quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Anotações sobre a ação penal contra Edir Macedo e outros

Quando foi proposta a ação penal contra Edir Macedo e mais três pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus, pensei sobre a questão da liberdade religiosa, e explico: embora a denúncia se refira a lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas, também trata de estelionato e falsidade ideológica, crimes que estariam relacionados a promessas que os líderes da igreja não poderiam cumprir, mas que teriam conduzido os "fiéis" a doar bens e dinheiro.
Dias depois, a denúncia foi parcialmente recebida pela Justiça, ficando de fora justamente a imputação dos crimes de falsidade ideológica e estelionato.  Não conheço os autos nem li a denúncia, muito menos a decisão de recebimento parcial, mas imagino que o magistrado tenha pensado nesse sentido que apontei acima. Não se trata de afirmar que as vítimas foram colhidas em sua própria ambição, pois é isso o que acontece com muitos os que são iludidos por estelionatários, e os criminosos não são absolvidos por causa disso. Quero dizer que o fato de a vítima do engano ter sido atraída por sua própria inclinação ao dinheiro não isenta de culpa o enganador...Mas o que ressalto é o perigo de a Justiça avaliar que promessas religiosas merecem crédito ou não. Criar-se-ia um tribunal teológico para apurar se o que os pastores dizem é verdade à luz das Escrituras?
De fato, é muito perigoso, em minha concepção, que o Estado passe a conduzir as pessoas em seara tão delicada como a da cosmovisão, da fé e das crenças pessoais. Para mim está mais do que provado que a teologia da prosperidade é um sistema heterodoxo que nada tem de Deus...Mas, e se milhares de pessoas, que não conhecem a Bíblia, conseguem acreditar na teologia da prosperidade, o que se pode fazer quanto a isso?
Talvez se eu conhecesse os autos minhas conclusões fossem diferentes, mas reflito a partir do que assisti pela televisão. Infelizmente, aquilo que não conseguimos ensinar às pessoas acabou sendo levado aos tribunais...Que pena.

Um comentário:

João Armando disse...

Tudo tão diferente aqui no blog!

Pois é. Pessoalmente, acredito ser difícil que a justiça adentre pelo terreno pantanoso da "cosmovisão, da fé e das crenças pessoais" - mas tampouco acho isso impossível. Se leis como o PL 122 passarem no Congresso, o judiciário terá de aplicá-las e acontecerá precisamente isso. É só lembrar do "Tribunal do Santo Ofício". Nada novo debaixo do sol.



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Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.