Estamos na "Era do Conhecimento" ou "Era da Informação". Sabemos, em tempo real, de fatos havidos do outro lado do mundo. Muita gente viu, em todo o mundo, ao vivo, as Torres do World Trade Center caírem. Eu assisti ao discurso do presidente George W. Bush declarando guerra ao Iraque, e de imediato vi as primeiras investidas. Vi tudo isso de madrugada, no televisor da casa de minha mãe lá na Bahia. As informações correm depressa.
A televisão, a Internet, os jornais, o rádio, os livros eletrônicos, os telefones celulares, tudo isso forma um amplo arsenal de conteúdos os mais diversos à nossa disposição. Milhões de pessoas no Brasil acessam a Internet, de um computador em casa, numa lan house ou de outras maneiras. O certo é que a informação tem uma celeridade muito grande, absurda.
Em meio a tudo isso, diante de tantas coisas, minha mente fica pequenininha. Não consigo apreender tudo sobre política, economia, saúde, culinária, psicologia, teologia, história, literatura, tecnologia, relações internacionais...
O coração fica apertado, não sou onipresente nem onisciente, embora o pensamento voe tão longe. Minha cabeça vai ao Japão, dá uma passada na Tailândia, retorna ao Brasil, bem no Piauí, mas eu estou em Campo Grande-MS.
Toda essa confusão me faz lembrar do Salmo 131. O salmista Davi escreveu: "SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes cousas, nem de cousas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma, como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo. Espera, ó Israel, no SENHOR, desde agora e para sempre" (Sl 131).
Reconheço que Davi estava sendo humilde, rejeitando a soberba, a altivez, as grandes e maravilhosas coisas, e que preferia o sossego da criança que se recolhe nos braços da mãe. Sei que Davi estava prestigiando a simplicidade.
No entanto, podemos extrair mais esta lição: sossegar como bebê no colo da mãe é uma dádiva de Deus, que não exige que sejamos sabichões, nem podemos ser. Há um limite para tudo. Devemos ter discernimento, existem prioridades, existem informações necessárias e outras supérfulas. Precisamos escolher o que vamos ler, ouvir, assistir, pois o tempo é curto, e nossas vidas são preciosas.
Sossegar no colo da mãe é a proposta do SENHOR para nós, do Século XXI. Por isso, ainda é tempo de ficarmos tranqüilos - não precisamos correr com a multidão.
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