segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Resposta ao comentário de um leitor esquerdista

Um leitor de esquerda concedeu-me a honra de comentar o artigo "O esquerdismo entranhado na sociedade brasileira". Farei comentários, em azul, ao que ele escreveu:

"Discordo de certos aspectos. Generalização nunca é uma boa coisa a se fazer, visto que nem todos que possuem pensamentos socialistas possuem todos os adjetivos utilizado por vossa mercê".
Li novamente o meu texto e não encontrei generalização indevida. Reconhecer aspectos predominantes numa corrente político-ideológica não é generalização, mas sistematização e interpretação. É disso que vivem os jornalistas e os cientistas. Caso contrário, bastaria o interlocutor dizer que se generalizou, e a conversa estaria encerrada. Esse é um dos recursos da esquerda: dizer que generalizamos. Outro é dizer que fomos "simplistas", que não consideramos todos os fatores. Eles sempre têm um modo mais complicado de ver as coisas.

"O capitalismo, principalmente o norte americano, tem contribuído para o aumento das desigualdades em todos os cantos onde está instalado, porém no Brasil diminuiu nos últimos anos - não atribuo isso única e exclusivamente aos governos de esquerda, mas os considero como parte fundamental nesse aspecto".
Esse discurso é carregado de esquerdismo. Desigualdades sociais sempre existiram e sempre existirão. As pessoas são iguais em direitos naturais e dignidade, mas desiguais em termos de mérito, talento, biografia, virtudes, coragem, vocação. As pessoas são diferentes. O capitalismo não é um sistema econômico criador de desigualdades sociais. As desigualdades existem por si. Talvez o leitor seja simpático à economia planificada da União Soviética. Talvez aprecie a ditadura cubana. Talvez goste muito do regime econômico da Coreia do Norte. Em todos os sistemas citados o que se produziu foi um conjunto macabro de escassez, miséria, destruição de carreiras promissoras e uma elite burocrático-militar. É possível perceber que se trata de um leitor petista ou filopetista, porque faz questão de ressaltar a suposta benemerência dos "governos de esquerda" dos anos recentes. Em que mundo o amigo vive? Os governos de Lula e Dilma semearam a crise que ora vivemos, com estagnação econômica, aumento exponencial da inflação, alta do dólar, aumento do desemprego. Os petistas estão acabando com o Brasil. Será que a ideologia o cegou?

"Quando se avalia o Brasil do ponto de vista cultural, percebe-se um complexo de inferioridade. Tudo é parâmetro para comparação com outros países e, acima de tudo, até a China torna-se melhor sob os pontos de vista de alguns. Qualquer lugar é melhor, não importa onde".
Só concordo com um ponto: a China não deve ser parâmetro para ninguém, pois não conhece a liberdade política. Aliás, seus amigos, leitor, da esquerda, relembram com saudade a Revolução Cultural de Mao Tsé-tung. Devemos fazer comparações, sim, mas com países desenvolvidos, e buscar os bons exemplos dos Estados Unidos e da Inglaterra, em vez de emular os péssimos exemplos de Cuba, Venezuela, Argentina e Bolívia.

"Fundamentalmente o que quero dizer é que o Brasileiro precisa vestir a camisa do Brasil (não da CBF), arregaçar as mangas, chamar o problema pra si e resolver a parte que lhe compete. Sejamos mais brasileiros, mais honestos, mais humanos, mais tolerantes e menos arrogantes, preconceituosos, etc."
Esse apelo ao patriotismo bocó recordou-me o que aprendi sobre o "Brasil, ame-o ou deixe-o", da Ditadura Militar. Àquela época, quem ousava se opor aos ditadores era reputado contra o Brasil. Assim também foi com outro nacionalista, Getúlio Vargas. Essa atitude não é democrática, rapazinho. E, mais do que isso, soa como provocação: se quem sustenta, com seu suor, a quadrilha do PT e asseclas, já é o homem médio, o trabalhador honesto, como ousa jogar na cara dos cidadãos de bem que a culpa é deles?

"Nosso país precisa disso e não de discussões infrutíferas que às vezes não leva a lugar algum, pois o que vejo é uma histeria coletiva onde não discussões das idéias e sim dos méritos dos interlocutores e ninguém, absolutamente ninguém aponta uma direção plausível, nem muito menos disponibiliza a cara pra bater".
"Discussões infrutíferas", "histeria coletiva"... Estas expressões dão o tom de como o leitor enxerga a democracia. Para ele, discordar do esquerdismo é discutir sem frutos e ser histérico. Democrático, não? 

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Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
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Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
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Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.