Tenho um problema com os antropólogos e outros "cientistas" que se acham no direito de proteger com exclusividade os direitos indígenas, afastando outras formas de ver o problema. Parecem querer que o índio fique eternamente numa vitrine, para que nós, os não-índios, possamos ter um alívio e dizer: "Oh, como nós preservamos a sua cultura".
O fato é que nem sempre o índio quer manter costumes de sua tribo e etnia, às vezes ele quer mesmo viver como um cidadão brasileiro comum, ou compartilhar os dois mundos. Creio que esse é um direito dele. O que não pode acontecer é obrigar o índio a ser e agir de um modo enquanto ele pretende ser e agir livremente.
Preservar a cultura indígena não pode significar o seu abandono à falta de proteção em termos de direitos humanos, diteitos fundamentais da pessoa.
No ano passado, vi no Fantástico (TV Globo) que existe um grupo indígena em que as adolescentes ficam separadas da comunidade desde a primeira mestruação. Elas ficam dentro de uma oca sem poder sair de jeito nenhum, com o cabelo crescendo sem controle, só podendo ver o mundo por uma fresta. As grávidas ficam também reclusas por um bom tempo. Todas as mulheres passam por isso. O argumento é que elas estão sendo protegidas de espíritos maus, mas a verdade é que essa é uma medida de proteção contra a proliferação descontrolada da prole.
Sabe-se que aqui em Mato Grosso do Sul os índios vivem mal, muitas crianças morrem de fome, desnutridas. E os índios ficam esperando uma migalha do Governo, na forma de cestas básicas. Eles acham um absurdo que o Governo não forneça as cestas com freqüência, e reivindicam isso como um direito absoluto.
Li em algum lugar que a violência sexual é mais comum entre as comunidades indígenas do que em outros arraiais. Não haveria algo errado?
Creio que podemos discutir isso com maior profundidade. Uma coisa é a cultura de um povo. Outra coisa, bem diferente, é o abuso dos direitos inerentes à natureza humana, especialmente num País que possui uma legislação tão boa em termos de proteção de diteitos humanos, e que partilha dos pactos internacionais nesse sentido.
Mais uma palavra: não sou contra os índios. Na verdade, é por ser ser defensor que faço essa reflexão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário