sábado, 13 de fevereiro de 2010

Mais um discurso "religioso" que não pode passar em branco

O agora preso e afastado governador José Roberto Arruda (sem partido; ex-DEM) está abatido, dizem. Comeu arroz, feijão, batata e bife. Recebeu visitas. Passa o tempo lendo. Não teria conseguido dormir essa noite. Espera o julgamento do mérito do habeas corpus pelo STF, tendo sido negado o pedido liminar. Vai passar o Carnaval na cadeia - bem, não é exatamente uma cadeia a sala da Diretoria Técnico-Científica da Superintendência da Polícia Federal... Mas, nesse contexto político-penal que acompanhamos pelos jornais, o discurso religioso do governador é uma coisa interessante.
Já comentamos aqui, em outra postagem, a declaração de Arruda no sentido de que perdoara todos os seus inimigos, para que pudesse obter o perdão de seus pecados. Outro dia, vejam só, ele disse que um dia poderá afirmar, como o apóstolo Paulo: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé". Depois, foi preso, no que aparentemente se parece com Paulo. Mas há diferenças!
Paulo foi preso sob acusações infundadas de opositores judeus que não aceitavam a disseminação do Evangelho. Viam em Paulo um perigo para suas pretensões, embora ele jamais tenha cometido crimes - refiro-me ao período posterior ao encontro com Cristo. Já o governador Arruda, é certo que ainda não foi julgado, mas sua prisão preventiva se deve à necessidade de preservar a instrução penal, já que existem fortes elementos de que estaria tentando corromper uma testemunha, para o que há provas como bilhete de sua lavra, depoimento da testemunha, depoimento de um dos intermediários e um vídeo bombástico, depois de tantos vídeos mostrados pela Operação Caixa de Pandora.
Sempre que políticos em aperto com a Justiça usam palavras bíblicas eu fico pensando na questão da inconveniência. Eles conseguem mesmo fazer isso? Citar Paulo para quê? Para mostrar religiosidade?
Esse é um típico exemplo de coisa fora do lugar.

Um comentário:

João Armando disse...

Antes fossem palavras de confissão e arrependimento, como o "pequei" de Davi. Nessas horas, amiúde se ouvem apenas justificativas, explicações, autocomiseração... A porta do Reino é deveras estreita - arrependimento. Arrependimento humilha, custa caro. Oxalá Deus tenha compaixão dele - e o livre também da falsa conversão, do "virar crente", tornando-se assim duplamente perdido.



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Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.