Em Hb 6.1-3, há uma lista de “princípios elementares da doutrina de Cristo” (Almeida Revista e Atualizada - ARA) ou de pontos do “ensinamento elementar sobre Cristo” (Bíblia de Jerusalém - BJ). O autor da Epístola exorta os leitores a que avancem à maturidade cristã, em vez de ficarem limitados às bases de Fé, ou aos “artigos fundamentais” (BJ).
Com efeito, ao usar o vocábulo “perfeito” (ARA) ou “perfeição adulta” (BJ), o texto se refere à maturidade, à condição de pessoa crescida, desenvolvida. Para alcançar esse status, é necessário passar por princípios elementares.
No rol de doutrinas básicas, o escritor de Hebreus menciona o arrependimento de obras mortas, a fé em Deus, os batismos, a imposição de mãos, a ressurreição dos mortos e o juízo eterno. Olhando com bastante sinceridade para essa lista, eu me pergunto: posso fazer coro ao escritor de Hebreus e dizer que essas doutrinas são elementares para mim? Em outras palavras, o que era básico para o autor sagrado é de meu pleno conhecimento?
Note-se que a própria doutrina do arrependimento é muito controvertida entre arminianos e calvinistas. Para os primeiros, o arrependimento é responsabilidade humana, já que todos têm livre-arbítrio; para os seguidores do pensamento de Calvino, o arrependimento é obra do Espírito Santo, com a Graça Irresistível, o Chamamento Eficaz, o Monergismo, dado que o Ser Humano, em sua Depravação Total, morto “em ofensas e pecados” (Ef 2.1), jamais poderia, segundo eles, atender à pregação do Evangelho.
A doutrina da fé em Deus também é alvo de polêmicas. Se para os pentecostais existe a fé salvífica e a fé como dom do Espírito, os históricos sustentam que a fé é uma só; a seu turno, o segmento neopentecostal do Movimento da Fé, com sua Confissão Positiva, prega um tipo de fé que mais se aproxima do pensamento positivo, das religiões orientais, da “lei da atração”, do Gnosticismo, pois a fé é ensinada como sendo uma atitude mental que libera o poder de Deus automaticamente, substituindo-se a súplica pela “determinação”, “declarações proféticas”, “declarações”, ou pela tal “palavra RHEMA” difundida por KENNETH HAGIN. A fé deixa de ser confiança em Deus para ser um dispositivo que aciona os poderes cósmicos, um amuleto.
E o que dizer do ensino de batismos, imposição de mãos, ressurreição de mortos e juízo eterno?
Que batismos são esses? Trata-se do batismo de João e do batismo no Espírito Santo? Ou, além destes, teríamos ainda o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? Será que o escritor sacro pensou nas abluções e ritos de purificação dos judeus - para diferenciá-los, no contexto de Hebreus, do batismo cristão? Mais ainda: estaria ele discernindo, em sua mente, os conceitos de batismo no corpo de Cristo pelo Espírito e batismo no Espírito por Cristo? Havia mesmo toda essa gama de batismos, tão complexa seria essa doutrina? Sendo assim, as perguntas demonstram que o tema não me parece elementar, e isso me assusta, pois o autor da Carta aos Hebreus afirma categoricamente que eu os deveria considerar lições básicas, de aluno iniciante!
Com efeito, ao usar o vocábulo “perfeito” (ARA) ou “perfeição adulta” (BJ), o texto se refere à maturidade, à condição de pessoa crescida, desenvolvida. Para alcançar esse status, é necessário passar por princípios elementares.
No rol de doutrinas básicas, o escritor de Hebreus menciona o arrependimento de obras mortas, a fé em Deus, os batismos, a imposição de mãos, a ressurreição dos mortos e o juízo eterno. Olhando com bastante sinceridade para essa lista, eu me pergunto: posso fazer coro ao escritor de Hebreus e dizer que essas doutrinas são elementares para mim? Em outras palavras, o que era básico para o autor sagrado é de meu pleno conhecimento?
Note-se que a própria doutrina do arrependimento é muito controvertida entre arminianos e calvinistas. Para os primeiros, o arrependimento é responsabilidade humana, já que todos têm livre-arbítrio; para os seguidores do pensamento de Calvino, o arrependimento é obra do Espírito Santo, com a Graça Irresistível, o Chamamento Eficaz, o Monergismo, dado que o Ser Humano, em sua Depravação Total, morto “em ofensas e pecados” (Ef 2.1), jamais poderia, segundo eles, atender à pregação do Evangelho.
A doutrina da fé em Deus também é alvo de polêmicas. Se para os pentecostais existe a fé salvífica e a fé como dom do Espírito, os históricos sustentam que a fé é uma só; a seu turno, o segmento neopentecostal do Movimento da Fé, com sua Confissão Positiva, prega um tipo de fé que mais se aproxima do pensamento positivo, das religiões orientais, da “lei da atração”, do Gnosticismo, pois a fé é ensinada como sendo uma atitude mental que libera o poder de Deus automaticamente, substituindo-se a súplica pela “determinação”, “declarações proféticas”, “declarações”, ou pela tal “palavra RHEMA” difundida por KENNETH HAGIN. A fé deixa de ser confiança em Deus para ser um dispositivo que aciona os poderes cósmicos, um amuleto.
E o que dizer do ensino de batismos, imposição de mãos, ressurreição de mortos e juízo eterno?
Que batismos são esses? Trata-se do batismo de João e do batismo no Espírito Santo? Ou, além destes, teríamos ainda o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? Será que o escritor sacro pensou nas abluções e ritos de purificação dos judeus - para diferenciá-los, no contexto de Hebreus, do batismo cristão? Mais ainda: estaria ele discernindo, em sua mente, os conceitos de batismo no corpo de Cristo pelo Espírito e batismo no Espírito por Cristo? Havia mesmo toda essa gama de batismos, tão complexa seria essa doutrina? Sendo assim, as perguntas demonstram que o tema não me parece elementar, e isso me assusta, pois o autor da Carta aos Hebreus afirma categoricamente que eu os deveria considerar lições básicas, de aluno iniciante!
Quanto à imposição de mãos, temos ainda mais dificuldades: a que ele se refere? À imposição de mãos para a ordenação de bispos e diáconos, para a cura, para o recebimento do Espírito Santo (em poder), para a bênção, como Jesus fez com as criancinhas? Por que motivo a imposição de mãos é doutrina fundamental? Isso mostra que os judeus cristãos tinham dificuldade com o assunto. Atualmente, essa situação se repete, mas agora porque certos indivíduos impõem as mãos dizendo que irão transferir poder especial. Realmente, precisamos conhecer mais dessa doutrina.
Por fim, temos dois temas muitíssimo disputados: a ressurreição dos mortos e o juízo eterno. Aqui as controvérsias se avolumam: de um lado, milenistas e amilenistas; dentre os milenistas, pré-milenistas e pós-milenistas; dentre os pré-milenistas, há os pré-tribulacionistas e os pós-tribulaconistas. Há os Dispensacionalistas e os que se opõem ao Dispensacionalismo. Os Dispensacionalistas ensinam detalhes sobre o Julgamento das Nações, o Juízo Final, o Tribunal de Cristo, as Bodas do Cordeiro, o Milênio, interpretando passagens apocalípticas e às vezes não- apocalípticas com uma riqueza de descrições que me deixa espantado com a capacidade que o Ser Humano tem de achar que pode prever o futuro, ainda que use para isso o argumento de que sua interpretação da Bíblia é literal, quando é, na verdade, demasiado alegórica, ferindo pontos de hermenêutica e de exegese.
Viram só? Se esses pontos são "artigos fundamentais" da doutrina de Cristo, se constituem lições elementares, como partiremos para algo mais profundo, se, convenhamos, temos tanta dificuldade até aqui? Eu mesmo confesso minha limitação absurda. E nem creio que o problema maior sejam as diferentes teologias - embora as critique sutilmente...
Os problemas principais, que impedem o crescimento espiritual, são a preguiça e o desvio de foco em relação à Pessoa e Obra de Cristo. De fato, quando colocamos o Ser Humano e suas pretensões egoístas no centro da mensagem supostamente cristã, é impossível avançarmos um passo sequer.
Um comentário:
Paz do Senhor Jesus irmão!
Lí o seu post sobre os Principios Elementares e gostaria de fazer um comentário.
Irmão, o que vc leu realmente está de acordo com o seu entendimento, são princípios "basicos" mesmo! Por isso, quando Paulo escreveu aos hebreus no capitulo anterior, foi bem claro ao dizer-lhes a respeito de Jesus: "A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir.
Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido" (Hebr 5:11-12)
Pedro nos recomenda desejar "ardentemente" como crianças o genuino Leite Espiritual, para que possamos alcançar a salvação, o irmão percebeu que esses princípios são tratados como “básicos”, é porque na verdade são mesmo básicos, genuíno Leite Espiritual. É preciso aprender sobre esses princípios, prá que possamos nos tornar mestres (maduros na Fé).
Gostaria de conversar com o irmão a respeito desses princípios, creio que podemos arrazoar as escrituras e com certeza edificar nossas vidas.
Porém prá aprender sobre eles é preciso estar com o coração disposto a realmente jogar fora tudo o que se aprende hoje no mundo “evangélico”, pois como está escrito, temos que nos esvaziar de tudo o que está no mundo e ter nosso pensamento somente em Cristo, Jesus também nos alertou: “Um pouco de fermento leveda a massa inteira”...
Irmão, deixo meu email prá que entre em contato, no temos do Senhor.
Davi.
davirodrigo@oi.com.br
drreis@contax.com.br
Postar um comentário