Não deveríamos viver em função de nós mesmos. "Ninguém é o centro do universo", diz a letra de uma conhecida canção brasileira ("Brincar de Viver", de Guilherme Arantes).
Imagino que o fato de Deus ser Trino nos fornece uma noção comunitária da Divindade. Quanto ao homem, não é bom que esteja só (Gn 2.18). Pensamos logo em casamento quando lemos esse versículo, mas antes disso Deus estava institundo o princípio gregário, segundo o qual o ser humano necessita viver em sociedade.
Israel é um povo. A Igreja é um povo. Jesus veio para salvar pessoas de diversas nações. Nos céus haverá pessoas de toda etnia, tribo, língua e nação. Tudo o que Deus nos oferece tem uma dimensão coletiva.
Diferentemente, nosso mundo é egoísta, individualista.
Vejo pessoas comuns, no dia-a-dia, querendo levar vantagem, ser primeiras em tudo. O camadara vê que há uma fila de carros para entrar no estacionamento, e mesmo assim vai enfiando a sua pick-up (tão frequente em Campo Grande-MS...) para ver se dá para entrar e pegar uma vaga. Pessoas furam o sinal na maior tranquilidade, como se o compromisso delas fosse mais importante que os do outro motorista. Qualquer gesto de renúncia e boa educação parece do outro mundo, a gente não está acostumado, acha que é abnegação demais.
Aliás, na Igreja nós falamos de amor como sendo a essência de Deus, o maior dos mandamentos, o resumo da Lei, a mais excelente das virtudes, muito mais que mero sentimento. No entanto, isso fica muito transcendental. Na prática, no cotidiano, na hora em que o meu fica ameaçado pelo que é do outro, aí sim é que o meu amor será provado.
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