Tenho costume de ler textos de sites de notícias, como G1, Folha e Estadão, mas a quantidade de erros parece aumentar a cada dia. Creio que alguém vai ter de listar esses deslizes e mostrar que a qualidade das redações de jornal tem caído. Vejam só um exemplo que acabo de ver no G1, a partir de texto da agência Reuters:
O título é "Dezessete pessoas são encontradas decapitadas por festa no Afeganistão". A frase é ambígua, mal escrita, ruim mesmo. Por que não escrever "No Afeganistão, dezessete pessoas foram decapitadas por terem realizado uma festa"?
Na mesma reportagem, há uma frase pior: "No ultra-conservador Afeganistão, homens e mulheres não costumam se
relacionar a menos que estejam em uma relação". Na realidade, em qualquer lugar do mundo as pessoas só se relacionam quando estão em uma relação.
Poderia citar outras coisas, mas fico apenas com mais esta: "Embora esses direitos tenham sido duramente recuperados, o Afeganistão
continua sendo um dos piores lugares do mundo para ser uma mulher". Poderiam escrever que "o Afeganistão continua sendo um dos piores lugares para as mulheres".
Trata-se provavelmente de um tradução...Mas precisava ser tão deficiente? Então os leitores de internet não merecem um tratamento melhor?
Um comentário:
O problema básico é o pobre domínio do idioma pátrio. Não sei se você percebeu, mas depois do famigerado gerundismo tão ao gosto das atendentes de telemarketing, a imprensa agora se rendeu ao "seguir" usado como "continuar" - uso esse desconhecido pelos dicionários. Coisas como "fulano segue na UTI" (segue quem, a enfermeira? A faxineira que limpa a UTI?) ou "taxas de juro seguem elevadas"... E isso em publicações de renome com a Folha ou a Veja.
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