ESTUDO
DA EPÍSTOLA DE JUDAS1
Pb.
Alex Esteves da Rocha Sousa
I.
INTRODUÇÃO.
Este
breve estudo dedica-se à Epístola de Judas, cuja mensagem é atual,
necessária e profunda.
Depara-se
o leitor de Judas com um texto da maior importância em termos de
apologética (defesa da fé, combate a seitas e heresias), e por isso
podemos nos referir ao seu objetivo como sendo a batalha pela fé,
como o próprio autor deixa consignado em suas considerações
preliminares.
Semelhança
com II Pe.
Há
uma proximidade acentuada entre Jd 3-18 e II Pe 2.1-18. A opinião
majoritária é no sentido de que II Pedro tomou de empréstimo o
texto de Judas, epístola escrita anteriormente2.
Tríades
e metáforas.
A
Epístola de Judas contém várias tríades: chamados
– amados – guardados; misericórdia
– paz – amor; Caim – Balaão – Corá; povo no Egito – anjos
caídos – Sodoma e Gomorra.
Há
também muitas metáforas: “rochas submersas”; “pastores que a
si mesmos se apascentam”; “nuvens sem água, impelidas pelos
ventos”; “árvores em plena estação dos frutos, destes
desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas”; “ondas bravias do
mar”; “estrelas errantes”.
Remissão
a Livros do Antigo Testamento.
De
algum modo, é possível perceber em Judas o recurso a material
constante dos seguintes Livros do Antigo Testamento: Gênesis,
Números, Ezequiel, Daniel, Amós, Zacarias. Tem-se a impressão de
que o autor conhecia bem as Escrituras Antigas.
Remissão
a livros não canônicos.
Judas
provavelmente recorre a escritos como a Assunção de Moisés e o
Livro de Enoque, não porque os considere inspirados, mas para
reforço do argumento. Assim, além do conhecimento das Escrituras
Sagradas, parece que o autor tinha um bom conhecimento da cultura
judaica.
Linguagem
forte.
O
texto da Epístola de Judas pode parecer demasiado rígido para
muitos leitores, especialmente nestes dias pós-modernos, carregados
de relativismo, pluralismo, subjetivismo, hedonismo e
antropocentrismo. Os absolutos de Judas não combinam com a intensa
relatividade das ideias pós-modernas.
II.
DESENVOLVIMENTO.
“1
Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos chamados, amados
em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo,”
O
autor identifica-se como Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de
Tiago.
Judas
era a forma grega do hebraico Judá, nome do quarto filho de Jacó
(Gn 29.35) e também da tribo dele decorrente (Ex 1.1,2,7; Nm
1.1-4,26,27; I Cr 2.3-55).
A
tribo de Judá, juntamente com a pequena tribo de Benjamim, veio a
formar o Reino do Sul, com capital em Jerusalém (I Rs 12.16-24).
Com
o tempo, todos habitantes de Israel, e seus descendentes, passaram a
ser conhecidos como judeus, e não somente como israelitas ou
hebreus.
Nos
dias de Jesus, o território do antigo Reino de Judá constituía
apenas uma província romana, a província da Judeia (Mt 2.1).
Judas
era um nome comum em Israel na época de Jesus.
Os
seguintes personagens neotestamentários chamavam-se Judas: um dos
irmãos de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3); o apóstolo Judas Iscariotes (Mt
10.4; Mc 3.19; Lc 6.16); o apóstolo Judas, filho de Tiago – ARA –
ou irmão de Tiago – ARC (Lc 6.16; At 1.13), também chamado de
Tadeu (Mt 10.3; Mc 3.18); Judas Galileu, que liderou uma revolta
popular em torno de 6 d.C. (At 5.37); Judas morador da rua Direita em
Damasco, que hospedou Saulo de Tarso (At 9.11); Judas Barsabás,
profeta da igreja em Jerusalém, enviado com Paulo e Barnabé a
Antioquia da Síria pelo concílio realizado naquela cidade (At
15.22, 32).
Por
exclusão, as possibilidades recaem, a princípio, sobre o Judas
irmão de Jesus, o apóstolo Judas Tadeu e Judas Barsabás.
De
Judas Barsabás pouco se sabe.
Quanto
a Judas Tadeu, como já referido ele é designado como Judas filho de
Tiago ou Judas irmão de Tiago, a depender da tradução (ARA ou
ARC), o que poderia aproximá-lo do autor da epístola ora examinada.
No entanto, quem seria o Tiago a que ele se refere? Tiago também era
um nome muito comum à época (Mt 10.2,3; Mc 3.17,18.3), forma grega
do hebraico Jacó.
Mais
do que isso: de acordo com o NCB3,
a melhor tradução para Lc 6.16 e At 1.13 seria “Judas, filho de
Tiago”, de maneira que haveria o apóstolo seria filho de certo
Tiago, enquanto o autor da epístola ora examinada seria irmão de
certo Tiago. Duas pessoas, portanto, distintas.
O
Tiago referido pelo autor da epístola devia ser importante e
conhecido, pois sua menção parece ter sido suficiente para a
identificação de quem escrevia a carta. Um Tiago muito destacado na
Igreja foi justamente o Tiago irmão de Jesus, que se tornou líder
da igreja em Jerusalém (At 12.17; 15.12-21; 21.18) e era contado
como apóstolo no sentido amplo do termo (Gl 1.19; 2.9,10-12).
Desse
modo, parece que o autor da epístola era o irmão de Jesus. Essa é
a opinião comumente aceita entre os teólogos (por exemplo, GREEN4).
Os
parentes de Jesus não creram n'Ele durante o exercício do Seu
ministério terrestre (Mt 12.46-50; Mc 3.21,31-35; Lc 8.18-21; Jo
7.3-9), mas seus irmaõs já aparecem como discípulos antes do
derramamento do Pentecostes (At 1.14).
É
interessante que em I Co 9.5 Paulo se refere aos apóstolos e aos
“irmãos do SENHOR”.
Merece
registro que Judas, embora irmão de Jesus, não se baseou nesse
vínculo biológico para estabelecer status ou poder
eclesiástico. Ele mencionou Tiago para se identificar aos leitores,
mas se posicionou como “servo de Jesus Cristo”. Assim também
procedeu o próprio Tiago na epístola que leva seu nome (Tg 1.1).
Convém
anotar apenas que, na opinião de J. SIDLOW BAXTER5,
Judas e Tiago seriam filhos
de Alfeu e Maria, e primos de Jesus.
A
palavra traduzida como “servo” poderia ser traduzida como
“escravo” (NVI6;
NCB7;
GREEN8).
A mesma palavra é empregada em Rm 1.1, Fp 1.1, Tg 1.1 e II Pe 1.1,
respectivamente, por Paulo, Tiago e Pedro.
Jesus
ensinou que entre os Seus seguidores “aquele que dirige” deve ser
“como o que serve” (Lc 22.26).
A
Epístola de Judas, como o nome indica, tem a forma literária de uma
carta. Trata-se de uma carta católica, ou seja, uma carta geral ou
universal, sem endereçamento explícito a igrejas ou a pessoas.
Os
destinatários são todos os “chamados, amados em Deus Pai e
guardados em Jesus Cristo” - aqui surge a primeira de várias
tríades no texto. Entretanto, o NCB afirma a possibilidade de a
epístola ter sido dirigida a uma “comunidade desconhecida de
cristãos, membros de uma igreja gentílica”9.
Chamados
são os vocacionados. A Igreja foi vocacionada para a santidade (Rm
1.7; I Co 1.2; I Pe 1.15); para um testemunho concreto, no caráter,
da salvação concedida pelo SENHOR (Fp 2.12,13; II Pe 1.10; Ap
17.14). Essa vocação proveio da iniciativa de Deus, em Seus eternos
propósitos (Rm 8.28). Os crentes foram chamados “numa só
esperança” (Ef 4.4), a partir de uma “vocação celestial” (Hb
3.1). A vocação, embora celestial, deve traduzir-se em bom
procedimento nas questões humanas, como o casamento (I Co 7.20).
A
expressão “amados em Deus Pai” ocorre somente em Judas.
A
Igreja é guardada (conservada) em Jesus Cristo (I Jo 5.18; I Pe 1.5;
II Tm 1.12) para a glorificação na Sua vinda (II Ts 1.10).
A
preposição traduzida como “em” poderia ser traduzida como “por”
(NVI10)
ou “para” (NVI; GREEN11):
chamados por Jesus Cristo ou chamados para Jesus Cristo
(Ver Rm 1.7). No caso da preposição “para”, pode significar que
os crentes foram guardados para o Dia da vinda de Cristo (I Ts 5.23)
ou que os crentes gentios foram guardados como um povo eleito, no
lugar de Israel (Tg 1.1; I Pe 2.9,10).
A
salvação é espiritual, gratuita, amorosa, de iniciativa divina e
assegurada pela obra do SENHOR Jesus, porque Ele morreu e ressuscitou
para remir os pecadores.
“2
a misericórdia, a paz e o amor vos sejam multiplicados.”
Surge
mais uma tríade, desta vez numa saudação.
Misericórdia
é a dimensão do amor de Deus que consiste em não punir os homens
de acordo com a sua responsabilidade, dando-lhes chances de
arrependimento, além de afastar do crente todo o mal que seus
adversários gostariam de lhes infligir.
Os
crentes foram regenerados segundo a misericórdia de Deus (I Pe 1.3),
e serão livrados da condenação pela mesma misericórdia do SENHOR
(II Tm 1.16-18).
O
termo “misericórdia”, segundo GREEN12
é raro em saudações (II Jo 3; I Tm 1.2; II Tm 1.2), e em todas as
ocasiões aparece num contexto em que a igreja destinatária da
epístola era afrontada por falsos ensinos.
Paz
é a estabilidade e segurança as relações com Deus e com os
homens. A palavra hebraica shalom (paz)
compunha as saudações dos judeus, mas
com Jesus Cristo ganhou um significado especial e
muito mais profundo.
Amor,
essência do caráter de Deus, é a disposição divina em abençoar
os homens de maneira graciosa e sacrificial. O amor de Deus foi
derramado nos corações dos crentes (Rm 5.5).
Como
afirma, de maneira quase poética, MICHAEL GREEN, aqui se reúnem “a
misericórdia da parte de Deus, a paz por dentro, e o amor ao próximo
– todos na mais plena medida”13.
O
desejo de que essas virtudes sejam multiplicadas sobre os crentes
visa a que eles sejam “cheios até a capacidade” (I Pe 1.2 e II
Pe 1.2).
“3
Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da
nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me
convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que
uma vez por todas foi entregue aos santos.”
Judas
chama os irmãos afetuosamente de “amados” (3,17,20), como ocorre
em II Pe 3.1,8,14,17 e I Jo 2.7; 3.2,21; 4.1,7,11.
O
amor de Judas pelos irmãos é demonstrado tanto pelo carinho como
pelas firmes advertências contra a infiltração de heresias.
Aqui
Judas adentra ao tema da epístola. Ele desejava escrever sobre a
“nossa comum salvação”, algo que poderia ser próximo, em
Teologia Sistemática, da “soteriologia” (doutrina da salvação).
Seria a salvação comum a ele e aos leitores da epístola ou a
salvação comum a judeus e gentios14.
Para
isso Judas “empregava toda a diligência” (II Pe 1.5), talvez com
orações, estudos, pesquisas. Mas, enquanto se esforçava nesse
sentido, Judas se sentiu obrigado (impelido) a escrever, com pressa,
sobre a necessidade de batalhar pela “fé que uma vez por todas foi
entregue aos santos”.
Então,
em vez de soteriologia, temos algo próximo à apologética (defesa
da fé).
O
ofício de pastor inclui a atividade de vigilância constante (Ez
3.17-19; At 20.28-30), como lembra MICHAEL GREEN15.
A
frase “a fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”
indica, na epístola ora examinada, o corpo doutrinário estabelecido
pelo SENHOR Jesus Cristo e conferido à Igreja pelos apóstolos, de
um modo completo e imutável, para ser transmitido com fidelidade.
Assim também ensinou o apóstolo Paulo (Gl 1.8,9,11,12; II Tm 1.13;
2.2).
Não
se trata aqui da fé como confiança, mas como crença doutrinária,
ortodoxia, com aptidão para produzir um testemunho de alto valor
moral. Cuida-se da “doutrina dos apóstolos” (At 2.42).
Como
ensina MICHAEL GREEN16,
o termo grego traduzido por “entregue”
(paradidomai) era
usado em Israel para transmissão de tradição autorizada (I Co
15.1-3; II Ts 3.6). O
ensino dos apóstolos é, portanto, normativo.
Ultrapassar
a doutrina de Cristo é causa de rejeição (II Jo 9,10). A
fé é um “depósito” que foi “confiado” à Igreja, e que
precisa ser preservado (I Tm 6.20; II Tm 1.13,14).
Trata-se
de uma fé comum, coletiva, congregacional, eclesiástica, e não de
uma fé individual, isolada, segregacionista, sectária, misteriosa,
mística. A fé cristã evangélica é a fé de todos os crentes,
porque concedida a todos os crentes.
A
batalha pela fé consiste numa luta renhida, difícil, custosa,
processual.
“4
Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais,
desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação,
homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso
Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.”
A
motivação de Judas para escrever em defesa da fé é que havia na
Igreja “certos indivíduos” com as seguintes características:
introduzidos (infiltrados) na Igreja “com dissimulação”
(fingimento, hipocrisia, disfarce); “desde muito (…)
antecipadamente pronunciados para esta condenação” (predestinados
ou com juízo garantido?); “homens ímpios” (descrentes,
injustos, sem piedade); libertinos quanto ao entendimento da graça
de Deus; contrários, na prática, ao Senhor Jesus Cristo, cuja
soberania não reconhecem, assim como não reconhecem nenhuma
autoridade.
Sobre
essa introdução dissimulada ou secreta, há ocorrências em II Pe
2.1, Gl 2.4 e II Tm 3.6. Esses são como ladrões que entram
clandestinamente no aprisco para arrebatar as ovelhas (Jo 10.1).
Os
personagens mencionados por Judas são “homens ímpios” (v. 4),
têm “obras ímpias” (v. 15) e se metem habitualmente em “paixões
ímpias” (v. 18).
Segundo
a NVI17,
uma tradução possível seria “homens que estavam marcados para
esta condenação”. A mesma palavra traduzida como
“antecipadamente” é empregada por Paulo em Rm 15.4,
significando, em Judas, que as antigas advertências das Escrituras
já determinavam o pressuposto da condenação dos falsos líderes.
Havia
entre aqueles falsos líderes a pregação de que Deus aceitava a
licensiosidade em nome da graça.
Havia
libertinagem em muitas igrejas (Rm 13.13; II
Co 12.21; Gl 5.19; Ef
4.19; I Pe 4.3; II Pe
2.2,7,18;
Ap 2.20-24).
Paulo
trata dessa falsa
interpretação da doutrina da graça em Rm 6 (entendimento
chamado comumente de “graça barata” ou “barateamento da
graça”).
Jesus,
que é “Soberano”
(despotes) e Senhor
(kyrios), estava
sendo negado por aqueles falsos cristãos, como
em Tt 1.16. Negar a Cristo, o
Filho de Deus, é uma atitude própria de anticristo (I Jo 2.22).
Essa
parece uma descrição de muitos líderes evangélicos da atualidade.
Ao
longo da história da Igreja o ingresso de falsos líderes é uma
constante. Os mais perigosos adversários do Evangelho são aqueles
que se infiltram com dissimulação, identificando-se como cristãos
e confundindo tanto os crentes como os de fora.
Uma
caractetística marcante daqueles falsos líderes era a libertinagem:
eles interpretavam a graça de Deus como licença para pecar. Tal
conduta é chamada de “antinomista” ou “antinomianista”.
Determinada
corrente gnóstica era antinomianista porque, entendendo que o
espírito é bom e a matéria, ruim, ensinava a necessidade de viver
de maneira livre, a fim de corromper e destruir a carne (outra
corrente gnóstica, partindo do mesmo pressuposto, ensinava a
necessidade de uma vida ascética, visando à purificação do
espírito contra os desejos da carne).
O
movimento combatido por Judas era possivelmente o Gnosticismo, que
perturbou a Igreja por cerca de 150 anos18.
Nestes
dias pós-modernos há certos grupos supostamente evangélicos
entregues a práticas libertinas. O pastor e teólogo presbiteriano
AUGUSTUS NICODEMUS LOPES trata dos libertinos em seu excelente livro
O que estão fazendo com a Igreja?
A
batalha pela fé é uma atitude bíblica, conservadora e urgente:
bíblica porque recomendada em diversas passagens das Escrituras;
conservadora porque busca manter firmes os fundamentos doutrinários
antigos; e urgente porque heresias variadas têm se infiltrado nas
igrejas.
Diferentes
movimentos, ideias e circunstâncias culturais têm desafiado a
Igreja quanto à batalha pela fé:
a)
o Liberalismo Teológico;
b)
a pós-modernidade;
c)
o chamado “neopentecostalismo”;
d)
o misticismo que desvirtua o pentecostalismo.
“5
Quero, pois, lembrar-vos, embora já estejais cientes de tudo uma vez
por todas, que o Senhor, tendo libertado um povo, tirando-o da terra
do Egito, destruiu, depois, os que não creram;”
Assim
como a fé foi entregue “uma vez por todas”, os crentes a que
Judas escreveu já estavam “cientes de tudo uma vez por todas”.
Tinham, portanto, fé e conhecimento.
Aqui
cabe recordar de I Jo 2.27, onde o apóstolo João afirma não
precisarmos de que ninguém nos ensine, por termos recebido a unção
de Deus, a qual fornece o conhecimento acerca de todas as coisas. Não
se trata de desnecessidade do ministério de ensino, mas de
advertência contra os líderes gnósticos – e, em geral, contra os
falsos mestres – porque os líderes gnósticos diziam possuir um
conhecimento misterioso e necessário para o aperfeiçoamento
espiritual.
Iniciando
a tríade relativa a julgamentos divinos, Judas emprega o exemplo de
Israel liberto do Egito, para depois usar os exemplos dos anjos
caídos e de Sodoma e Gomorra.
Aqueles
que foram destruídos, dentre os que saíram do Egito, foram os que
não creram. Nenhum israelita jamais foi salvo pelas obras da Lei,
pois Deus os escolheu pela graça. A incredulidade dos israelitas
egressos do Egito é tomada como precedente da incredulidade dos
falsos líderes a que Judas se refere. A incredulidade conduziu ao
desvio, à apostasia.
“6
e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas
abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas,
em algemas eternas, para o juízo do grande Dia;”
Discute-se
quem seriam esses anjos: seriam aqueles “filhos de Deus” que se
relacionaram sexualmente com as filhas dos homens em Gn 6.1,2? Seriam
anjos mais poderosos, que Deus teria reservado a uma espécie de
prisão preventiva? Seriam todos os anjos que seguiram após Lúcifer?
Creio ser esta a posição correta.
A
rebelião dos anjos caídos é tomada como precedente da rebelião
dos falsos líderes a que Judas se refere.
“7
como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se
entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne,
são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição.”
Sodoma,
Gomorra e as cidades circunvizinhas foram destruídas por seu grande
pecado, ressaltando-se o pecado sexual (Gn 18, 19). Daí decorre o
termo “sodomia”.
A
promiscuidade dos habitantes de Sodoma e Gomorra, assim como das
cidades circunvizinhas, é tomada como precedente da promiscuidade
dos falsos líderes a que Judas se refere.
“8
Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só
contaminam a carne, como também rejeitam governo e difamam
autoridades superiores.”
Chama
a atenção que os falsos líderes presentes na igreja comportavam-se
da mesma forma que os israelitas que se perderam, os anjos que caíram
e os habitantes de Sodoma e Gomorra – daí a expressão “da mesma
sorte”. Ao contrário, os crentes devem ter “o mesmo sentimento
que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).
De
acordo com o NCB19,
a palavra “alucinados” não encontra equivalente no grego, tendo
sido acrescida pelos tradutores. Certamente a ideia dos tradutores
foi tornar mais claro o sentido de “sonhadores”: aqueles homens
não eram sonhadores porque cultivavam bons projetos, mas porque
viviam num mundo de fantasia.
Os
sonhos daqueles homens fazem recordar das “palavras fictícias” a
que o apóstolo Pedro se refere (II Pe 2.3).
O
“contaminar a carne” indica imoralidade sexual. É importante
tecer uma diferença entre “carne” como corpo e “carne” como
natureza pecaminosa, pois a mesma palavra aparece na Bíblia com
esses dois sentidos. No versículo em apreço, “carne” é o corpo
humano, infelizmente manchado (contaminado) pelo pecado.
Os
falsos líderes que atormentavam a Igreja nos dias de Judas eram,
ainda, promotores de rebelião contra Deus e contra todo tipo de
autoridade. Eram como anarquistas, antinomistas (avessos a normas), e
por isso Judas afirmou que eles rejeitavam o governo e difamavam
autoridades superiores. O vocábulo “governo” (kyriotes),
que significa “senhorio”,
aparece quatro vezes no Novo
Testamento (Ef 1.21; Cl 1.16; II Pe 2.10 e no versículo ora
examinado)20.
O governo e as autoridades
superiores podem aludir ao senhorio divino, ao senhorio angélico ou
ao senhorio de modo geral.
“9
Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a
respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo
infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te
repreenda!”
Miguel,
o arcanjo, é lembrado como referência de entendimento do sentido de
autoridade e hierarquia, pois, embora estando em posto elevado, não
repreendeu Satanás, preferindo que Deus o fizesse.
O
arcanjo Miguel é retratado na Bíblia como o Guardião de Israel (Dn
10.13; 12.1; Ap 12.7).
Sabemos
que Moisés foi sepultado por Deus (Dt 34.6) em Pisga, Moabe, mas sem
localização conhecida21.
Alguns
comentaristas, afirmam que esse relato da disputa entre Miguel e
Satanás pode ter sido extraído de um livro judaico não canônico
denominado “A Assunção de Moisés”.
“10
Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto
a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão,
até nessas coisas se corrompem.”
Falta
de entendimento espiritual, difamação, irracionalidade e corrupção
caracterizavam esses falsos líderes.
Aqueles
falsos irmãos não compreendiam as coisas espirituais, porque, como
ensina Paulo, as coisas espirituais se discernem espiritualmente,
enquanto o homem natural não compreende as coisas do Espírito de
Deus, as quais lhe parecem loucura (I Co 2.14).
Havia
neles conhecimento instintivo das coisas materiais, mas nem isso lhes
aproveitava.
“11
Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de
ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta
de Corá.”
O
emprego da palavra “Ai” é muito eloquente e expressa juízo,
condenação, castigo (Jr 23.1; Sf 3.1; Mt 23.13-16; 23, 25, 27, 29,
30; Lc 11.43,44; Ap 8.13).
Como
é frequente em seu Livro, Judas apela a exemplos das Antigas
Escrituras, que conhecemos como “Antigo Testamento”, e que os
judeus conheciam, entre outras expressões, como “a Lei, os
Profetas e os Escritos”.
De
fato, as Escrituras Antigas trazem “exemplo”, “advertência”
e “ensino” para nós (Rm 15.4; I Co 10.6-13).
Utiliza-se
mais uma tríade, representando o mal: Caim (Gn 4), Balaão (Nm
22-24) e Corá (Gn 16), recordando a inveja e malignidade do
primeiro, a ganância do segundo e a rebelião do terceiro.
Caim,
modelo de homem corrupto, teve falsa devoção e inveja (I Jo 3.11,
12; Hb 11.4).
Balaão
foi mercenário, profetizou mediante remuneração, tentou amaldiçoar
o povo de Deus e incutiu idolatria e imoralidade sexual entre os
israelitas. Em II Pe 2.15 se afirma que Balaão “amou o prêmio da
injustiça”. Em Ap 2.14 está escrito que a “doutrina de Balaão”
vinha sendo ensinada na igreja de Pérgamo. Tal doutrina envolvia
certamente a libertinagem.
Corá
opôs resistência à autoridade, praticou murmuração e rebelião.
“12
Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de
fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores
que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos
ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas,
duplamente mortas, desarraigadas;”
Como
afirmado alhures, Judas é rico em metáforas, o que torna o Livro
mais denso do que sua extensão pode supor, já que o leitor é
convidado a refletir e pesquisar.
A
expressão “rochas submersas” (recifes, rochas do mar)22,
simboliza o perigo desconhecido (como icebergs) – na ARC a
tradução é “manchas”, a indicar uma “desfiguração
física”23.
As
“festas de fraternidade”, “festas de caridade” ou “festas
de amor” (ágape) eram refeições diárias, realizadas à noite,
nas quais ou após as quais tinha lugar a Ceia do SENHOR24.
Nelas os crentes exercitavam a comunhão, mas os falsos irmãos se
misturavam com os crentes e se comportavam “sem qualquer recato”.
Em
I Co 11.17-34, ao tratar da celebração da Ceia do SENHOR, o
apóstolo Paulo afirma que os irmãos da igreja de Corinto se
ajuntavam para pior, e não para melhor (v. 17); que havia “divisões”
e “partidos” (vv. 18, 19); que verdadeiramente não era a Ceia do
SENHOR que eles estavam a tomar [em razão de sua atitude] (v. 20);
que uns comiam antecipadamente, uns passavam fome, e outros se
embriagavam (v. 21; cf. 33). Parece que os frequentadores da Ceia em
Corinto eram semelhantes aos de algumam Ceias que Judas presenciara
ou de que tivera notícia.
Pastores
que se autoapascentam (Ez 34.8) são aqueles que não têm
compromisso com as necessidades das ovelhas, mas com seus próprios
interesses.
A
imagem de “nuvens sem água impelidas pelos ventos” denota
pessoas sem conteúdo, instáveis, levadas facilmente de um lugar
para o outro (Ef 4.14).
Árvores
sem frutos, sem raízes e duplamente mortas são pessoas sem
capacidade de produzir coisas boas. De acordo com o NCB, o
“duplamente mortas” sugere que eram mortas antes da profissão de
fé e permaneceram mortas depois dela, como crentes nominais25.
E seriam “desarraigadas” porque pronunciadas para juízo.26
“13
ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades;
estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das
trevas, para sempre.”
“Ondas
bravias do mar” é uma expressão que indica impetuosidade e
sujeira (Is 57.20).
“Estrelas
errantes” (Is 14.12) sugere desvio, erro, pecado. O destino desses
são as trevas, o inferno.
“14
Quanto a estes foi que também profetizou Enoque, o sétimo depois de
Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades,”
Ao
ler este versículo somos transportados ao texto de Gn 5.19-24, onde
lemos sobre um Enoque que “andou com Deus” e “não se viu mais,
porque Deus o tomou para si”. A fé de Enoque o inseriu na galeria
de Hb 11, precisamente no v. 5.
Nos
dias de Judas havia um Livro não canônico chamado “Livro de
Enoque”, exemplar da literatura apocalíptica escrita entre os
Sécs. II e I a.C. Por entender que vivia o “último tempo” (v.
18), Judas reconheceu a validade de tomar de empréstimo as palavras
daquele Livro, relativas a um juízo final.
O
Livro de Enoque não é inspirado, mas o registro feito por Judas,
sim. O apóstolo Paulo citou poetas não cristãos (At 17.28; I Co
15.33; Tt 1.12), e nem por isso os escritos daqueles homens seriam
inspirados.
O
SENHOR virá a estabelecer seu tribunal acompanhado de sua corte,
formada por “suas santas miríades”, provavelmente os anjos, ou,
quem sabe, os anjos e os redimidos.
“15
para exercer juízo contra todos e para fazer convictos todos os
ímpios, acerca de todas as obras ímpias que
impiamente praticaram e acerca de todas as palavras insolentes
que ímpios pecadores proferiram contra ele.”
O
SENHOR Deus fará justiça, como um juiz ao proferir sua sentença no
tribunal.
O
“exercer juízo” indica a aplicação da justiça em relação a
todos os homens. Em seguida, há quatro referências aos ímpios, o
que não é casual.
Serão
condenadas as pessoas de caráter ímpio, com obras de natureza
ímpia, praticadas de maneira ímpia. Também serão julgadas as
palavras insolentes contra o SENHOR Jesus Cristo.
“16
Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas
paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são
aduladores dos outros, por motivos interesseiros.”
Por
que aqueles homens eram ímpios? Eram eles murmuradores,
descontentes, andando conforme suas paixões. Eram contrariados,
queixosos, insatisfeitos, amargurados. Ostentavam um procedimento
autônomo, independente, rebelde, dedicado a seus instintos e
interesses. Eram arrogantes, aduladores, controlados por motivos
interesseiros.
“17
Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente
proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo,”
Diante
dos falsos líderes, qual deve ser o comportamento, qual deve ser a
reação dos crentes? Devem eles recordar do ensino apostólico (vv.
17, 18); guardar-se na fé santíssima e no amor de Deus (vv. 20,
21); buscar, quanto possível, socorrer os que estão com dúvida ou
em pecado (vv. 22, 23).
São
dignas de nota as expressões “Vós, porém” e “lembrai-vos”.
Na
Bíblia a expressão “Vós, porém”, assim como expressões
equivalentes, principia uma exortação ao pensamento e comportamento
diferentes (v. 20; I Tm 6.11; II Tm 3.10, 14,15; 4.5; Tt 2.1; II Pe
3.13). Já “Lembrai-vos” traz consigo advertências, orientações
(I Co 15.1-4; Tt 3.1,2; II Pe 1.12; 3.15,16).
Os
irmãos da igreja em Jerusalém, nos primeiros dias da Igreja,
“perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42), e a Igreja
dos dias atuais não deve proceder de modo diverso.
“18
os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores,
andando segundo as suas ímpias paixões.”
O
“último tempo” (últimos tempos, últimos dias, última hora) é
o período que se inicia com a ascensão de Cristo e que prossegue
até o fim da História (I Tm 4.1; II Tm 3.1; I Jo 2.18). O chamado
“bloco histórico-redentivo” (conjunto de fatos propiciadores da
salvação – encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão
de Cristo) desencadeou a cronologia dos últimos tempos, de maneira
que desde os tempos apostólicos a humanidade vive a era derradeira.
Por isso, a energia com que Judas escreve não é retórica – ele
realmente tem o sentido de urgência.
Os
falsos irmãos referidos por Judas eram também escarnecedores são
zombadores. E, mais uma vez, registra-se seu procedimento ímpio,
pois “andavam segundo suas ímpias paixões”. O andar denota o
proceder diário, e não um problema episódico.
“19
São estes os que promovem divisões, sensuais, que não têm o
Espírito.”
De
acordo com o NCB, tais “divisões” não eram “cismas
eclesiásticos”, mas “esnobismo social”27.
Os
líderes impostores eram, ainda, “sensuais”, porque conduzidos
por sentimentos, e não pelo Espírito de Deus. Neste passo é
oportuno lembrar de Rm 8.9, em que Paulo distingue os que estão na
carne, os quais não têm o Espírito, e os que estão no Espírito,
que neles habita.
“20
Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima,
orando no Espírito Santo,”
Enquanto
os falsos irmãos eram instáveis e corrompidos, os destinatários da
Epístola deviam ser estabelecidos como um edifício sólido, sobre o
alicerce da fé, da oração e da espiritualidade.
Paulo
afirma que somos “edifício de Deus” (I Co 3.9), e Pedro, que
somos “casa espiritual” (I Pe 2.5).
“21
guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de
nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna.”
Guardar-se
no amor de Deus é procurar refúgio n'Aquele que pode nos salvar. O
imperativo “guardai-vos” denota o aspecto da responsabilidade
humana.
Devemos
aguardar a misericórdia de nosso SENHOR Jesus Cristo, tendo por alvo
a vida eterna – a misericórdia mais uma vez é citada, como fora
no v. 2.
“22
E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida;”
De
acordo com o NCB, este versículo admite algumas interpretações,
mas parece mais correta essa tradução da ARA, que ordena a
compaixão para com os que estão na dúvida28.
“23
salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede
também compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada
pela carne”.
A
primeira imagem é a de salvamento durante um incêndio. O desafio é
urgente e grave, como ocorre em sinistros dessa natureza. Em Am 4.11
está escrito que Israel foi como “um tição arrebatado da
fogueira”. Já o texto de Zc 3.1-5 traz situação em queo sumo
sacerdote Josué é retratado pelo SENHOR como “um tição tirado
do fogo”, que logo em seguida tem retiradas de si as “vestes
sujas”, símbolo da iniquidade, e recebe “finos trajes”.
Os
crentes devem usar de compaixão “em temor”, cuidando para não
serem contaminados pelos pecados daqueles que almejam ajudar.
“24
Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e
para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua
glória,”
Os
vv. 24 e 25 exprimem uma doxologia, isto é, uma declaração de
glorificação a Deus.
Se
anteriormente foi dito por Judas que os irmãos deveriam se guardar,
agora é afirmado que Deus é poderoso para os guardar. Assim,
indicam-se tanto a responsabilidade humana como a soberania divina no
que toca à salvação.
O
SENHOR nos guarda de tropeços e nos coloca de pé para A reunião
daquele Grande Dia, quando estaremos alegres e imaculados, santos,
diante do nosso Deus.
“25
ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso,
glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e
agora, e por todos os séculos. Amém!”
A
glória, a majestade, o império e a soberania pertencem ao SENHOR
Todo-poderoso! Os justos alegram-se em glorificar ao Seu Deus, na
Pessoa (e pela Obra) do SENHOR Jesus Cristo!
Ao
mesmo tempo, essa doxologia traz uma confissão de fé: cremos num
único Deus, que é Salvador e eterno. Ao nosso Deus rendemos glórias
e louvores para sempre.
III
– CONCLUSÃO.
É
urgente a necessidade de a Igreja evangélica brasileira atentar para
a Epístola de Judas, pois todas as características ali retratadas
se repetem em nossos dias.
Acentua-se
entre os evangélicos a influência de falsos líderes, falsos
mestres e falsos profetas, notadamente nos arraiais “neopentecostais”
e nas igrejas que se sentem atraídas por ideias e práticas do
Movimento Neopentecostal.
Remanesce
uma espécie de dualismo, herdeiro do Platonismo e do Gnosticismo, a
enxergar o mundo espiritual como sendo bom e o mundo material como
sendo mau, quando, na realidade, tudo o que foi criado por Deus é
bom (ruim é o pecado).
Em
que pese não prevalecer na atualidade um Movimento Gnóstico com
esse rótulo, há, de um lado, crentes de vida praticamente ascética,
voltados a uma espiritualidade individualista, enquanto outros, pouco
preocupados com a espiritualidade, cultivam uma devoção
materialista e sensual.
A
libertinagem avança como prática e até mesmo com roupagem
“teológica”, o que é muito mais grave. Perdura um baixo padrão
moral e espiritual.
O
Movimento da Igreja Emergente, intenso no Brasil, tem sido um caldo
de cultura para o surgimento de ensinos, práticas e modismos
alienados do Evangelho e potencialmente criadores de cristãos
nominais e carnais, mais preocupados com a aparência gospel
do que com a mensagem da Cruz, tampouco com a vida cristã.
As
pessoas nas igrejas têm sentido dificuldade de ouvir a pregação da
Palavra, ao passo que pregadores têm deixado de anunciar o
verdadeiro Evangelho. A mensagem da Cruz tem sido alijada a um lugar
de pouco apreço.
ABREVIAÇÕES:
ARA
– Almeida, Revista e Atualizada.
ARC
– Almeida, Revista e Corrigida.
NCB
– O Novo Comentário da Bíblia.
NVI
– Nova Versão Internacional.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
BAXTER,
J.S. Examinai as escrituras: Atos
a Apocalipse. 2.ed. São Paulo: Vida Nova, 1995. v.6, 376p.
BÍBLIA
SAGRADA: Nova Versão Internacional. 4.ed. São Paulo: Geográfica,
2000. 970p.
CHAMPLIN,
R.N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.
São Paulo: Candeia, 1995. v.6, 666p.
GREEN,
M. II Pedro e Judas: Introdução
e Comentário. 1.ed. (2ª Reimpressão) São Paulo: Vida Nova,
1993. 184p.
1
Esta apostila
foi
preparada em função
de estudos ministrados na Assembleia de Deus na Pituba, e
ainda será
acrescida de informações derivadas da pesquisa em curso.
2
CHAMPLIN, p. 324.
3
p.
1.441.
4
p. 148.
5
p. 338.
6
p. 956.
7
p. 1.441.
8
p. 148.
9
p. 1.441.
10p.
956.
11
p. 150.
12
p. 150.
13
p. 151.
14
GREEN, p. 151.
15
p. 151.
16p.
152.
17
p. 956.
18
CHAMPLIN, p. 324.
19
p. 1.444.
20
NCB, p. 1.444.
21
NCB, p. 1.444.
22
NCB, p. 1.445.
23
NCB, p. 1.445.
24
NCB, p. 1.445.
25
NCB, p. 1.445.
26
NCB, p. 1.445.
27
NCB, p. 1.446.
28
NCB, p. 1.447.
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