Ao acessar o blog de Reinaldo Azevedo hoje pela manhã, deparei com um post sobre a nova investida gay contra a liberdade de consciência e de expressão: devido à publicação, no portal da Mackenzie, de um manifesto presbiteriano sobre a lei da "homofobia" (PLC 122/06), convocou-se na internet um ato de protesto em frente à Universidade. É a patrulha gay fazendo barulho. Visitem o blog e leiam o excelente artigo do brilhante Reinaldo Azevedo.
Pesquisando no site da Mackenzie e acessando dentro dele o portal da Igreja Presbiteriana, li o manifesto, assinado pelo presidente do Supremo Concílio daquela Igreja, Rev. Roberto Brasileiro. O que havia feito o Rev. Nicodemus Lopes, chanceler da Mackenzie? Simplesmente havia publicado o manifesto em outro espaço, com uma introdução de sua lavra. Foi o suficiente para incendiar o movimento homossexual. Note-se que o reverendo esclarece tratar-se de orientação à comunidade acadêmica sobre o que pensa a Associada Vitalícia sobre o tema - a Igreja Presbiteriana é a Associada Vitalícia -, mas o Estadao.com publicou que se tratava de orientação à comunidade acadêmica contra o projeto de lei. Veja, então, como jornalistas podem perverter as coisas (http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,protesto-contra-lider-religioso-do-mackenzie-e-marcado-na-internet,641214,0.htm). Na Folha de hoje, um leitor diz que o chanceler da Mackenzie agiu "do alto de sua extrema ignorância". Começou, assim, o combate a Augustus Nicodemus, um homem sério, honesto, preparado e consciente, de quem tenho a honra de ser aluno num curso à distância.
Não vou admitir jamais que mordaças sejam impostas à minha liberdade de expressão. Abaixo, há o texto do reverendo na íntegra, o qual, infelizmente, saiu do ar no dia 18 de novembro, dada a polêmica. O protesto dos defensores da mordaça gay ocorrerá no dia 24.
É uma pena que o certo vire errado e o errado vire certo. Mas esse é o fim dos tempos.
"Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia
Leitura: Salmo
O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.
Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.
A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:
"Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.
Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, "desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher" (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).
A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.
Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo".
Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie"