sábado, 17 de outubro de 2015

ANOTAÇÕES DE UM CRENTE - O Criador

"No princípio criou Deus* os céus e a terra" (Gn 1.1).
Deus é o Criador de todas as coisas.
Não havia u'a matéria pré-existente que veio a ser simplesmente aperfeiçoada, organizada, ordenada. Tudo foi criado ex nihilo, isto é, a partir do nada.
Deus criou todas as coisas, e com elas não se confunde. A Bíblia não dá ensejo ao panteísmo ("tudo é Deus") nem ao panenteísmo ("tudo está em Deus"). A Bíblia revela, isto sim, um Deus pessoal que decidiu criar todas as coisas e que está separado, como ente, da Criação - embora não distante, como quer o deísmo.
Em hebraico, a expressão para "criou Deus" é bara Elohim. Embora o vocábulo para a divindade esteja no plural ("deuses"), o verbo permanece no singular ("criou"). Não se trata de um erro de concordância verbal: pode sugerir um plural de majestade, a natureza trina de Deus - revelada em outras passagens bíblicas - ou as duas coisas. 
O fato é que não há deuses, mas um só Deus, que resolveu criar os céus e a terra (Gn 1.1). 
Tanto em Gn 1.26 como Gn 3.22 e Gn 11.7 são empregados pronomes ou verbos no plural para indicar a natureza "plural" da divindade ("façamos"; "nós"; "Vinde"; "desçamos"; "confundamos"). Creio mesmo ser essa uma indicação da Trindade.
O Criador, que não se confunde com a criatura, é superior, soberano, maior, inigualável, singular, eterno, poderoso, infinito, transcendente.
A palavra "Criação" designa tanto a ação divina como o resultado da ação divina. 
A Criação foi um processo concebido, supervisionado, conduzido e executado exclusivamente por Deus. 
Não existe a "Mãe Natureza". O que existe é a Natureza, Criação de Deus. A Natureza não possui vontade, inteligência, desígnios, sentimentos. Parece estranho ter de afirmar isso, mas uma filosofia biocentrista, muito ligada a certos discursos ambientalistas, aprecia enaltecer a Natureza como fim em si mesma, o que não condiz com a lógica, com a ética nem com a Bíblia.
Se Deus é o Criador, Ele deve ter estabelecido normas. Existem normas naturais, de ordem química, física e biológica. Existem normas morais e éticas, relacionadas ao procedimento humano. E existem normas espirituais, relacionadas à comunhão com Deus e ao destino eterno. A criatura não pode estabelecer normas, nem substituir satisfatoriamente as normas firmadas pelo Criador.
Ordem, regra, equilíbrio, harmonia e finalidade são conceitos que se podem extrair facilmente da Natureza, porque Deus, o Criador, assim o quis. O mundo, por hipótese, poderia ser um caos ou algo completamente distinto, mas o Criador entendeu de estabelecer um mundo firmado em bases perfeitas, assim como os organismos vivos, notadamente o corpo humano, apresentam estrutura e funcionamento admiravelmente bem engendrados.
O Ser Inteligente que criou todas as coisas não é tão somente um ser superior, um deus com defeitos humanos ou um colégio de deuses cheios de intrigas e problemas. O Criador é um ser pessoal que a tudo criou com um propósito.


*Os destaques foram acrescidos por mim.

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Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.