu Filho amado).

2. (v. 14) REDENÇÃO E REMISSÃO.

Redenção = remissão dos pecados. Resgate. Perdão.

3. (vv. 15-20) PRECEDÊNCIA E PLENITUDE.
  • A imagem do Deus invisível;
  • O primogênito de toda a Criação;
  • N'Ele, por meio d'Ele e para Ele foram criadas todas as coisas;
  • Ele é antes de todas as coisas;
  • N'Ele tudo subsiste;
  • A Cabeça do corpo, que é a Igreja;
  • O princípio;
  • O primogênito de entre os mortos [para em todas as coisas ter a primazia];
  • N'Ele reside toda a plenitude;
  • Ele veio fazer a paz pelo sangue da Sua Cruz (E) promover a reconciliação de todas as coisas com Deus, quer sobre a terra, quer nos céus;

4. (vv. 21,22) SIGNIFICADO E FINALIDADE DA REDENÇÃO.
  • Éramos estranhos e inimigos no entendimento, em razão de nossas obras malignas;
  • Fomos reconciliados no corpo da carne do Filho;
  • Fomos reconciliados mediante a morte do Filho.
  • Para que sejamos apresentados santos, inculpáveis e irrepreensíveis perante Deus.

5. (v. 23) O QUE DEUS ESPERA DO REDIMIDO.
  • Permanecer na fé, alicerçado e firme;
  • Não se deixar afastar da esperança do evangelho.

A Cidade de Colossos:
  • Região da Frígia, na Ásia Menor (Oeste da atual Turquia).
  • Chegou a ser uma cidade importante, rica e populosa.
  • Era próxima às cidades de Laodiceia e Hierápolis.
  • Situava-se numa estrada comercial que ligava a Éfeso.
  • Era uma cidade cosmopolita, repleta de gregos e judeus.
  • Sincretismo religioso, cultural e filosófico.
  • Influência de culturas orientais, gregas, romanas e judaicas.
  • Nos tempos de Paulo já não tinha maior importância.
  • Por volta de 61 d.C. sofreu um terremoto e não foi reconstruída.

A Igreja em Colossos:
  • Pode ter sido fundada diretamente por Paulo ou indiretamente, por meio de Epafras, que era de lá;
  • Paulo conhecia crentes da igreja, como Filemon.

As heresias:
  • Astrologia.
  • Gnosticismo.
  • Religiões de Mistério.
  • Judaísmo Helenístico.

A Epístola:
  • Data: 61,62 d.C.
  • Uma das “Epístolas da Prisão” (junto a Efésios, Filipenses e Filemon).
  • Cristologia.
  • Eclesiologia.
  • Escatologia.
  • Sacramentalismo.

CONCLUSÃO.

Cristo é o centro da mensagem evangélica e deve ser o centro da vida cristã.
Cristo é digno de glorificação.
Devemos conhecer a Cristo de acordo com Sua Palavra.
Devemos manter o evangelho tal como o recebemos.
Devemos afastar as heresias e o sincretismo.
Cristo não é mais um.
Cristo é Deus.

*A Assembleia de Deus na Pituba é dirigida pelo querido Pr. Ubirajara Rosas.
**Não utilizei todas as informações aqui registradas, principalmente da parte dedicada à Cidade, à Igreja e à Epístola, mas acrescentei considerações sobre Teologia da Prosperidade, Triunfalismo, Maldição Hereditária, "mistério", distorções da Batalha Espiritual, destacando a necessidade de glorificarmos a Cristo, apegando-nos ao evangelho que recebemos.


















sábado, 16 de maio de 2015

Lendo "Da Liberdade Cristã", de Martinho Lutero (1)

Pretendo dar maior atenção aos livros de que disponho, e um modo bastante enriquecedor e estimulante é resenhá-los, na medida do possível, e publicar essa resenha (crítica) na internet. Falta-me tempo, muitas vezes falta disposição, mas não me falta o interesse.
Decidi começar por um livro pequeno no tamanho, mas de grande valor em seu conteúdo: Da Liberdade Cristã, do reformador alemão Martinho Lutero, com suas ricas 48 páginas publicadas pela Editora Sinodal no ano de 1998, em 5ª edição.
Antes, porém, gostaria de pontuar mais algumas coisas. Há razões importantes para que estudemos Da Liberdade Cristã:
a) tem-se percebido, no Brasil e no mundo, crescente interesse pelas Doutrinas Reformadas, o que Augustus Nicodemus Lopes (1), em exposição divulgada no Youtube (2), associou ao chamado "Neocalvinismo" ou "Novo Calvinismo. Conquanto Luteranismo e Calvinismo sejam correntes distintas da Herança Reformada, Da Liberdade Cristã trata da salvação pela graça mediante a fé, algo que está no cerne do pensamento de Calvino;
b) esse recente interesse por autores reformados tem se acentuado entre cristãos pentecostais, especialmente jovens, que andam lendo, ouvindo e citando, por exemplo, John Piper, Paul Washer e o próprio Nicodemus;
c) é necessário conhecer os fundamentos, e Martinho Lutero tem a autoridade de quem divulgou, no dia 31 de outubro de 1517, as célebres 95 Teses!
Dito isso, passo ao livro, cuja tradução ficou a cargo de Walter Altmann (3), autor também do Prefácio, que resumirei a seguir:
De acordo com Altmann, Martinho Lutero redigiu duas versões dessa obra, uma em latim e outra em alemão.
A versão em latim foi publicada em português em 1989 no volume 2 das Obras Selecionadas, pelas Editoras Sinodal e Concórdia. 
A versão alemã foi a primeira obra de Lutero editada em português pela Sinodal, em 1959. Houve outras três edições antes dessa 5ª edição ora resenhada, as quais tinham a tradução de Leônidas Boutin e Heinz Soboll, com auxílio de Richard Wangen.
Optou-se por uma nova tradução do texto original, seguindo a edição crítica constante da WA 7.20-38 (4).
Walter Altmann observa que o título mais correto seria Acerca da liberdade da pessoa cristã - Von der Freiheit eines Christenmenschen -, sendo Da Liberdade Cristã derivado da versão latina, mas se resolveu manter o título há muito difundido no Brasil.
Altmann inicia o Prefácio afirmando que Da Liberdade Cristã deve ser "um dos mais importantes, senão o mais importante, dentre a volumosa obra escrita do Reformador Martim Lutero" (p. 3). Para endossar essa afirmação, cita o depoimento de Leonardo Boff (5), segundo o qual a obra é "um dos mais belos textos da tradição cristã" (p. 3).
Continua o Prefácio anotando que Lutero escreveu Da Liberdade Cristã no fim de 1520, já ameaçado de excomunhão pela Igreja Católica Romana e sob pedido de extradição dirigido ao Príncipe-Eleitor Frederico, o Sábio. 
Por sugestão sponte propria do emissário papal, Carlos von Miltitz, Lutero enviou o livro ao Papa Leão X com uma carta em tom pessoal, o que não lhe impediu a excomunhão no início de 1521 nem a proscrição do Império, alguns meses depois, pela Dieta de Worms.
Observo que, se o Papa Leão X chegou a ler o livro, a excomunhão e condenação de Lutero podem ser explicadas pelo fato de que o reformador protestante deixou ali registradas críticas severas ao sistema católico-romano, como será demonstrado oportunamente.
Nas palavras de Walter Altmann:
"Neste escrito Lutero expõe sua doutrina central de como o ser humano, em Cristo, é livre por ter sido justificado gratuitamente por Deus, mediante a fé, não carecendo para sua salvação de nenhuma obra própria. Com igual ênfase, porém, explicita como essa liberdade cristã leva inevitavelmente a incessantes boas obras, como disciplina do corpo e como serviço livre em favor do próximo, visando tão-somente a suprir necessidades deste" (p. 4).

Assim, temos aqui a discussão fundamental sobre a relação entre Fé e Obras e sobre a justificação pela fé somente. 
Continuaremos oportunamente.

(1) Augustus Nicodemus Gomes Lopes, paraibano, é pastor e teólogo presbiteriano, é ex-Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e autor de diversos livros, como O que estão fazendo com a Igreja? Atualmente pastoreia a Igreja Presbiteriana de Goiânia.

(2) Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=tmdvbeczK7o

(3) Walter Altmann é ministro e teólogo luterano. À época da edição em comento ocupava o cargo de Presidente do Conselho Latinoameriano de Igrejas (CLAI). Presidiu a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil de 2002 a 2010, e foi professor na Escola Superior de Teologia (EST), em São Leopoldo/RS, entre 1974 e 2002 (informações da Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Altmann).


(4) Weimarer Ausgabe (WA) ou D. Martin Luthers Werke: kritische Gesammtausgabe é uma edição crítica completa da obra escrita ou verbal, em latim ou alemão, de Martinho Lutero (informações da 
Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/Weimar_edition_of_Martin_Luther%27s_works).

(5) Realmente não sei por que motivo Leonardo Boff seria o mais autorizado a testemunhar em favor da obra do reformador protestante, mas as preferências teológicas e ideológicas de líderes luteranos brasileiros me fazem imaginar que isso decorra do alinhamento com a Teologia da Libertação, que entre os evangélicos adota o nome "Teologia da Missão Integral" ou simplesmente "Missão Integral". Esse é uma questão lateral neste momento, embora eu deva registrar que a Teologia da Libertação e a Teologia da Missão Integral sejam uma mistura naturalmente contraditória de Marxismo e Cristianismo.





quinta-feira, 14 de maio de 2015

Anotações de um apóstolo em seus primeiros dias seguindo a Jesus

Meu nome é Levi, mas também me conhecem como Mateus. Exerço uma profissão bem remunerada e pouco reconhecida: sou cobrador de impostos. Na verdade, minha classe é alvo de preconceito social, pois as pessoas pensam que somos necessariamente ladrões, e que traímos a Nação, porque o dinheiro cobrado vai para os cofres do Imperador romano, e eu recebo uma comissão por isso.
Dia desses ocorreu uma coisa totalmente diferente em minha vida. Obedeci ao chamado de Jesus de Nazaré. Ele me chamou quando eu estava assentado na coletoria, e não pude recusá-lo. Jesus, nosso Mestre, fala com autoridade, opera milagres, tem verdadeira compaixão, e multidões escutam as Suas palavras. Algo extraordinário está acontecendo por aqui.
Entre os muitos discípulos, o Mestre Jesus formou um grupo de Doze, ao qual eu também pertenço. Somos os Seus apóstolos, e sei que Ele nos está ensinando lições profundas e importantes.
O grupo é em sua maioria formado por homens simples e iletrados. Eu e Judas Iscariotes temos uma formação um pouco melhor. O próprio Mestre determinou que Judas fosse o nosso tesoureiro.
Simão, chamado Pedro, é pescador, assim como seu irmão André e os dois filhos de Zebedeu, Tiago e João. Simão Pedro fala bastante, e muitas vezes se precipita. Ele fala antes de pensar, é uma pessoa impulsiva, daquelas que numa reunião não conseguem ficar caladas. André, seu irmão, é diferente.
Tiago e João deixaram a empresa de pesca de seu pai para seguir a Jesus. São pescadores bem-sucedidos. João é ainda jovem.
Percebo que Jesus vai formando uma amizade mais estreita com Simão Pedro e os filhos de Zebedeu. Acho natural que isso aconteça.
Filipe, natural de Betsaida como Pedro e André, foi quem encontrou Natanael, também chamado Bartolomeu, e este se juntou ao grupo de discípulos após uma conversa com Jesus.
Como eu disse, temos um tesoureiro, Judas Iscariotes. Ele parece muito dedicado a cuidar do dinheiro que se vai arrecadando.
Há em nosso meio um zelote, chamado Simão, que até outro dia queria derrubar o domínio romano à base de luta armada... Imaginem... Um pequeno grupo armado venceria o poderio romano? Mas ele se rendeu ao Mestre. Quem diria? Eu, um homem do sistema, que dependo dos tributos cobrados do povo, trabalho ao lado de um ex-guerrilheiro... Jesus é capaz de tudo!
Tomé, chamado Dídimo, Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu são os demais discípulos. Essa é a nossa turma...
Que se cumpra em nossas vidas a Palavra do SENHOR!


Breve análise do credo da Igreja Universal do Reino de Deus

Segue uma breve e singela análise do "Em que cremos" divulgado no site da Folha Universal, órgão oficial da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). O credo é redigido em bom Português, mas sem tocar em aspectos importantes, como Igreja, dons espirituais, Céu e Inferno, anjos e demônios. 
Os trechos do credo vão em vermelho, e minha análise, em azul:
Há quase 4 décadas, a Universal expressa a sua fé e crença no Deus vivo. Com base na Bíblia, ela revela o poder que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em transformar e salvar vidas.
A Universal não se baseia na Bíblia, mas nas ideias do autoproclamado bispo Edir Macedo. Se ela se baseasse na Bíblia, não ensinaria a Teologia da Prosperidade nem adentraria ao Movimento Judaizante. E se Edir Macedo fosse bíblico não defenderia o aborto.
Após a criação dos seres humanos, Deus-Pai foi o Primeiro a se manifestar ao homem, ensinando-lhe como seguir e obedecer às Suas doutrinas. Esses ensinamentos foram seguidos por Abraão, Isaque, Jacó e tantos outros heróis da fé.
Infelizmente, o homem deixou que o pecado corrompesse suas atitudes. Assim, muitos se desviaram do caminho certo e passaram a seguir as trilhas do seu próprio coração. Mas Deus, na Sua infinita graça e manifestação de amor à humanidade, enviou Seu Único Filho para trazer a Lei e cumprir os Mandamentos Divinos.
O homem não apenas "deixou que o pecado corrompesse suas atitudes" - ele se corrompeu inteiramente. 
Não foram "muitos" que se desviaram do caminho certo, mas "todos" (Rm 3.23). 
Quem trouxe a Lei não foi o Filho, mas Moisés, que a recebeu do SENHOR no Monte Sinai.
O Senhor Jesus Cristo, o Deus-Filho, foi o Segundo a Se manifestar ao homem. Quando veio ao mundo, Ele sofreu, foi crucificado, morto e sepultado, mas ao terceiro dia ressuscitou. Desta feita, garantiu a Salvação ao homem e a libertação deste de todos os sofrimentos.
Jesus não garantiu a libertação "de todos os sofrimentos". Isso é ensino da Teologia da Prosperidade.
O Deus-Espírito Santo foi o Terceiro a se manifestar para a humanidade. Sua revelação é feita no coração. Assim, pode convencer o homem de seus pecados, mostrando, por meio da consciência, que uma pessoa pode errar, mas se houver um sincero arrependimento, Deus a perdoará.
"Errar" é eufemismo para "pecar".
Desde o início, a Santíssima Trindade age com poder e sabedoria, e até os dias atuais revela a Sua vontade por intermédio da Bíblia, que foi escrita por homens divinamente inspirados, como mostra 2 Timóteo 3.16-17: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra."
Mas o homem ou a mulher que tem a sua vida nas mãos de Deus só pode realizar a boa Obra quando se arrepende de seus pecados. E isso se dá por meio do batismo nas águas, realizado por imersão. Ali é sepultada a natureza humana, isto é, o pecado, e nasce uma nova pessoa, disposta a realizar a vontade de Deus na Terra.
O arrependimento não se dá por meio do batismo nas águas. O batismo é símbolo do arrependimento que já ocorreu. 
Batismo com o Espírito Santo
O batismo com o Espírito de Deus é um ato de graça e é realizado pelo próprio Senhor Jesus em todos aqueles que desejam ser purificados e também andar em santidade. Por isso, a Universal fundamenta a sua fé e crença exclusivamente na Palavra de Deus, na Bíblia Sagrada.
Neste ponto a Universal se distancia do pentecostalismo, segundo o qual o batismo com o Espírito Santo consiste em revestimento de poder evidenciado pela glossolalia.
Santa Ceia
Entre os eventos, a Santa Ceia é a cerimônia mais importante. Ela não representa apenas um símbolo da participação do corpo e do sangue do Senhor, e sim o fortalecimento da Igreja física e espiritual. Além disso, serve para uma renovação dos votos de aliança com Deus.
A Ceia iguala-se ao batismo nas águas em importância.
Dízimos e ofertas
A Universal também crê que os dízimos e as ofertas são tão sagrados quanto a Palavra de Deus. Os dízimos significam fidelidade, e as ofertas, o amor do servo para com o seu Senhor. Todos os que servem a Deus têm o direito a uma vida abundante. É o que o Senhor Jesus afirma no livro de João 10.10: “... Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” 
Reparem no absurdo: a Universal coloca dízimos e ofertas em paridade com a Palavra de Deus! A Igreja Católica equiparou a Bíblia à sua Tradição, mas a Universal, ainda mais ousada, equipara a Bíblia a dízimos e ofertas. É um verdadeiro acinte! O objetivo é pressionar as pessoas à contribuição financeira.
Para a Universal, o texto de Jo 10.10 sugere uma vida materialmente abundante, quando o texto se refere a plenitude espiritual, vida plena, qualidade de vida com Deus!
Enfim, a crença é que todos devem ter um relacionamento permanente com o Senhor Jesus pela fé e assim conquistar a vida eterna, a qual Ele prometeu a todos os que perseverarem até o fim."Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se Comigo no Meu trono, assim como também Eu venci e Me sentei com Meu Pai no Seu trono.” Apocalipse 3.21
 A Universal é um fenômeno intrigante e tipicamente brasileiro, que deverá ser estudado por décadas.

sábado, 9 de maio de 2015

O futuro regime do politicamente correto

No futuro, num regime politicamente correto, todas as pessoas serão iguais na boniteza, no carisma, na capacidade de comunicação, nas artes manuais, nos jogos de azar, nas artes marciais, na compleição física, na leitura dos Clássicos...
Desde a infância as pessoas serão religiosamente ensinadas que o mérito é apenas uma invenção burguesa. Não haverá competições nas escolas, porque será proibido ganhar do coleguinha. E serão extirpados dos colégios os dias comemorativos dos pais e das mães, para não haver constrangimento à criança cujos pais estão separados e não conseguem conversar nem sobre a guarda de filhos.
Todos terão direito à felicidade, a elogios, a promoções, a participações empresariais, a um carro do ano, a uma casa com piscina, a uma viagem bacana. O supérfluo será um direito fundamental constitucionalmente reconhecido.
As mulheres, todas elas, terão direito a ouvir aquelas frases generosas do pessoal da construção civil, e a pelo menos uma vitória em concurso de beleza. Será proibido o poema "Receita de Mulher", de Vinicius de Moraes - aquele em que o poetinha pede desculpas às feias, porque "beleza é fundamental".
Piadas deverão passar previamente pelo Controle Social e Democrático de Anedotas, a fim de não se ofenderem os acima do peso, os abaixo do peso, os homoafetivos, as pessoas com o crânio levemente avantajado e achatado, os portadores de nariz de comprimento superior ao nariz mediano...
As redes sociais serão monitoradas para que governos defensores do Bem, do Belo e do Justo não venham a ser achincalhados por coxinhas reacionários e fundamentalistas da elite branca paulista.
A Bíblia deverá ser lida e mencionada em lugares fechados, sem tentativa de evangelização, e sem discriminar as pessoas com palavras torpes como "pecador", "ímpio", "iníquo", "incrédulo", exceto se, nesses espaços reservados, a própria pessoa aceitar, no gozo de sua  liberdade, esses adjetivos dantescos.
Aquelas histórias bíblicas que registram guerras, assassinato, incesto, julgamento divino, regime patriarcal e opressão social deverão vir acompanhadas de notas explicativas sobre tudo o que o leitor precisa saber sobre temas universais, como sexismo, luta de classes, acumulação de riquezas, imperialismo, identidade de gênero e valor inerente ao Ser Humano, independentemente do credo em um deus. E ficará claro que o deus monoteísta é somente mais um entre tantos possíveis.
Os pastores não poderão dizer em público que homossexualismo (ops! "homossexualidade") é pecado, senão apenas em recinto fechado. O mesmo para aborto, eutanásia, divórcio, relações sexuais antes ou fora do casamento e outras práticas que ninguém será compelido a condenar se a lei não o fizer primeiro.
Nesse futuro totalitário em favor da Bondade e da Harmonia entre todas as pessoas, serão punidos aqueles que não se conformarem à Verdade Suprema do Plural, do Relativo e do Subjetivo. A morte será uma opção àqueles que, recusando-se a tudo o que é bom, preferirem a desumanização.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Doutrinação esquerdista nas escolas: um problema grave

Deparei hoje com um dos livros paradidáticos de minha filha, "Eu e os outros - As regras de convivência", de Maria Helena Pires Martins (Editora Moderna, 2001, 1ª Edição, 27ª impressão, 48p). Ao folheá-lo rapidamente, já me veio a suspeita de que precisava lê-lo por inteiro, o que fiz logo em seguida.
Antes é necessário dizer que minha filha tem 9 anos e estuda o 4º Ano do Ensino Fundamental. O livro será cobrado na prova de Língua Portuguesa.
Registro, ainda, meu espanto ao ver que as escolas têm precisado utilizar parte do seu tempo para tratar de regras básicas de boa educação, como cumprimentar as pessoas, dizer "por favor", agradecer, perceber que os mais pobres não são "invisíveis". Minha esposa e eu aprendemos isso em casa, e o ensinamos a nossos filhos. Mas entendo a preocupação das escolas, pois a falta de educação no Brasil é generalizada e distribuída por todas as classes sociais, a ponto de surgirem leis como o Estatuto do Idoso, o qual nos ordena um tratamento mais humano às pessoas da Terceira Idade.
De toda maneira, não aprecio de jeito nenhum o fato de governo e escola terem de se imiscuir - ou acharem que podem se imiscuir - em esferas próprias do ambiente familiar. O que me preocupa é a seara dos valores (seara axiológica), principalmente porque a) o governo petista é de uma esquerda autoritária; b) as universidades estão tomadas de professores de esquerda; c) a imprensa está tomada de jornalistas de esquerda; d) as igrejas têm sido alijadas do debate público, sob o argumento maroto de que o Estado é laico; e) os conservadores, religiosos ou não, são tidos como reacionários e obscurantistas; f) não há representatividade política para a expressiva parcela conservadora da sociedade brasileira.
Vamos, porém, ao que interessa:
O livro "Eu e os outros" toca em questões de Ética e Moral, e faz parte da série "Aprendendo a Com-viver", cujos títulos "apresentam temas de convívio social, ética e cidadania, oferecendo aos jovens um espaço de discussão a respeito dos valores que se encontram na base das ações morais e políticas do nosso tempo" (informações da contracapa).
Os livros da referida série são assim nominados:
"Qual é a graça? - O bom e mau do humor";
"A praça é do povo - Política e cidadania";
"Somos todos diferentes! - Convivendo com a diversidade no mundo";
"A bússola e a balança - Por um mundo mais justo";
"Preservando o patrimônio & Construindo a identidade";
"O prazer das compras - O consumismo no mundo contemporâneo";
"Paixão, amor, amizade - Relações afetivas na adolescência";
"Entre a espada e a palavra - Violência ou diálogo?"
"Viver em família - Reinventando os laços".
A partir dos títulos é possível imaginar que essa série não visa à formação ética, social e política, mas à doutrinação "progressista" ou esquerdista, disseminando entre crianças teses relacionadas a homossexualismo, "identidade de gênero", novos "modelos" familiares, crítica ao capitalismo, humor politicamente correto... Mas isso é apenas o que imagino... Agora, ao ler o título que temos em casa, o qual trata do campo moral e ético, descobri os seguintes trechos, que gostaria de comentar [com grifos acrescidos]:
  • "Não nascemos sabendo o que é bom e o que é mau, nem temos tanta certeza sobre o que os adultos dizem ser o certo e o errado. Sabe por quê? Porque essa é a tarefa de cada um de nós, a tarefa de construir nossa consciência moral para, assim, podermos agir por nós mesmos e não guiados pelos outros, e para nos transformarmos em cidadãos de uma sociedade democrática" [p. 4].
Sinto cheiro de relativismo moral e fragilização da autoridade dos pais. A construção da consciência moral de uma criança não pode ser tarefa exclusivamente sua, porque ela está em formação. 
É tarefa primordial dos pais ensinar a criança "no caminho em que deve andar" (Pv 22.6). A família dá formação, e a escola traz informação. Complementar e subsidiariamente, a escola oferece formação, mas essa função é primordialmente da família. 
Os pais têm uma cosmovisão forjada a partir de experiências acumuladas ao longo de milênios de história humana e também como herança de seus antepassados. A Civilização existe e não pode ser desconsiderada, com seus valores e tradições. Esse repertório não pode ser simplesmente desconsiderado pela construção autônoma de uma "consciência moral" infantil. 
Percebo, ainda,  uma insinuação contrária à ideia de verdades absolutas.
  • "O Guilherme me pediu um beijo. Estou morta de vontade de dizer sim. Fico curiosa para saber como é. Também quero poder contar para as minhas amigas que já beijei um garoto. Elas vão saber que eu não sou mais criança. O único problema é: eu não gosto dele. Será que deveria esperar por alguém de quem eu goste?" [p. 27].
Isso lá é assunto para um livro dirigido a crianças? É desse jeito que se deve abordar o tema? 
Eu sei que muitos pais gostam de terceirizar a educação de seus filhos, porque egoístas, irresponsáveis ou preguiçosos, e por isso o governo e a escola se veem na obrigação - ou mesmo no direito - de adentrar a campos que deveriam ser reconhecidos à família. Mas não concordo com uma abordagem tão precoce e sem conhecimento da realidade de cada família. Esses assuntos são muito pessoais e complexos para serem tratados à distância. 
Em vez de afastar a criança de um perigo, pode ser que o livro a aproxime de um mundo que ela jamais pensou existir.
  • "Acontece, entretanto, que algumas regras são injustas porque foram estabelecidas para favorecer somente um grupo, ou uma parte da sociedade e não ela toda [cita, com acerto, o caso do Apartheid]. (...) Outro exemplo é o da má distribuição de renda e terras em nosso país. Enquanto grande parte da população não tem condições dignas de vida, podemos considerar a acumulação de bens por parte de um pequeno grupo como sendo uma apropriação indevida (ou seja, quase um roubo) do que deveria estar dividido mais equilibradamente. Embora a acumulação de bens por parte dessas pessoas não seja ilegal, a legislação tributária que a favorece é imoral e injusta. Como vemos, apesar da obediência às regras ser uma necessidade social, devemos desobedecê-las porque elas são injustas com parte da sociedade. Liberdade é isto: é poder escolher entre vários caminhos, entre seguir uma regra ou não, é inventar alternativas mais justas diante de situações problemáticas" [pp. 39,40].
Depois a autora irá afirmar que as atitudes têm consequências, em virtude da relação liberdade-responsabilidade, mas a mensagem é clara: se você discorda das regras, não há problema em violá-las, desde que assuma a responsabilidade. Assim deve funcionar a cabeça de um black bloc da esquerda caviar, formado na escola do progressismo.
Estão presentes no trecho os elementos do marxismo, a sugerir que a economia seria, como diz Rodrigo Constantino, "um jogo de soma zero", em que os mais pobres são mais pobres porque os mais ricos são mais ricos. O problema todo residiria no capitalismo e na legislação tributária, que a autora menciona, mas sem dar pistas de que conhece.
A tática de citar o Apartheid  ao lado das regras de propriedade serve para transmitir a falsa ideia de que se trata de coisas semelhantes, algo que qualquer iniciado em estudos de argumentação poderia descobrir facilmente. Enquanto o Apartheid foi um regime nefasto de segregação racial institucionalizada, que atentava contra a dignidade da pessoa humana, as regras jurídicas que protegem a propriedade existem para a garantia do Estado de Direito. 
Não é desobedecendo às regras jurídicas que serão alteradas as condições econômicas e sociais. A própria economia tem suas normas, como o mercado, a lei da oferta e da procura, o valor da iniciativa individual, e nada no mundo poderá modificar regras inerentes ao dinamismo econômico.
O palavrório acima transcrito está em perfeita harmonia com o pensamento mais esquerdista dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e de todos os "coletivos" que defendem a superação do "Estado Burguês" e da "Democracia Burguesa".
Essas ideias estranhas são igualmente propaladas por certos juristas que, espancando o Direito, distorcem a função social da propriedade, o conceito de ocupação de propriedade rural, o garantismo penal, os direitos fundamentais. 
Sim, é desse modo que andam os cursos jurídicos no Brasil, ensinando relativismo moral, multiculturalismo, laicismo, doutrinas penais minimalistas, e todo um besteirol filosófico que se abebera de Jean-Jacques Rousseau, Michel Foucault e, no fim, Antonio Gramsci e Karl Marx.
Com livros como esse que ora comento, a criança vai sendo preparada para ouvir besteiras na universidade. Se optar pelas Ciências Humanas, a doutrinação esquerdista já terá sido solidamente estabelecida ao longo de todo o período escolar.
Parece-lhe que perco tempo ao ler o livro de minha filha e escrever este post? Eu prefiro "perder" esse tempo agora a perder contato com aquilo que a escola** lhe oferece, porque como pai essa responsabilidade é minha - de modo pessoal, inalienável e intransferível.
*A imagem da capa foi retirada do seguinte endereço: http://www.baeza.com.br/shop/index.php/livros-paradidaticos-5/eu-e-os-outros-as-regras-da-convivencia-maria-helena-pires-martins-editora-moderna-un.html
** A palavra "escola" é empregada aqui para designar a instituição social, e não a escola de minha filha em particular. Questões com a escola em particular a gente resolve particularmente.


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Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.