As Organizações Globo têm veiculado na Internet a propaganda de uma promoção chamada Sua Casa é Brother. O mote da campanha publicitária é dar ao assinante da globo.com o direito de concorrer a "tudo o que você vê na casa" do Big Brother Brasil, ou seja, uma série de produtos eletrodomésticos. Mas, ao ouvirmos o locutor dizer que o assinante concorrerá a tudo o que há na casa, surge uma mulher sentada no colo do garoto-propaganda, para o locutor emendar: "Bem, quase tudo".
Quando vi a propaganda, imediatamente percebi o seu tom preconceituoso: para a peça publicitária da globo.com, a mulher é um entre vários prêmios ou objetos contidos na casa em que homens e mulheres desconhecidos exibem suas vidas e seus corpos para todo o Brasil. O assinante terá que se contentar em levar todos os produtos, menos a mulher bonita.
A Rede Globo, principal empresa das Organizações da família Marinho, gosta de se posicionar como politicamente correta, prestadora de serviços de utilidade pública e observadora dos direitos. Todavia, além de transmitir programas em que a mulher é mostrada como um pedaço de carne pronto para o sexo, agora tem numa simples propaganda a confissão expressa do desprezo que dá à condição da mulher.
Quem são os machistas? Quem contribui para o aviltamento da mulher? Quem pavimenta o caminho da indignidade humana, especialmente das minorias? Ora, essa...
Um comentário:
E se alguém reclamar, certamente dirão "É só uma peça publicitária..." como se não tivessem nada a ver com aquilo - como se, ao veicularem a peça, não tivessem nenhuma responsabilidade, que ficaria toda com a agência publicitária. Não que ninguém se surpreenda com isso, claro.
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