Olha, eu não sou jornalista e este blog não acompanha tudo o que sai na imprensa, mas de vez em quando eu gosto de inserir algum comentário sobre assuntos da ordem do dia. E os vazamentos do site WikiLeaks têm dado o que falar: documentos secretos da diplomacia americana têm sido divulgados no site criado pelo australiano Julian Assange; esses documentos são enviados a jornais do mundo todo, que publicam o seu teor, fazem reportagens e dão opiniões; documentos sigilosos sobre o Afeganistão e o Iraque foram acompanhados de inúmeras outras coisas, como as falas de Nelson Jobim sobre suposto câncer de Evo Morales, a pesquisa de Hillary Clinton sobre o perfil psicológico de Cristina Kirchner e a descrição de Manuel Zelaya feita pelo embaixador americano em Honduras.
As esquerdas e os que não gostam dos Estados Unidos comemoram os vazamentos e acham esse Julian Assange um herói, um candidato ao prêmio Nobel 2011, um mito em vida. Tudo ficou ainda mais interessante com sua prisão por supostos crimes sexuais praticados na Suécia.
Sabem o que eu penso? Que a imprensa tem todo o direito (na verdade, o dever) de publicar aquilo que vazou no WikiLeaks, desde, é claro, que não agrida o direito de pessoas nem ponha em risco a vida e a integridade de populações. Mas o que esse moço Julian Assange está fazendo é errado, pois, primeiro, publicar dados sigilosos é crime, e, segundo, há nações envolvidas nisso. Eu fico a pensar sobre as muitas recomendações bíblicas sobre a importância de ficar calado e não se intrometer em coisas que não se pode dominar. Dar credibilidade e poder a um site que vaza documentos confidenciais é um perigo característico de quem não tem responsabilidade, e que acha que tudo o que for constrangedor aos Estados Unidos é bom para o mundo.
Nem sempre é preciso saber toda a verdade sobre tudo. A sabedoria está em não procurar nem inventar problema.
Numa época em que o bonito é sair criticando a existência de segredos oficiais, preocupa-me o fato de poucas pessoas do mundo crítico estarem atentas para isso. Sinceridade não é falar tudo o que a gente pensa ou sabe, mas falar realmente o que se pensa ou sabe.
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