É impressionante como ideologias de esquerda ainda influenciam um grande número de pessoas de todas as classes sociais. Pululam pelo Brasil ideias esquerdistas, certamente por múltiplas causas, a exemplo do histórico gigantismo do Estado e da forte atuação de professores marxistas nas escolas e universidades.
É comum - muito comum - encontrar pessoas nacionalistas, antiamericanistas, antissionistas - ou mesmo antissemitas -, desconfiadas do "capitalismo selvagem", feministas, favoráveis à descriminação do aborto e do uso de entorpecentes, críticas acerbas do papel da imprensa, simpáticas à maior intervenção do Estado na economia e a práticas do tipo Robin Hood. Há até quem justifique - e não são poucos! - o desvio de recursos públicos em favor de "boas causas", da justiça social, ou que simplesmente silencie diante dos maiores esquemas de corrupção da história nacional - quiça mundial - sob o argumento de que isso sempre aconteceu, e que agora se fala no assunto porque quem está no poder é gente do povo...
Aqui em Salvador esse fenômeno é absurdamente acentuado, mas sei que se espalha pelo Brasil inteiro.
É curioso que os socialistas tenham surgido com uma "vocação" internacionalista e que os socialistas brasileiros tenham se tornado tão nacionalistas... O nacionalismo, historicamente ligado a ideologias extremistas e a práticas populistas, encontrou na esquerda brasileira um modo de se perpetuar, já que ambos, nacionalistas e socialistas, gostam muito de um Estado mastodôntico, que se intromete na vida dos cidadãos, cobra pesados tributos e cresce a cada dia. Pense no nacionalista e trabalhista Leonel Brizola... E agora lembre também de um folclórico nacionalista e comunista chamado Aldo Rebelo... Entende em que poço profundo nos enfiamos?
O antiamericanismo e o antissionismo - às vezes antissemitismo - andam bem juntos. É frequente o pensamento de que tudo é culpa dos Estados Unidos, mal sabendo esses tolos que sem os Estados Unidos o mundo seria muito pior. Quanto a Israel, o que dizer da má vontade dos esquerdistas, se se trata "apenas" da única democracia do Oriente Médio?!
Há uma ideia esquerdista central, plenamente equivocada, de que os pobres existem porque os ricos existem, como se a economia fosse um bolo estático repartido em proporções injustas. Isso é fruto de mentira, falácia, burrice ou conhecimento superficial. A economia não é um sistema fechado de produção de riquezas, mas um processo constante, vivo e dinâmico, em que riquezas podem ser produzidas a partir de ideias, inovações, exploração de novas fronteiras de trabalho, uso de recursos naturais e humanos, até o infinito. As normas jurídicas devem existir, entre outras coisas, para regular a economia, e não para acabar com ela, corromper sua natureza ou promover a criação de um Novo Homem, pleno de virtudes e chamado à perfeição.
Esses esquerdistas cheios de ideias generosas reclamam deveras contra o que consideram busca incontrolável do lucro, quando eles mesmos vivem como capitalistas e desfrutam de tudo o que o mundo capitalista pode oferecer - é a chamada "esquerda caviar". Eles querem viver bem, viajar, comprar, gastar, usufruir de tudo o que puderem, mas estar tranquilos com suas consciências, e por isso se posicionam a favor das "boas causas" da nova esquerda e das ideias antigas da esquerda jurássica: casamento gay, luta de classes, aborto, uso de maconha, teorias ambientalistas biocêntricas, multiculturalismo, pacifismo e muitas bobagens.
Como superar, com brevidade, o esquerdismo brasileiro, que impede seu desenvolvimento político, econômico, cultural e social? Quem descobrir a resposta tem uma passagem para o futuro.
2 comentários:
Concordo com tudo. É interessante que para "as esquerdas" há uma única e exclusiva causa para a pobreza, a saber, a injustiça. Essa certamente existe, mas há outras várias. O conhecido teólogo americano Sproul enumera-as (aqui na ordem em que me lembrei, sem qualquer tentativa de as classificar por importância relativa)
1. Injustiça social
2. Circunstâncias como viuvez, desemprego, guerras, terremotos etc.
3. Pobreza voluntária, como quando alguém que tem todas as condições para cursar boa faculdade decide ir para seminário e depois para campo missionário, e mesmo dentre não cristãos há muitos que tomam atitudes assim, idealistas
4. Preguiça - como o apóstolo Paulo ordenou, quem não quer trabalhar que não coma. Esta última os esquerdistas negam, odeiam, jamais citam (pois vai contra seu coitadismo e vitimismo) mas é fato amplamente reconhecido na Bíblia.
MORAL DA HISTÓRIA - as coisas são muito mais complexas do que os esquerdistas gostariam que fossem. Desconfiemos de todas as respostas prontas e simplistas.
Discordo de certos aspectos. Generalização nunca é uma boa coisa a se fazer, visto que nem todos que possuem pensamentos socialistas possuem todos os adjetivos utilizado por vossa mercê. O capitalismo, principalmente o norte americano, tem contribuído para o aumento das desigualdades em todos os cantos onde está instalado, porém no Brasil diminuiu nos últimos anos - não atribuo isso única e exclusivamente aos governos de esquerda, mas os considero como parte fundamental nesse aspecto. Quando se avalia o Brasil do ponto de vista cultural, percebe-se um complexo de inferioridade. Tudo é parâmetro para comparação com outros países e, acima de tudo, até a China torna-se melhor sob os pontos de vista de alguns. Qualquer lugar é melhor, não importa onde. Fundamentalmente o que quero dizer é que o Brasileiro precisa vestir a camisa do Brasil (não da CBF), arregaçar as mangas, chamar o problema pra si e resolver a parte que lhe compete. Sejamos mais brasileiros, mais honestos, mais humanos, mais tolerantes e menos arrogantes, preconceituosos, etc. Nosso país precisa disso e não de discussões infrutíferas que às vezes não leva a lugar algum, pois o que vejo é uma histeria coletiva onde não discussões das idéias e sim dos méritos dos interlocutores e ninguém, absolutamente ninguém aponta uma direção plausível, nem muito menos disponibiliza a cara pra bater.
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