A Assembleia de Deus do ministério de Madureira firmou apoio a Dilma Rousseff, por meio do bispo/deputado federal Manoel Ferreira. Com uma palavra da candidata petista no sentido de não defender a descriminação do aborto como política de governo, o bispo/deputado se contentou, como se tivesse mesmo acreditado nisso. É como aquela história: eu quero apoiar alguém e coloco uma condição protocolar para mostrar que não transigi com os meus princípios.
Ora, nós sabemos que o PT apóia a descriminação do aborto, o ativismo homossexual, o controle "social" da imprensa, as invasões de terra do MST. Eles nunca mudaram suas concepções mais profundas, apenas deram uma guinada pragmática ao conservadorismo econômico em favor de um projeto de poder. Os petistas continuam os mesmos.
De qualquer maneira, não pode uma igreja declarar apoio a um ou outro candidato. Se a igreja pretende politizar os membros, deve, isto sim, chamar todos os candidatos para falar, ou, melhor ainda, deve o pastor apresentar os princípios bíblicos para um bom governo, para a relação do crente com as autoridades constituídas e os conceitos de justiça, solidariedade, dever, ética, moralidade, além de questões morais importantes, que dizem respeito a temas como aborto, homossexualismo, combate às drogas ilícitas, casamento e divórcio. Esse é o papel social e político da igreja.
Constituir comissões "políticas" e achar que esse é o trabalho político da igreja é uma lástima, assim como lançar candidatos "oficiais", "naturais", como se eles fossem os legitimados por Deus para a vida pública. Ora, isso é errado porque se mistura religião e política, de tal maneira que o crente pode ser levado a votar em determinado candidato acreditando que foi Deus quem mandou. Precisamos ser éticos!
Ou nós não confiamos na maturidade política de nossos irmãos? Talvez não confiemos porque não lhes estamos dando condições de abrir a mente. Ficar dando pulos, gritos e socos no ar não edifica ninguém mesmo. É necessário abrir a Bíblia e comentar as coisas maravilhosas da Palavra de Deus. Com a exposição cristalina das Escrituras, o povo vai ser edificado e amadurecido em todos os sentidos da vida. Até o voto será mais consciente.
O que não dá para admitir de jeito nenhum é aproveitar o número de ovelhas e achar que elas constituem um curral eleitoral. Não, não constituem. A metáfora bíblica para igreja não é curral. A metáfora é rebanho, pois a igreja é pastoreada por Jesus Cristo, como as ovelhas, que em tudo dependem de seu pastor, seu guia e mestre.
Enquanto a igreja evangélica brasileira ficar se entregando a políticos, não haverá transformação social e política. Eu queria que a igreja se conscientizasse de sua dimensão! Somos milhões de brasileiros, mas ainda nos posicionamos como mais um grupo pedinte no meio de uma nação sem rumo.
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