Defendo a crítica a pecados institucionais e coletivos, mas procuro ter cuidado para não generalizar e não criticar a Igreja de forma indevida. Por exemplo, não aprecio aquele discurso de que "essa igreja não tem amor". Para mim, essa é uma fala muito apropriada na boca do Diabo.
Explico: não me parece nada construtivo dizer, de maneira categórica e descompromissada, que a igreja não tem amor. Ora, todos somos pecadores e, por isso, imperfeitos. Parafraseando o que disse, há anos, o pastor Edésio Chéquer à minha mãe, "a igreja não é uma oficina de carros novos, mas de carros velhos". Não se deve esperar que a igreja seja um poço profundo de amor e virtudes celestiais.
"Meu Deus, o que você está dizendo"? Veja bem: não sou adepto da negligência, do cinismo nem da tolerância para com o pecado. Defendo a necessidade constante de arrependimento e denúncia do erro. Todavia, dizer simplesmente que a igreja não tem amor, como já escutei, é como negar o próprio fundamento da Igreja de Cristo, pois Deus é amor, e fomos salvos do pecado por causa do amor.
A Igreja vive um processo de santificação. Lutamos contra a carne. A batalha é cotidiana e muito dura. É mais fácil lutar contra o Diabo do que lutar contra a carne. E, se depender da carne, não haverá amor mesmo. Em Cristo é que o ser humano consegue conhecer o verdadeiro amor, pois Cristo nos amou primeiro.
O Diabo é quem gosta de dizer que a Igreja é uma instituição falida. Eu posso ver uma série de erros numa comunidade local, até mesmo numa instituição em âmbito nacional, mas não posso, em sã consciência cristã, negar a natureza espiritual da Igreja. Se Cristo morreu pelos nossos pecados, e se cremos em Sua Palavra, não pode existir igreja sem amor. Essa seria uma contradictio in terminis. O amor é a matéria fundamental do Corpo de Cristo.
Um comentário:
Muito bem. Aliás, ao citar o Rev. Edésio Chequer, baiano e ex-presidente do Supremo Concílio da IPB, vejo novamente que você tem profundas raízes presbiterianas...
Mas, voltando ao assunto do post, é comum ouvirmos esse tipo de crítica (basta acessar o site do Caio Fábio para um exemplo um tanto extremo mas muito ilustrativo). Essas críticas, contudo, como você bem o disse, são muito, mas muito diferentes da maneira como Jesus e os apóstolos se referiram à Igreja. Eles nunca foram cegos aos erros da igreja, mas tampouco se deixaram levar por essa atitude leviana e satânica. Pelo contrário, Jesus disse "EU EDIFICAREI A MINHA IGREJA" - e eu creio nisso! Ele tem edificado e, na sua volta, terá uma igreja pura, sem mácula ou ruga ou coisa semelhante.
A questão parece ser a de se separar, distinguir, enfim, a igreja visível da invisível.
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