Como cristão, conto com a esperança, uma das virtudes fundamentais, ao lado do amor e da fé. Não podemos ser cristãos e ao mesmo tempo desesperados. Não podemos criar uma "teologia da desesperança". Por causa da ressurreição de Cristo, temos o que Paulo chamou de "bendita esperança". Ela não depende de circunstâncias, nem de conjunturas econômicas, sociais ou políticas. Tudo pode ir de mal a pior, mas ainda assim a Igreja cultiva o esperar em Deus.
Esperança não é fugir da realidade. Quanto mais conheço a vida, mais sinto a necessidade de esperar o cumprimento das promessas do SENHOR. Vejo que a Bíblia se cumpre a seu tempo, e que nenhuma filosofia, conceito ou política consegue oferecer o sentido que encontrei no Evangelho. Nada vi na Palavra de Deus que tenha sido comprovadamente achado falho. Toda a minha esperança decorre da perfeição das Escrituras, tanto em sua ausência de erros como na força da mensagem da Cruz.
Dito isso, afirmo a minha certeza de que Deus não desamparará o Seu povo, seja qual for o próximo presidente, e sejam quais forem os demais representantes eleitos agora em 2010. Meu hábito de ler jornais diariamente e de acompanhar de perto as notícias sobre política me deixa informado de quantas coisas ruins se anunciam na seara político-institucional, e tenho escrito aqui sobre isso. Todavia, essa é a dimensão terrestre, em que enxergamos de maneira nebulosa, ainda. Sei que precisamos refletir e combater o bom combate, mas que há um Deus Soberano coordenando a história.
Sim! Diferentemente de Ricardo Gondim, creio que Deus dirige a história segundo Seus propósitos, e nem sou calvinista! Ora, minha esperança cristã faz com que eu tenha tranquilidade para viver a vida que Deus me concedeu, sem descuidar da reflexão e dos necessários questionamentos.
A esperança não combina com aquele tipo de escatologia alienada, que prega o terrorismo apocalíptico e a tese de que tudo vai ficar pior mesmo, e que, portanto, de nada adiantaria lutar pelo aperfeiçoamento da vida em sociedade nem pelo meio ambiente. Essa profecia é autorrealizável: eu não interfiro positivamente no mundo porque sei que ele vai piorar, e o mundo piora porque eu não interfiro positivamente no mundo. Ora, se tudo vai dar errado, espero que eu não tenha contribuído para isso!
Uma questão importante é compreender que a crença nos desígnios de Deus não nos impede de promover o bem. Essa é talvez uma das chaves para entendermos o diálogo entre história e escatologia.
Como deixei claro em outros posts, não sou simpático a Lula, Dilma Rousseff e PT, e gostaria imensamente de que esse grupo deixasse o governo federal. Entretanto, aconteça o que acontecer, tudo está em Deus. Eu só preciso acreditar que Deus não é menor que a minha consciência e capacidade de raciocínio: se fosse menor, eu é que seria deus, e então, só então, eu diria que estamos perdidos.
2 comentários:
Quando ouvimos alguém aprendemos muito e cada pessoa tem algo novo a nos ensinar...você é uma dessas pessoas. Paz
Muito bom comentário!
Vou tomar a liberdade de "pegar emprestado" sua postagem e add no blog Apologia e Espiritualidade, ao qual faço parte.
Desde já estamos seguindo o seu blog!
Parabéns!
Abraços!
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