sábado, 21 de agosto de 2010

Não há lugar para João Batista no mundo

Amanhã as Assembleias de Deus em todo o Brasil estudarão a origem, o ministério e a mensagem de João Batista, o precursor de Cristo, aquele que recebeu testemunnho de Cristo e dos profetas Isaías e Malaquias.
João Batista, segundo Jesus, foi muito mais do que profeta. De fato, ele foi o único profeta que viu a esperança de Israel em Pessoa. João foi parte do Plano de Salvação, preparando o caminho do Messias nos corações das pessoas e tendo a importante missão de batizar Jesus. Sua mensagem? A chegada do Reino de Deus.
João era um pregador de uma ética celestial. Ele confrontou o rei Herodes por viver maritalmente com a esposa de seu irmão, o Herodes Filipe.
O Batista pregava no deserto, vestia pelos de camelo, um cinto de couro, e comia gafanhoto e mel silvestre. Era um Elias mesmo. Um homem totalmente diferente de tudo o que existe.
Surgira aquele pregador estranho no deserto da Judeia com uma vocação muito clara: anunciar que o Reino de Deus se aproximava, e apontar para o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Não queria aplausos, seguidores, dinheiro nem poder. Era uma pedra no sapato, um incômodo para a religião oficial e para os governantes.
João Batista não era desse mundo. Nascido de um milagre, nascido com uma missão, ele não era mesmo desse mundo. Era uma revolução em pessoa, uma coisa inconveniente, uma mensagem sem transações.
Haverá quem deseje aprender com João Batista hoje?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Se estivéssemos num país sério...

Assisti há poucos minutos ao vídeo em que o presidente Lula se mostra preocupado com o prejuízo eleitoral, e o governador Sérgio Cabral chama de "otário" e "sacana" um jovem que fazia algumas reclamações.
Assistido, até aquele momento, por 428.428 pessoas, o vídeo postado por Ricardo Gama no youtube mostra algumas incongruências da dupla Lula/Cabral:
Diante do rapaz que pede a possibilidade de jogar tênis no complexo poliesportivo de sua comunidade, Lula diz que "tênis é esporte de burguês". O que é isso, companheiro? Que discriminação com os tenistas e com os aspirantes a tenistas! Quer dizer que os nossos jovens de baixa renda só podem sonhar em jogar futebol, ou, como diz o Lula, fazer natação? Quem disse que a sociedade deve estar dividida em grupos e seus nichos, como se não pudesse haver igualdade de oportunidades? Se o tênis tem sido um esporte mais procurado e acessado por pessoas de alta renda, não se trata de uma pecha de "esporte de burguês", mas de uma situação histórica que pode ser alterada com políticas públicas.
Ouvir o Lula falar em coisas de burguês é curioso porque ele governa amparado na burguesia que ele tanto ofendeu no passado. Seu discurso diante do jovem Leandro é uma daquelas relíquias de um passado supostamente socialista do político Lula.
Quando ouviu do rapaz que não dava para nadar no complexo esportivo nos finais de semana porque o mesmo se encontrava fechado, Lula deu uma bronca em alguém, dizendo que o custo político desse fato seria muito maior do que colocar duas pessoas para tomar conta do lugar. Sua preocupação não era com o programa de lazer para jovens carentes de uma comunidade pobre (favela do Rio), mas, sim, com os votos que poderiam ser perdidos.
Já o Sérgio Cabral conseguiu se sair pior, afirmando que o jovem fazia "discurso de otário", por sua reclamação contra a presença do Caveirão, e que ele, a quem chamou de "sacana", deveria estudar. Sim, ele deve estudar, mas não deve ser chamado assim por ninguém, muito menos pelo governador de seu Estado.
Se estivéssemos num país sério, o que aconteceria com Lula e Sérgio Cabral? Isso não é grave? Um governador xingar um rapaz não é grave? Um presidente preocupado apenas com prejuízo eleitoral não é grave?

Sobre a matéria de capa da revista Época acerca da "Nova Reforma Protestante"

A reportagem de capa da revista Época sobre o que chama de "Nova Reforma Protestante" é a mais lúcida, honesta e coerente matéria que já li sobre evangélicos. Em meio a um costume de generalizações e estereótipos, em que repórteres convidam pastores sem representatividade para falar de temas evangélicos, dessa vez a revista citou nomes de referência, como Augustus Nicodemus Lopes, Ricardo Gondim, Ricardo Agreste, Ed René Kivitz, Robinson Cavancanti e Ricardo Quadros Gouveia, além de livros de Paulo Romeiro, para mostrar a tendência de crítica ao movimento neopentecostal, numa batalha de diferenciação e denúncia da corrupção.
O texto, assinado por Ricardo Alexandre, tem o mérito de apresentar aos leitores uma visão de um tipo de evangélico que existe, mas que foge aos padrões lançados à mídia e que dão a entender que somos um monobloco, um grupo homogêneo capitaneado pela Universal do Reino de Deus e pela Renascer em Cristo. Com clareza e honestidade, o repórter trata do crescente movimento de crítica aos abusos neontecostais, com suas variadas matizes: desde aqueles que imitam a "Igreja Emergente" dos norte-americanos até os que pregam a "desinstitucionalização" e liberação dogmática da Igreja. Mostra, ainda, que essa tendência se exibe com força na internet, por meio de sites e blogs.
Sinto-me parte desse grupo de pessoas que se sentem descontentes com o movimento evangélico brasileiro, e me tornei autor de blog justamente com a finalidade de desabafar e ensaiar críticas ao sistema atual. Todavia, não posso deixar de dizer que discordo de algumas variantes desse fenômeno, o que explico por tópicos: 

  • Não precisamos trocar o vocábulo "igreja" pelo termo "comunidade". Qual o problema em sermos identificados como igreja? Esta é uma palavra tão rica de sentido teológico que não vejo motivo para essa substituição. "Comunidade" pode ser desde eufemismo para "favela" até páginas sociais da rede mundial de computadores. Igreja é um agrupamento de pessoas salvas por Cristo;

  •  Não concordo com o afastamento do termo "evangélicos". Nós somos evangélicos porque participamos do movimento evangélico ou evangelical, e não devemos ceder esse termo aos pseudopentecostais só porque eles se tornaram mais conhecidos na imprensa. Por isso, estou com o Rev. Augustus Nicodemus Lopes quando ele diz no blog tempora-mores que, primeiro, não se trata de novos evangélicos, e, segundo, que os que não são verdadeiramente evangélicos é que não devem ser considerados como tais.

  • Não precisamos "desinstitucionalizar" a igreja. O problema não é a hierarquia nem as estruturas administrativas e de política eclesiástica, mas o que nós fazemos disso tudo. Considero possível que existam grupos de sobrevivência espiritual quando, em determinadas circunstâncias, essa se mostra a saída para certas pessoas inconformadas com o estado de coisas, mas não penso que a partir disso nós devamos criar toda uma teologia eclesiástica sem instituições;

  • A chamada Igreja Emergente, coisa dos americanos, parece-me uma tentativa de a igreja se tornar palatável ao mundo. Não ignoro a necessidade de contextualização da mensagem, do uso de instrumentos de comunicação e linguagem acessível, mas daí a criar igrejas parecidas com a sociedade, como "mais um grupo" nessa teia pluralista, eu não penso que se tem uma boa distância;

  • Não concordo de jeito nenhum com a abolição de termos como pecado, vingança, ira ou coisas do gênero, porque tudo isso está escrito na Bíblia, e cada palavra tem o seu significado próprio, dependendo do contexto;

  • Não concordo de jeito nenhum com a liberação dogmática, expressão que uso aqui para me referir a uma introdução do liberalismo teológico na Igreja brasileira a ponto de achar que os males começam com a fé em verdades fundamentais e inabaláveis.

  • Não podemos deixar que o (saudável) movimento de denúncia do pecado institucional da Igreja brasileira se torne pretexto para lutas que nada têm que ver com isso. Não devemos combater as instituições em si, mas o pecado institucional e institucionalizado.
De um modo geral, gostei da matéria. É importante que os jornalistas façam pesquisas e entrevistas que superem a mania da generalização e da queda por lugares-comuns.

sábado, 7 de agosto de 2010

Infelizmente, perduram alianças entre igrejas e políticos

A Assembleia de Deus do ministério de Madureira firmou apoio a Dilma Rousseff, por meio do bispo/deputado federal Manoel Ferreira. Com uma palavra da candidata petista no sentido de não defender a descriminação do aborto como política de governo, o bispo/deputado se contentou, como se tivesse mesmo acreditado nisso. É como aquela história: eu quero apoiar alguém e coloco uma condição protocolar para mostrar que não transigi com os meus princípios.
Ora, nós sabemos que o PT apóia a descriminação do aborto, o ativismo homossexual, o controle "social" da imprensa, as invasões de terra do MST. Eles nunca mudaram suas concepções mais profundas, apenas deram uma guinada pragmática ao conservadorismo econômico em favor de um projeto de poder. Os petistas continuam os mesmos.
De qualquer maneira, não pode uma igreja declarar apoio a um ou outro candidato. Se a igreja pretende politizar os membros, deve, isto sim, chamar todos os candidatos para falar, ou, melhor ainda, deve o pastor apresentar os princípios bíblicos para um bom governo, para a relação do crente com as autoridades constituídas e os conceitos de justiça, solidariedade, dever, ética, moralidade, além de questões morais importantes, que dizem respeito a temas como aborto, homossexualismo, combate às drogas ilícitas, casamento e divórcio. Esse é o papel social e político da igreja.
Constituir comissões "políticas" e achar que esse é o trabalho político da igreja é uma lástima, assim como lançar candidatos "oficiais", "naturais", como se eles fossem os legitimados por Deus para a vida pública. Ora, isso é errado porque se mistura religião e política, de tal maneira que o crente pode ser levado a votar em determinado candidato acreditando que foi Deus quem mandou. Precisamos ser éticos!
Ou nós não confiamos na maturidade política de nossos irmãos? Talvez não confiemos porque não lhes estamos dando condições de abrir a mente. Ficar dando pulos, gritos e socos no ar não edifica ninguém mesmo. É necessário abrir a Bíblia e comentar as coisas maravilhosas da Palavra de Deus. Com a exposição cristalina das Escrituras, o povo vai ser edificado e amadurecido em todos os sentidos da vida. Até o voto será mais consciente.
O que não dá para admitir de jeito nenhum é aproveitar o número de ovelhas e achar que elas constituem um curral eleitoral. Não, não constituem. A metáfora bíblica para igreja não é curral. A metáfora é rebanho, pois a igreja é pastoreada por Jesus Cristo, como as ovelhas, que em tudo dependem de seu pastor, seu guia e mestre.
Enquanto a igreja evangélica brasileira ficar se entregando a políticos, não haverá transformação social e política. Eu queria que a igreja se conscientizasse de sua dimensão! Somos milhões de brasileiros, mas ainda nos posicionamos como mais um grupo pedinte no meio de uma nação sem rumo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A perfeição da democracia é saber-se imperfeita

A democracia é um regime político processual: ela vai se construindo dia após dia, sem verdades absolutas, sem o desfecho escatológico da história e sem respostas rápidas. Bem por isso, sempre surgem autoritários, de esquerda ou de direita, que não se contentam com os lentos processos de captação da vontade popular e de fortalecimento de instituições sociais. Mas, de toda maneira, por qualquer perspectiva que se queira enxergar, a democracia é imperfeita.
Imperfeita é a democracia porque imperfeito é o homem. Mas é bom que seja assim: melhor um regime consciente da imperfeição geral do que regimes messiânicos, que pensam ter a verdade histórica em seu poder.
A tentação socialista é justamente a de achar que existe um homem perfeito e ideal, a ser construído pelo partido do povo; que todos os problemas do mundo se explicam pela desigualdade de renda; que tudo o que for contrário ao pensamento do partido do povo é coisa das elites, da imprensa golpista e dos colonizadores; que religião, cultura e ideias devem estar monitorados pelo poder central; e que a única democracia que deve existir é a democracia dos meios de produção, que seria incompatível com as liberdades individuais.
Quem não ouviu dizer que Cuba não tem liberdade individual mas tem igualdade social? Esse é o ponto fundamental: em vez de se tratar com um regime político de processo, que se vai construindo aos poucos, em bases racionais e políticas, pensa-se num regime utópico de uma tal dialética materialista, em que a uma tese e uma antítese se juntaria uma síntese histórica, uma resposta definitiva. Ora, isso jamais existirá! Não por parte da Humanidade.
Dito isso, chego ao debate de ontem, passado na Band. Ali estava um Plínio de Arruda Sampaio defendendo ideias antiquíssimas e superadas pela história, um socialismo sem fundamento, para o qual tudo se explica e se resolve com a distribuição radical da renda. Por isso, defende absurdos como a limitação de terras a 1000ha, legitimidade total ao MST e não-pagamento da dívida contraída pelo Brasil. Em suma, defende que o ser humano não é ruim e imperfeito: basta resolver o problema social e tudo o mais se resolverá. Isso é messianismo. E ainda aparece jornalista dizendo que Plínio venceu o debate...
Curiosamente, os quatro principais candidatos à presidência em 2010 são ligados à esquerda, e três vieram ou estão no PT:
Dilma Rousseff, petista ainda, foi militante de movimentos armados e participa de um governo pragmaticamente conservador na economia mas alinhado com a agenda esquerdista no que toca a "direitos humanos" (aborto, controle social da mídia, apoio maciço a movimentos sociais de pressão, ativismo homossexual), além de amizade com ditadores africanos, árabes e asiáticos.
Marina Silva, que foi petista e aguentou o quanto pôde num governo de mensaleiros e aloprados, agora é verde, e defende um esquerdismo ecológico.
Plínio de Arruda Sampaio, fundador do PT e dissidente fundador do PSOL, representa uma esquerda extremada, que prega aquele marxismo obsoleto (ou o obsoleto marxismo).
E José Serra, embora chamado pelos petistas de neoliberal e direitista, começou na política como presidente da UNE, aliado do esquerdista João Goulart, e acabou sendo exilado por 14 anos na ditadura civil-militar iniciada em 1964. Diferentemente do que os petistas querem fazer crer, ele sempre divergiu de FHC em questões econômicas, e não pode jamais se enxergado como seguidor e legítimo representante do governo do sociólogo tucano.
Então, se dos nove candidatos, os quatro principais são de esquerda, como dizer que a democracia não lhes tem dado oportunidade? Vejam o presidente Lula, que chegou ao poder tendo sido retirante nordestino, metalúrgico e sindicalista. Essa é a democracia, com seus avanços e retrocessos, seus acertos e erros.
É claro que as coisas demoram. E vão demorar mesmo. Vou repetir: tudo em política deve ser um processo contínuo de amadurecimento. Viram o Collor, caçador de marajás? Foi impedido, lembram? Pois é. Os messias não podem ter vez. Para ajustar os ponteiros, temos o princípio republicano, que, por meio de regras e procedimentos, faz com que se tenha alternância de poder e mecanismos institucionais de retirada do poder.
Como cristão evangélico, seria contraditório eu acreditar num regime político escatológico, total, apoiado na excelência humana. Como diriam os calvinistas, eu creio na depravação total.


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O defensor de Silas Malafaia

Eliseu Antonio Gomes é um dos blogueiros que colabora ativamente com a UBE (União de Blogueiros Evangélicos), à qual ainda sou filiado. Seu nome aparece muito nos textos da UBE, e por causa dela foi que ele surgiu dando opiniões. Reparei que ele gosta muito de Silas Malafaia, o que é seu direito, e até já tivemos um pequeno embate de ideias porque ele não aceitou que eu criticasse o pastor Malafaia.
Explico: em determinado post, a proposta de Eliseu Antonio Gomes era elogiar ou, ao menos, comentar a atuação de Silas Malafaia no Programa do Ratinho, cujo tema era o PLC 122/06, aquele projeto de lei que criminaliza o que chamam de "homofobia". Comentando a participação do pastor, deixei clara a minha admiração pelo lado debatedor de Silas Malafaia, contrastando com sua postura em defesa da herética teologia da prosperidade. Pronto! Foi o suficiente para o administrador da UBE me reprovar, como se eu estivesse agindo contra a pessoa do Silas Malafaia, como se minha atitude não fosse cristã e não coubesse ali.
Em razão disso, escrevi e-mails para o irmão João Cruzué, outro administrador da UBE, e decidi não visitar muito os textos da mesma. De vez em quando, porém, passo por lá, e eis que ontem deparo com a crítica renhida de Eliseu Antonio Gomes a Ricardo Feltrin, que em seu programa semanal na TV UOL disse ter sido fracassado o projeto Clube de Um Milhão de Almas, do consórcio Malafaia/Mike Murdock.
No vídeo, Feltrin parece ter mesmo se equivocado, achando que o objetivo de Malafaia seria alcançar um milhão de doadores, de maneira que obter menos de 5.000 doadores teria sido um fracasso retumbante. Todavia, diferentemente do que diz o Eliseu Antonio Gomes, não se trata de uma pessoa querendo plantar discórdia entre irmãos. Ricardo Feltrin afirmou não querer comentar o mérito da teologia da prosperidade, e disse que os programas religiosos são objeto de sua análise porque tomam boa parte da programação televisiva. Ora, ele ganha a vida comentando o que passa na TV brasileira. E penso que o faz muito bem, algo que nós evangélicos deveríamos tomar como exemplo, em vez de optar por uma defesa acrítica de projetos não amparados em verdades bíblicas.
Malafaia quer mesmo alcançar um milhão de almas? Como o fará? Com o mesmo conteúdo dos seus programas no Brasil, em que expõe as entranhas da Convenção Geral das Assembleias de Deus, de onde saiu há pouco, não sem antes falar coisas que só interessam a assembleianos? Em que seus desabafos edificam e evangelizam? Não podemos sequer fazer uma crítica consciente e fundamentada só porque ele se diz evangélico? Que história é essa? Posturas como a de Eliseu Antonio Gomes, com todo o respeito, me lembram certa imprensa e certos "comentaristas" da internet brasileira, que vivem elogiando e protegendo seus admirados no governo do presidente petista, apesar de todos os erros verbais e de conduta.
Eu precisava registrar meu parecer sobre esse caso.

domingo, 1 de agosto de 2010

Muito cuidado com certos discursos!

Defendo a crítica a pecados institucionais e coletivos, mas procuro ter cuidado para não generalizar e não criticar a Igreja de forma indevida. Por exemplo, não aprecio aquele discurso de que "essa igreja não tem amor". Para mim, essa é uma fala muito apropriada na boca do Diabo.
Explico: não me parece nada construtivo dizer, de maneira categórica e descompromissada, que a igreja não tem amor. Ora, todos somos pecadores e, por isso, imperfeitos. Parafraseando o que disse, há anos, o pastor Edésio Chéquer à minha mãe, "a igreja não é uma oficina de carros novos, mas de carros velhos". Não se deve esperar que a igreja seja um poço profundo de amor e virtudes celestiais.
"Meu Deus, o que você está dizendo"? Veja bem: não sou adepto da negligência, do cinismo nem da tolerância para com o pecado. Defendo a necessidade constante de arrependimento e denúncia do erro. Todavia, dizer simplesmente que a igreja não tem amor, como já escutei, é como negar o próprio fundamento da Igreja de Cristo, pois Deus é amor, e fomos salvos do pecado por causa do amor.
A Igreja vive um processo de santificação. Lutamos contra a carne. A batalha é cotidiana e muito dura. É mais fácil lutar contra o Diabo do que lutar contra a carne. E, se depender da carne, não haverá amor mesmo. Em Cristo é que o ser humano consegue conhecer o verdadeiro amor, pois Cristo nos amou primeiro.
O Diabo é quem gosta de dizer que a Igreja é uma instituição falida. Eu posso ver uma série de erros numa comunidade local, até mesmo numa instituição em âmbito nacional, mas não posso, em sã consciência cristã, negar a natureza espiritual da Igreja. Se Cristo morreu pelos nossos pecados, e se cremos em Sua Palavra, não pode existir igreja sem amor. Essa seria uma contradictio in terminis. O amor é a matéria fundamental do Corpo de Cristo.


Fale comigo!

Gostaria de estabelecer contato com você. Talvez pensemos a respeito dos mesmos assuntos, e o diálogo é sempre bem-vindo e mais que necessário. Meu e-mail é alexesteves.rocha@gmail.com. Você poderá fazer sugestões de artigos, dar idéias para o formato do blog, tecer alguma crítica ou questionamento. Fique à vontade. Embora o blog seja uma coisa pessoal por natureza, gostaria de usar este espaço para conhecer um pouco de quem está do outro lado. Um abraço.

Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

Arquivo do blog

Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.