Deixo aqui para eventuais interessados algumas reflexões que preparei para falar numa de nossas congregações aqui em Salvador/BA, no ano de 2013, sobre "família". Vejamos:
1.
Deus criou a família antes da Igreja e antes da sociedade. Trata-se, pois, de uma instituição divina. Em Gn 1.26-28, Deus ordena a Adão e Eva que cresçam e se multipliquem. Em Gn 2.18, Deus afirma que "não é bom que o homem esteja só". Estabelecido o princípio gregário, a família foi criada, e nisso se constata forte vínculo entre a família e a sociedade. O texto de Gn 1.26-28 revela os aspectos da espiritualidade, moralidade, igualdade entre os cônjuges, sexualidade e responsabilidade, o que torna a família caracterizada por traços biológicos, relacionais, assistenciais, éticos e sociais.
2.
Deus revelou-Se a uma família. Abraão, Isaque e Jacó, chamados por Deus, deram início a uma família que veio a se tornar o povo de Israel (família-clã-tribo-povo-Reino). Muitas histórias patriarcais narradas em Gênesis mostram conflitos e sentimentos típicos de relações familiares. A família de Davi passou por sérios problemas por causa de pecados cometidos.
3.
As genealogias são registros de famílias (Antigo e Novo
Testamento).
4.
A Igreja é a “família de Deus”. Ef 2.19.
5.
As Escrituras valorizam a família. No Antigo Testamento há, por exemplo, ênfase nos valores transmitidos pelos pais (Pv
4.1-5; 6.20-23; 13.1; 14.1; 17.21; 19.18; 22.6; 23.22). Usa-se muito a expressão “filho meu” (1.8, 10, 15; 2.1; 3.1, 11,
21; 4.10, 20; 5.1 (7), 20; 6.1, 20; 7.1; 23.26; 24.13,14). A missão
da mulher virtuosa é descrita em Pv 31.10-31.
6. O Novo Testamento também valoriza a família. O texto de Ef
5.21-6.4 trata de autoridade e submissão, liderança, espiritualidade, amor, educação cristã, honra, disciplina. O texto de Cl
3.18-21 cuida de submissão, amor, obediência, cuidado paternal. I
Pe 3.1-7 trata de testemunho, simplicidade e modéstia cristã, dignidade, igualdade entre os cônjuges, espiritualidade, vida em comum, discernimento. I
Tm 3.2,12 ensina que os obreiros devem dar o exemplo na condução de suas
famílias. I
Tm 5.8 mostra que a família é ambiente de assistência e previdência.
7.
O inimigo pretende desorganizar as famílias.
Está em curso a agenda
política da militância homossexual, apregoando a adoção de crianças por duplas
homossexuais - o que já ocorre -, e novas definições da sexualidade e da própria família, com a defesa de “novos
modelos de família”. Tem-se apresentado como algo normal a família monoparental e a família de pais
homossexuais.
É próprio das esquerdas a intervenção
do Estado na vida privada e doméstica, o que adentra à esfera da educação e disciplina dos filhos. Eles querem reinventar a orientação
sexual e influenciar a ideologia e a cosmovisão.
A família deve ser uma proteção
para o indivíduo, e por isso as esquerdas e o liberalismo teológico têm lutado contra os alicerces familiares firmados por Deus na Sua Palavra.
Não é de hoje que esse ataque existe, procedendo de variadas fontes. Em Esparta, cidade-estado altamente militarizada, as crianças pertenciam ao Estado e desde cedo eram arrebatadas dos lares familiares para o treinamento bélico. Na Alemanha Nazista, crianças eram tomadas para a doutrinação nacional-socialista. O Comunismo Soviético, cujo traço fundamental é o totaliarismo, era avesso aos valores individuais e familiares. Se os comunistas e socialistas punham o Partido acima do indivíduo, os regimes fascistas - entre os quais o Nazismo - enxergavam o Estado nesse patamar.
Há através dos séculos uma tendência
“coletivista” de eliminação da família, entendendo-se erroneamente o indivíduo como filho
do grupo social ou comunidade. O Socialismo Marxista entende que a
família tradicional é uma invenção burguesa, capitalista.
Não se trata de moralismo, mas precisamos defender valores cristãos a respeito da família. Tenho receio de que não estejamos verdadeiramente atentos a isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário