domingo, 11 de maio de 2014

A Bíblia não é politicamente correta

Os aloprados do politicamente correto não nos deixam em paz: eles querem "o outro mundo possível" a partir de um controle da linguagem. As palavras perdem o seu sentido original e passam a significar o que eles querem. É a revolução comunista de Antonio Gramsci, a perversão do idioma, precedente necessário ao ápice revolucionário.
Assim, até mesmo instituições de Estado criam mecanismos de correção e aprimorameno da linguagem. Já quiseram praticamente censurar Monteiro Lobato por seu suposto racismo contra a Tia Anastácia - bem, vivemos o tempo em que Machado de Assis e José de Alencar são parafraseados para gente que não gosta de ler, e Lobato é tido como racista. Então, tire suas próprias conclusões sobre a nossa época.
Mas chego ao que me interessa neste momento: vislumbro o dia em que a Bíblia será censurada, porque a Bíblia não é politicamente correta. 
De fato, a Bíblia narra a história de um Deus Criador que resolveu destruir tudo por meio do Dilúvio, salvando uma família, e séculos depois enviou Seu próprio Filho para morrer pela Humanidade, não sem avisar que ainda haverá um Juízo Final sobre os pecadores que não aceitarem a Sua mensagem. 
Na Bíblia há registro de homicídios, guerras, sodomia, incesto, estupros, adultério, fome, peste, lepra (ops, hanseníase), apedrejamentos, traição, suicídio. 
O Antigo Testamento não é uma biblioteca para crianças - é preciso separar as histórias que podem ser contadas, e, ainda assim, com adaptações.
A Bíblia chama o pecado de pecado, e o atribui ao Homem (mulher inclusa). A Bíblia não pensa como Rousseau, para quem o homem nasce puro e a sociedade o perverte. A Bíblia não ensina que a causa de todos os males é a opressão econômica, como queriam Marx e Engels. A Bíblia não trata muito do Estado, mas do indivíduo, com seus pecados e angústias. Quando cuida de um povo ou das nações, a Bíblia tem em mira, na verdade, o Homem.
O politicamente correto não pensa que o pecado existe - chama-o de fraqueza, doença, tendência, falha, desvio de conduta, produto do meio, herança genética, psicopatia, fúria, influência da multidão.
Para a parte politicamente correta da Humanidade, Jesus Cristo não teria de morrer crucificado, porque isso é plasticamente feio e filosoficamente inaceitável. Para esses, Cristo deveria ter descido à Terra para oferecer Seu exemplo e Suas grandes ideias, contribuindo, assim, para a enorme teia universal de boas ações.
Pecado, vergonha, medo, submissão, morte, Cruz, tudo isso é antipático para o politicamente correto. Este deseja o que é "relevante", o que "dá certo", o que não separa as pessoas.
Sabem o que este mundo deseja? Nada de divisão, mas conciliação. Nada de verdade absoluta, mas relativismos. Nada de diálogo, mas dialética. Nada de guerra, mas diplomacia até com terroristas. Nada de religião, mas filosofia e ciência, apenas. Nada de valores familiares cristãos, mas novos modelos de família.  Nada de construção milenar, mas mudanças rápidas e banais todos os dias.
Não admira, pois, que tantas pessoas rejeitem a Bíblia. Ela não se encaixa neste mundo perfeito. A Bíblia foi escrita para um mundo imperfeito.

Um comentário:

João Armando disse...

Como sempre, muito lúcido seus comentários! Tomei a liberdade de compartilhar o artigo no meu perfil do Facebook.



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Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.