Como têm noticiado os veículos de comunicação, desde quarta-feira, dia 01 de fevereiro, parte da Polícia Militar da Bahia entrou em greve e a situação se tornou muito instável a partir da tarde de ontem. Homens que, por serem militares, sequer poderiam fazer greve, bloquearam a Avenida Paralela, a mais importante da cidade, com dois ônibus sequestrados. Eles simplesmente fizeram com que os ônibus ficassem atravessados no meio da avenida e saíram com as chaves. Os passageiros tiveram de deixar os ônibus. Coisas horríveis ocorreram durante a tarde, a noite e a madrugada: arrastões em diversos bairros, grande quantidade de homicídios, desfile de policiais encapuzados empunhando armas de fogo, grave desordem pública...
O que está acontecendo aqui não é uma greve, mas terrorismo e chantagem.
Esses policiais amotinados ecoam a greve de 2001, e seu líder maior, Marco Prisco, fora expulso da Corporação por seu envolvimento naquela situação. Agora ele ameaça haver "derramamento de sangue" caso o mandado de prisão que tem contra si seja cumprido. Seu exército seriam 1.500 homens armados e acampados em frente à Assembleia Legislativa do Estado.
Causa indignação as autoridades falarem desse episódio como se fosse um caso isolado de insegurança pública. Dizem não admitir que um grupo de policiais promova essa sensação de insegurança, como se a sensação de segurança fosse uma constante. Na verdade, vivemos com medo aqui em Salvador. Essa greve parcial da PM traz um ambiente de pânico, de terror, de balbúrdia, mas o Governo do Estado é uma negação total nessa área. O número de homicídios é altíssimo. Tenho receio de andar pelas ruas do meu bairro a qualquer hora do dia.
Se o Sr. Jaques Wagner, que está no poder desde 2007 e é amigo do governo federal há mais de nove anos, não pode resolver essa bagunça, quem poderá nos ajudar? Chapolin Colorado? Onde está o dinheiro para fazer frente à política de segurança pública? Por que os petistas eram tão maravilhosos em seu discurso oposicionista e tão incompetentes quando governam?
Um comentário:
Sofremos a mesma coisa no Ceará há algumas semanas - arrastões, homicídios etc. O mais irônico é que o governados do "Partido dos Trabalhadores" recusou-se a negociar vários dias... Não cito isso para me opor ou apoiar sua atitude, mas para sublinhar como é difícil governar e como é fácil criticar, como tanto fizeram quando eram oposição. Veem-se em "saias justas" precisamente na área deles. Situação parecida com a que enfrentam os "brasiguaios" cujas terras estão sob ameaça dos "sem terra" do Paraguai. Como será que o Itamarati se posicionará? Até agora, silêncio supulcral. Merecido constrangimento.
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