Políticos não podem dizer tudo o que pensam. Daí vem a expressão "politicamente correto". Mas se eles não podem, eu posso, e vou dizer o seguinte: sem generalizar, afirmo que há um número absurdo de pessoas mal-educadas aqui na Bahia. Não me refiro ao povo para não cometer um erro, mas qualquer pessoa de bom senso percebe o quanto existe de deseducação em meu Estado.
Um exemplo disso é o mar de "santinhos" jogados no chão neste dia de eleições. Um camarada jogou vários deles em cima do meu carro enquanto eu passava, voltando da igreja. Pela janela, disse-lhe para não fazer aquilo, ao que me respondeu: "Ôxe, vai arranhar, é?" E eu retruquei: "Vai arranhar, e isso aí é crime eleitoral". Sim, é crime eleitoral reunir-se para fazer boca de urna. Qualquer tipo de propaganda eleitoral, a não ser aquela manifestação silenciosa do eleitor, é crime hoje. Mas quem sabe disso?
No trânsito, é um horror. Eles furam o sinal, "metem o terço", como se diz por aqui - pondo o carro na frente para forçar a passagem -, estacionam em lugar errado com o pisca-alerta ligado, como se isso fosse suficiente - e violam as mais diversas leis. E em minha rua, que é de mão única, frequentemente eu vejo carros vindo em sentido proibido.
Minha esposa, descendente de japoneses, tem que ouvir constantemente, no bairro, frases alusivas à sua aparência, à sua condição étnica. Mas ela não pode ir a uma delegacia e dizer que isso é racismo. Ou pode? Um médico amigo meu, que tem pele clara e descende de libaneses e alemães, não pôde entrar num estabelecimento no Pelourinho por não ser "negro". Isso não é racismo? Isso não é falta de educação?
A deseducação campeia por aqui. Às vezes estou tranquilo e passa uma criança, jovem ou mesmo adulto e dá um grito perto de mim, como se fosse razoável gritar perto de alguém. O indivíduo quer chamar a atenção de outrem e grita aos meus ouvidos.
No caminho da escola, a pé, minha esposa ouve filhos respondendo mal aos pais, e ela precisa mostrar à minha filha que aquilo é errado, pois em casa não ensinamos assim. E tem mais: muitos motoristas até diminuem a velocidade para ver minha filha, brincar com ela, mas não são capazes de parar e dar passagem.
O educado passa a ser visto como bobo. Dar o lugar a uma senhora no ônibus? Nem pensar. Ah! Lembrei de que dia desses ia de ônibus ao dentista quando uma moça ligou o celular só para tocar uma música em volume alto, do pior estilo possível. Tudo bem, que ela ouça o que quiser. Mas eu preciso ouvir também?
Tenho o salvo-conduto dos que não são políticos. Posso dizer, sem ofensas, o que muita gente gostaria de dizer e não tem oportunidade. Espero em Deus que pelo menos os evangélicos sejam mais educados do que a média estadual e nacional...Haja oração!
Um comentário:
Sinto em informa-lhe amigo, Fortaleza
também anda por esse caminho.Paz
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