"(4) Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai.
(5) E agora, senhora, peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
(6) E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento, como ouvistes desde o princípio, é que andeis nesse amor".
Na reflexão anterior (e inaugural), vimos que II Jo pode ser dividida em quatro seções. A segunda seção, composta pelos versículos 4 a 6, trata do amor.
Inicialmente, o apóstolo João se mostra "sobremodo alegre" por ter encontrado a igreja andando na verdade. O verbo "andar" é igualmente empregado por João, em sua Primeira Epístola, para se referir a procedimento diário. Andar na verdade é proceder cotidianamente de maneira íntegra.
Essa seção dedica-se ao amor, considerado, não um "mandamento novo", mas aquele mandamento "que tivemos desde o princípio". Também essa linguagem é característica do estilo joanino.
O "princípio" a que João se refere é o período em que Jesus esteve com os apóstolos, e lhes ensinou sobre o amor (Jo 13.34,35). O amor - mandamento, e não sentimento, temperamento ou virtude humana - consiste em andar nos mandamentos do SENHOR. De maneira interessante, João ensina que amar é andar nos mandamentos, e que o mandamento consiste em amar.
Não se trata de um círculo, mas de uma estreita associação e vinculação entre o amor e o mandamento. Logo, entre o amor e a verdade. O fundamento da Palavra de Deus é o amor, e aquele que ama a Deus verdadeiramente guarda a Sua Palavra (cf. Jo 14.21).
Considero da maior relevância que a Bíblia dê tamanha ênfase ao amor como mandamento. Nenhum livro tido como sagrado exorta ao amor (procure exortações semelhantes no Alcorão, por exemplo). Também é digno de nota que a Bíblia não nos ensina a exigir o amor, mas a oferecê-lo.
Vale, ainda, ressaltar a empatia de João para com as suas ovelhas. Ele fica "sobremodo alegre" em razão do testemunho dos irmãos, e expressa esse sentimento. Elogiar e reconhecer as boas atitudes das pessoas deveria ser algo estimulado em nossas igrejas e relações interpessoais.
Um dos traços psicológicos que todo líder de igreja deve ter é a capacidade de se alegrar com os irmãos. Pregar, ensinar e administrar são habilidades necessárias ao líder de igreja, mormente ao pastor, mas pouco adiantarão se o líder se afastar das pessoas.
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