segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Exemplos de texto ruim numa só matéria do G1

Tenho costume de ler textos de sites de notícias, como G1, Folha e Estadão, mas a quantidade de erros parece aumentar a cada dia. Creio que alguém vai ter de listar esses deslizes e mostrar que a qualidade das redações de jornal tem caído. Vejam só um exemplo que acabo de ver no G1, a partir de texto da agência Reuters:
O título é "Dezessete pessoas são encontradas decapitadas por festa no Afeganistão". A frase é ambígua, mal escrita, ruim mesmo. Por que não escrever "No Afeganistão, dezessete pessoas foram decapitadas por terem realizado uma festa"?
Na mesma reportagem, há uma frase pior: "No ultra-conservador Afeganistão, homens e mulheres não costumam se relacionar a menos que estejam em uma relação". Na realidade, em qualquer lugar do mundo as pessoas só se relacionam quando estão em uma relação.
Poderia citar outras coisas, mas fico apenas com mais esta: "Embora esses direitos tenham sido duramente recuperados, o Afeganistão continua sendo um dos piores lugares do mundo para ser uma mulher". Poderiam escrever que "o Afeganistão continua sendo um dos piores lugares para as mulheres".
Trata-se provavelmente de um  tradução...Mas precisava ser tão deficiente? Então os leitores de internet não merecem um tratamento melhor?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Carlos Ayres Britto, juiz ou poeta?

Carlos Ayres Britto, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), sintetizou muito bem, no Jornal Nacional de ontem, sua hermenêutica constitucional: ele analisa a tendência contemporânea, os anseios da população, e depois verifica se é possível encaixá-los numa tese jurídica. Foi o Ministro quem o disse.
Com esse método, o doutor Ayres Britto pretende "conciliar o direito com a vida", algo que poeticamente pode significar alguma coisa...
Em teologia nós chamamos isso de eisegese, que difere da exegese. Eisegese é a prática hermenêutica que consiste em interpretar o texto de acordo com os pensamentos do intérprete. Já a exegese leva em conta, mais do que tudo, o texto.
O que o Ministro Ayres Britto faz, na verdade, é acolher, não os anseios populares, como ele diz, mas, isto sim, as teses "progressistas" de seu gosto. Com efeito, sabemos que nem o casamento gay nem a legalização do aborto são anseios populares, mas o Ministro defende esses supostos avanços. É certo que no julgamento da ação concernente ao aborto de anencéfalos o STF não tratou do aborto como um todo, mas quem tem dúvidas quanto ao entendimento do citado julgador? E há ainda a legalização da marcha da maconha!
O Ministro aprecia um bom jogo de palavras, mas seu apuro jurídico não é o melhor - que o digam os não-índios expulsos da Raposa-Serra do Sol que hoje vivem em pobreza e dificuldades depois que o STF, com a terrível contribuição de Ayres Britto, decidiu pela retirada de não-índios das terras ocupadas havia décadas, ante a manutenção da demarcação contínua daquela reserva.
Todos os julgamentos polêmicos dos últimos anos tiveram a contribuição ruim do Ministro Ayres Britto, que amanhã será empossado presidente da nossa Corte Suprema. 
Caberá possivelmente ao Ministro presidir a sessão que julgará o Mensalão - se for julgado até novembro, mês de sua aposentadoria -, e a ação relativa ao território ocupado por índios pataxó no Sul da Bahia. Aliás, alguém arrisca como o Ministro julgará essa causa?




quarta-feira, 11 de abril de 2012

Aborto de anencéfalos

O Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando nesta quarta, 11 de abril, a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 54, ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS) a respeito da "antecipação do parto" quando se trata de fetos anencéfalos. Na verdade, esse é outro nome para aborto.
Primeiro, há casos em que crianças diagnosticadas com anencefalia sobrevivem por mais de um ano. Diante disso, os especialistas favoráveis à interrupção/antecipação do parto dizem que o diagnóstico de anencefalia foi equivocado. Então, se há a possibilidade de diagnóstico errado, não se deveria aplicar o princípio in dubio pro vita?
Em seu voto, o Ministro-relator Marco Aurélio Mello disse que o caso dos anencéfalos se aproxima daqueles em que há risco de vida para a mãe, e que isso justificaria a aplicação dessa excludente de ilicitude prevista no Código Penal, devido a danos psicológicos à mulher. Ora, danos psicológicos diferem muito de risco de vida!
Marco Aurélio Mello fez longa introdução falando de laicidade do Estado. Citou a frase de Jesus quanto a dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Incorreu, a meu ver, em grande confusão, pois esquece que a vida não é toda explicada por conceitos científicos. Há filosofia, ética, moral. Não se trata de mera religiosidade, mas de entendimentos metafísicos! Ou o STF vai olvidar que seu papel não é arbitrar sobre temas transcendentes? Pior do que isso: o STF está caminhando para consolidar uma visão laicista e materialista. Com o pretexto de ser laico, acaba abrigando uma postura secularizada, antirreligiosa.
Ontem assisti a um pequeno debate na TV Brasil sobre este mesmo tema. Os convidados eram os professores Lenise Aparecida Martins Garcia, da UNB e do Movimento Brasil Sem Aborto, e Thomaz Rafael Gollop, terrível defensor do aborto. O Dr. Gollop foi autoritário, arrogante. Interrompia a professora, chateava-se facilmente, e demonstrou autoritarismo intelectual ao evocar sua condição de geneticista. Ele foi um dos mais citados por Marco Aurélio em seu voto, com toda a qualificação possível. E o Ministro colocou as coisas de tal forma que é como se os contrários ao aborto fossem obscurantistas, medievais. Ele prefere Gollop.
Esse julgamento histórico e o debate Garcia/Gollop são extratos de um momento delicado, em que o pós-modernismo impõe sua cosmovisão. O liberalismo ético assombra. A ciência coloca-se num altar. Cuidado, Doutor Marco Aurélio: daqui a pouco, dirão os cientistas que não precisam mais de juristas. Seus conceitos e experimentos dirão o direito.



 

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Submissão na Família e na Sociedade

A mensagem evangélica é transformadora, revolucionária, e segue como uma inversão dos valores mundanos. Isto se vê especialmente em Ef 6.1-9, onde o apóstolo Paulo trata de alguns conceitos que constituem verdadeira contracultura em temas familiares, relacionais e sociais.
Esses conceitos são obediência, espiritualidade, justiça, honra, disciplina, admoestação, temor e tremor, serviço, sinceridade, vontade de Deus e equidade. Todos esses conceitos são extraídos do texto referido e constituem uma amostra do conteúdo cristão, o qual é necessariamente contrário às influências e contribuições do mundanismo.
A obediência e a honra dos filhos para com os pais são valores esquecidos em muitas famílias. Devido a falsas psicologias, ao pecado em si, tem-se violado o princípio da autoridade. Filhos "cheios de razão" acham-se iguais a seus pais em direitos, e não admitem receber reprimendas nem qualquer espécie de controle. O princípio de autoridade não serve apenas ao ambiente familiar, mas também às esferas social, política e eclesiástica. É lamentável que tantas pessoas se sintam constrangidas ou humilhadas diante de simples determinações a que devam obedecer.
Mas a Bíblia não fala somente aos filhos. Os pais devem evitar a provocação. Todos devem buscar a harmonia familiar, baseando-se em valores cristãos.
Os servos a que Paulo se refere eram escravos mesmo. Estamos tratando de um texto escrito há cerca de dois mil anos, quando havia o regime escravocrata em todo o mundo. Paulo exorta os servos a trabalharem como se estivessem servindo ao SENHOR, ao mesmo tempo em que os senhores deviam tratar bem aos seus servos. Que interessante! Em pleno regime de escravidão, Paulo exorta senhores de escravos a considerar seus servos como seus iguais, algo impensável naqueles dias.
A mensagem cristã precisa ser anunciada. Não devemos deixar que a influência maléfica do mundanismo adentre nossas famílias e igrejas com a irreverência, o liberalismo moral e teológico, o pecado em todas as suas facetas.
Se a Igreja não pregar a mensagem da submissão, quem pregará?
 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A greve parcial da PM baiana e a constante sensação de insegurança

Como têm noticiado os veículos de comunicação, desde quarta-feira, dia 01 de fevereiro, parte da Polícia Militar da Bahia entrou em greve e a situação se tornou muito instável a partir da tarde de ontem. Homens que, por serem militares, sequer poderiam fazer greve, bloquearam a Avenida Paralela, a mais importante da cidade, com dois ônibus sequestrados. Eles simplesmente fizeram com que os ônibus ficassem atravessados no meio da avenida e saíram com as chaves. Os passageiros tiveram de deixar os ônibus. Coisas horríveis ocorreram durante a tarde, a noite e a madrugada: arrastões em diversos bairros, grande quantidade de homicídios, desfile de policiais encapuzados empunhando armas de fogo, grave desordem pública...
O que está acontecendo aqui não é uma greve, mas terrorismo e chantagem.
Esses policiais amotinados ecoam a greve de 2001, e seu líder maior, Marco Prisco, fora expulso da Corporação por seu envolvimento naquela situação. Agora ele ameaça haver "derramamento de sangue" caso o mandado de prisão que tem contra si seja cumprido. Seu exército seriam 1.500 homens armados e acampados em frente à Assembleia Legislativa do Estado.
Causa indignação as autoridades falarem desse episódio como se fosse um caso isolado de insegurança pública. Dizem não admitir que um grupo de policiais promova essa sensação de insegurança, como se a sensação de segurança fosse uma constante. Na verdade, vivemos com medo aqui em Salvador. Essa greve parcial da PM traz um ambiente de pânico, de terror, de balbúrdia, mas o Governo do Estado é uma negação total nessa área. O número de homicídios é altíssimo. Tenho receio de andar pelas ruas do meu bairro a qualquer hora do dia.
Se o Sr. Jaques Wagner, que está no poder desde 2007 e é amigo do governo federal há mais de nove anos, não pode resolver essa bagunça, quem poderá nos ajudar? Chapolin Colorado? Onde está o dinheiro para fazer frente à política de segurança pública? Por que os petistas eram tão maravilhosos em seu discurso oposicionista e tão incompetentes quando governam?

sábado, 28 de janeiro de 2012

Evangélicos, preparem-se! Não alimentem a sanha petista!

O petista Gilberto Carvalho, Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República e homem de Lula, disse ontem, dia 27, no Fórum Social Temático, que é preciso disputar a classe emergente com os evangélicos. Li isso no blog do Reinaldo Azevedo, que transcreve uma reportagem da Folha.
Fiquei preocupado com essa declaração do Sr. Gilberto Carvalho. O que significa uma disputa ideológica com evangélicos em torno da Classe C? Olhem que ele disse isso quando falava da suposta necessidade de criar uma mídia estatal que vendesse à "nova classe média" uma ideologia distinta daquela transmitida pela imprensa. Trata-se, pois, da tentativa de "fazer a cabeça" das pessoas em favor dos ideais petistas.
Tenho receio de que essa investida não esteja distante. Já me preocupo com certos líderes evangélicos muito próximos a petistas. Sou terminantemente contrário àquela história de lançar candidatos "da igreja". Sou favorável a que votemos em pessoas compromissadas (a palavra é essa mesmo) com princípios éticos e familiares, mas creio que isso não deve conduzir à indicação de candidatos pela igreja. Ora, isso nunca deu certo! 
O que vemos é uma enorme bancada evangélica que não sai do "baixo clero". E quem são os políticos evangélicos mais importantes? São todos aliados do Governo: o baiano Walter Pinheiro, o baiano mas representante do Espírito Santo Magno Malta - cuja única bandeira conhecida é ser contra a pedofilia - e Marcelo Crivella, sobrinho dos pesos-pesados R. R. Soares e Edir Macedo. Na Câmara, todos os deputados evangélicos constituem o "baixo clero", com exceção do controvertido Anthony Garotinho, que, diga-se, também é aliado do PT no nível federal.
Tenho medo de que esse pessoal do PT comece a se infiltrar nas igrejas como líderes de Mocidade, professores, obreiros, pastores. Estou dizendo a verdade. À moda gramsciana, eles tomam o Poder por meio da cultura. Enquanto éramos um grupo menos numeroso e sem maior penetração social e política, eles nos relegavam a um plano secundário. Agora, somos ameaçados pela fala de um ministro que, vejam vocês, é o ideólogo dos petistas em termos de movimentos sociais...
Sinceramente, não sei como alguém que crê na Bíblia como sendo a Palavra de Deus consegue ser petista, porque isso implica em que ele tem de aturar a defesa do aborto, do casamento gay, das ditaduras comunistas, do assistencialismo, do controle das liberdades e da estatização da família. Como será que o senador Walter Pinheiro consegue conciliar tudo isso com seus princípios cristãos? Deve ser difícil. Deve ter crise de consciência todos os dias...
A besta do Apocalipse, aquela que "sobe do mar", não será, claro, nenhum monstro, mas alguém que, representanto interesses de dominação, influenciará as pessoas para a consecução de projetos políticos nada saudáveis. Não estou dizendo que esse ou aquele seja a besta, mas que ideologias estatizantes representam, sim, uma das feições do espírito anticristão, e que uma das formas de perseguição é a moral, ideológica, "neurótica".
Ocorre que em nossos dias a massa de líderes evangélicos se alinhou com o establishment porque isso satisfaz interesses menores, corporativos, fisiológicos, de igrejas locais e estaduais. Esse monstro poderá querer devorar-nos em busca de maior influência sobre a tal "Classe C".
Misturando política com igreja, muitos evangélicos poderão se arrepender de sua politicagem. Eu não vou gostar de conviver com isso, mas desde já preciso me preparar para a batalha ideológico-teológica.

domingo, 22 de janeiro de 2012

De volta!

Amados leitores, estou por aqui. Não aguentava mais ver o post sobre a Líbia como sendo o mais recente - faz tanto tempo... Creio que as preocupações da vida me fizeram deixar de escrever neste blog, que, acreditem, exige tempo e atenção.
A igreja tem sido para mim um lugar de um alegre e cotidiano trabalho. Estou dando aulas à Classe dos Jovens na Escola Dominical da Assembleia de Deus em Itapuã, além de compor a liderança da Mocidade e servir como vice-superintendente da Escola Dominical e do Departamento de Ensino - sem contar as funções próprias de um Auxiliar.  Neste mês de janeiro estou dando aulas de Escatologia no curso básico do Instituto dirigido pelo Pr. ROSIVAL MORENO.
Meu pastor é JOAQUIM MARQUES DOS REIS, a quem conheço desde criança, pois era um dos pastores na Assembleia de Deus em Alagoinhas/BA.
Não consigo escrever muito, não por falta de tempo, mas por estar devotado a outros pensamentos. De toda maneira, o blog me tem dado muitas alegrias, e agora no dia 24 de janeiro faremos quatro anos juntos. Isso mesmo: este blog tem quatro anos.
Não sei se o design anterior me desestimulou, mas, de toda sorte, decidi por um mais simples. Vamos ver como fica.
Estou por aqui. Ao trabalho!



Fale comigo!

Gostaria de estabelecer contato com você. Talvez pensemos a respeito dos mesmos assuntos, e o diálogo é sempre bem-vindo e mais que necessário. Meu e-mail é alexesteves.rocha@gmail.com. Você poderá fazer sugestões de artigos, dar idéias para o formato do blog, tecer alguma crítica ou questionamento. Fique à vontade. Embora o blog seja uma coisa pessoal por natureza, gostaria de usar este espaço para conhecer um pouco de quem está do outro lado. Um abraço.

Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.