Vou chamar de "medíocres" alguns comentários que têm sido feitos sobre a tragédia ocorrida no Japão porque não quero ter de usar as palavras mais apropriadas...
Já li sobre o presidente da OAB do Acre, para quem deve ser difícil discernir entre os desaparecidos por serem "todos iguais". O ministro Carlos Lupi, do Trabalho, disse que o desastre vai acabar sendo "bom para o Brasil." E internautas escrevem suas bobagens.
Minha esposa descende de japoneses, e um de seus irmãos mora lá com esposa e filhos. Hoje, quando eu falava com ele ao telefone, houve novo tremor, que, segundo informação do Jornal Nacional, foi de mais de seis graus na Escala Richter (meu cunhado falou em 5 graus em novo telefonema). Bem, a sensação de falar com uma pessoa que está passando por um terremoto não é comum, certo?
A família da minha sogra veio de Fukushima, província onde está a usina com problemas, Fukushima I. Ainda moram parentes de minha esposa lá naquela província, mas em região montanhosa, aonde as pessoas estão indo se refugiar.
A educação, disciplina e organização dos japoneses são admiráveis. Apesar da fome e da preocupação, obedecem às filas e pegam apenas aquilo de que necessitam, pensando nos demais. Aqui no Brasil, qualquer caminhão de carga tombado é logo saqueado pelo populacho: dia desses, um caminhão de cerveja virou e foi assaltado de pronto pelos "populares". O que disse Raimundo Varela, da TV Itapoan/Rede Record? Que isso é a desigualdade social. Não, senhor Varela: isso é falta de educação! Não conheço furto famélico de cerveja (nem de combustível, pois o outro exemplo que ele deu foi o do saque ao trem descarrilado em Pojuca, no ano de 1983, seguido de uma explosão que matou muitas e muitas pessoas, que tomavam de assalto o combustível ali carregado).
Pensemos um pouco: se não conseguimos evitar apagões e se todos os anos acontecem as mesmas tragédias com enchentes e desabamentos, que conselho teríamos a dar a japoneses numa hora como esta? E como podemos acusá-los de frieza se essa "frieza" faz com que friamente edifiquem prédios inteligentes, criem sistemas de alerta contra terremotos e insiram em currículos escolares informações sobre prevenção de riscos?
Deveríamos ter vergonha da sociedade em que vivemos, em vez de falar mal dos outros. Somos mal-educados, egoístas, desorganizados, imprudentes, negligentes, corruptores e corrompidos, cheios de "jeitinho". Deitamos nesse berço esplêndido, bem no meio de uma placa tectônica, com tantas riquezas naturais, e não sabemos valorizar nosso território. Esquecemos de que a presidente, quando ministra e pré-candidata, prometeu que não haveria mais apagões, e que na semana seguinte nos brindou com apagão em 18 Estados! E que sequer vem a público pedir desculpas!!!
Olha, não vou listar as inúmeras vezes em que nossos líderes deveriam pedir desculpas públicas, porque aí o post não terminaria jamais. Estou deveras indignado com a fraqueza de caráter de tanta gente boçal que há no mundo...
Só mais uma coisa: eu sei que Jesus disse que um dos sinais de Sua vinda seriam os terremotos em diversos lugares...Minha gente: terremotos no território do Japão ocorrem desde muito antes de existir o próprio Japão...Eu vou falar claramente de terremoto como sinal da volta de Jesus quando tremer algum lugar que nunca tremeu. Por enquanto, perdoem-me a franqueza, terremotos no Chile, Califórnia, Japão e México são muito antigos...
Um comentário:
Essa de desculpar o saque a um caminhão caído como "desigualdade social" é o fim da picada. Se a carga ou o caminhão fossem dele, o que diria? A Bíblia parece não dar margem nem ao tal do "roubo famélico", quanto mais esse, de cerveja.
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