Justificação é o ato de declarar alguém justo. Justificado é o indivíduo que foi declarado justo, e, de acordo com a Bíblia, a pessoa justificada passa a ser considerada isenta de pecado, embora fosse destinada à condenação se dependesse de sua própria natureza.
Enquanto "justo" é, via de regra, um adjetivo na frase, ou seja, uma palavra que qualifica aquele que pratica a justiça, "justificado" é a forma do verbo "justificar" no particípio passado, o que sugere que a pessoa passou a ter essa condição de justiça sem que fosse justa. Por isso, uma coisa é dizer que eu sou justo - qualificado como justo; outra coisa, bem diferente, é dizer que fui justificado - fui declarado justo.
É muito importante distinguir o justo do justificado, para que não pensemos que somos justos em nós mesmos. Apenas fomos declarados como tais.
Qual a base bíblica para essas considerações? Podemos partir de Rm 4.25, onde Paulo diz que Jesus, nosso Senhor, "foi entregue por causa de nossas transgressões e ressuscitou por causa de nossa justificação". Era então necessário que Jesus morresse pelos transgressores e ressuscitasse a fim de que eles fossem declarados justos.
Em Rm 5.1, Paulo diz: "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo".
Tendo sido justificados mediante a fé, podemos ter paz com Deus, fizemos as pazes com Deus. Só poderíamos estar bem com Deus depois dessa declaração de justiça concedida por meio de Jesus Cristo, pois Deus não se associa com pecadores que não foram declarados justos.
E mais: "O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação (...) Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida" (Rm 5.16,18).
Já deve ter sido possível observar que a linguagem da justificação mediante a fé assemelha-se à linguagem dos tribunais. Sim, "justificação" é um conceito jurídico, em que o condenado recebe a declaração de que, embora apto à prisão, receberá uma segunda chance. Ele fica então livre da condenação, como está escrito em Rm 8.1: "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus". A única condição para não ser condenado é estar em Cristo Jesus, unir-Se a Cristo.
Diante disso, Paulo pergunta mais à frente: "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós" (Rm 8.33,34).
Não há condenação nem acusação eficaz contra os eleitos de Deus porque Cristo Jesus morreu e ressuscitou em seu lugar, subiu à destra de Deus e intercede pelos pecadores declarados justos. Isso é justificação!
Discorrendo sobre a aceitação dos gentios por Deus, Paulo escreveu "que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcancá-la, todavia, a que decorre da fé; e Israel, que buscava a lei de justiça, não chegou a atingir essa lei. Por quê? Porque não decorreu da fé, e sim como que das obras. Tropeçaram na pedra de tropeço..." (Rm 9.30-32).
Se por um lado a justificação decorre da fé, e alcança até mesmo gentios, que viviam sem a Lei de Deus, a "lei de justiça" não foi nem jamais seria capaz de justificar ninguém, pois seu objetivo foi mostrar ao Ser Humano sua completa pecaminosidade e necessidade da Graça, preparando-o para a vinda do Justificador, Jesus Cristo. É por isso que Jesus Cristo foi posto como "pedra de tropeço e rocha de escândalo" para os judeus que n'Ele não creram (ver o v.33).
Quando cita a justiça que decorre das obras, Paulo se refere às obras da lei, isto é, às muitas prescrições legais quanto a ritos e cerimônias, sintetizadas na aliança da circuncisão. Foi pensando nisso que Paulo escreveu: "sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não!" (Gl 2.16).
Esse texto paulino não poderia ser mais claro: a justificação se dá exclusivamente pela fé em Cristo, e não por obras da lei. E a justificação não significa uma licença para pecar, mas um livramento concedido de graça pelo Único que pode justificar.
Há uma discussão acerca do que Tiago escreveu sobre a justificação, havendo mesmo uma corrente segundo a qual ele teria ensinado a justificação pelas obras. Mas isso não é verdade.
Eis o texto de Tg 2.14-26, na ARC:
Enquanto "justo" é, via de regra, um adjetivo na frase, ou seja, uma palavra que qualifica aquele que pratica a justiça, "justificado" é a forma do verbo "justificar" no particípio passado, o que sugere que a pessoa passou a ter essa condição de justiça sem que fosse justa. Por isso, uma coisa é dizer que eu sou justo - qualificado como justo; outra coisa, bem diferente, é dizer que fui justificado - fui declarado justo.
É muito importante distinguir o justo do justificado, para que não pensemos que somos justos em nós mesmos. Apenas fomos declarados como tais.
Qual a base bíblica para essas considerações? Podemos partir de Rm 4.25, onde Paulo diz que Jesus, nosso Senhor, "foi entregue por causa de nossas transgressões e ressuscitou por causa de nossa justificação". Era então necessário que Jesus morresse pelos transgressores e ressuscitasse a fim de que eles fossem declarados justos.
Em Rm 5.1, Paulo diz: "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo".
Tendo sido justificados mediante a fé, podemos ter paz com Deus, fizemos as pazes com Deus. Só poderíamos estar bem com Deus depois dessa declaração de justiça concedida por meio de Jesus Cristo, pois Deus não se associa com pecadores que não foram declarados justos.
E mais: "O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação (...) Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida" (Rm 5.16,18).
Já deve ter sido possível observar que a linguagem da justificação mediante a fé assemelha-se à linguagem dos tribunais. Sim, "justificação" é um conceito jurídico, em que o condenado recebe a declaração de que, embora apto à prisão, receberá uma segunda chance. Ele fica então livre da condenação, como está escrito em Rm 8.1: "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus". A única condição para não ser condenado é estar em Cristo Jesus, unir-Se a Cristo.
Diante disso, Paulo pergunta mais à frente: "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós" (Rm 8.33,34).
Não há condenação nem acusação eficaz contra os eleitos de Deus porque Cristo Jesus morreu e ressuscitou em seu lugar, subiu à destra de Deus e intercede pelos pecadores declarados justos. Isso é justificação!
Discorrendo sobre a aceitação dos gentios por Deus, Paulo escreveu "que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcancá-la, todavia, a que decorre da fé; e Israel, que buscava a lei de justiça, não chegou a atingir essa lei. Por quê? Porque não decorreu da fé, e sim como que das obras. Tropeçaram na pedra de tropeço..." (Rm 9.30-32).
Se por um lado a justificação decorre da fé, e alcança até mesmo gentios, que viviam sem a Lei de Deus, a "lei de justiça" não foi nem jamais seria capaz de justificar ninguém, pois seu objetivo foi mostrar ao Ser Humano sua completa pecaminosidade e necessidade da Graça, preparando-o para a vinda do Justificador, Jesus Cristo. É por isso que Jesus Cristo foi posto como "pedra de tropeço e rocha de escândalo" para os judeus que n'Ele não creram (ver o v.33).
Quando cita a justiça que decorre das obras, Paulo se refere às obras da lei, isto é, às muitas prescrições legais quanto a ritos e cerimônias, sintetizadas na aliança da circuncisão. Foi pensando nisso que Paulo escreveu: "sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não!" (Gl 2.16).
Esse texto paulino não poderia ser mais claro: a justificação se dá exclusivamente pela fé em Cristo, e não por obras da lei. E a justificação não significa uma licença para pecar, mas um livramento concedido de graça pelo Único que pode justificar.
Há uma discussão acerca do que Tiago escreveu sobre a justificação, havendo mesmo uma corrente segundo a qual ele teria ensinado a justificação pelas obras. Mas isso não é verdade.
Eis o texto de Tg 2.14-26, na ARC:
14 Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?15E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano,16E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?17Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.18Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.19Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.20Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?21Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?22Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.23E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.24Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.25E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho?26Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.
Utilizando uma linguagem diferente da utilizada por Paulo, Tiago está dizendo a mesma coisa, mas enfatizando o caráter prático da fé, que não pode ser meramente confessional. A fé mediante a qual o homem é justificado é uma fé viva, real, genuína, diferente da fé morta, simplesmente religiosa e verbal, que não existe e, por isso, nada produz.
Foi assim que para Abraão sua fé contou como justiça - ele foi justificado pela fé, e essa fé se aperfeiçoou, se consumou ou se manifestou quando ofereceu Isaque sobre o altar. Ali Abraão demonstrou cabalmente que sua fé existia.
Da mesma forma Raabe demonstrou sua fé quando cooperou com os espias israelitas na cidade de Jericó. Sua fé revelou-se na ação.
A fé está para a alma assim como as obras estão para o corpo: são duas realidades unidas, que não podem se separar, sob pena de morte.
Devemos entender que toda pessoa que deseje ser justificada de seus pecados deve, primeiro, reconhecer sua condição de pecadora, e em seguida admitir que o Justificador é Jesus Cristo. Para ser justificado, basta crer em Cristo, na obra que Ele praticou por nós, morrendo, ressuscitando, subindo ao Céu e intercedendo pelos pecadores. Toda justificação pertence a Cristo, jamais ao homem!
Aqueles que procuram se justificar por meio de obras são legalistas, e precisam ouvir a seguinte admoestação de Paulo aos gálatas: "De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes" (Gl 5.4). Sim, pois, embora Paulo se referisse ali às obras da lei mosaica, o raciocínio é idêntico - não se pode o homem apoiar em obras para obter justificação, já que o pecado a todos submete.
Somos justificados pela graça, como está escrito em Tt 3.7: "a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna".
Esse foi o nosso primeiro estudo, que demanda esforço e seriedade, porque os temas são fundamentais à nossa identidade cristã evangélica. Que Deus nos ajude a desfrutar cada vez mais de nossa condição de justificados pela fé.
*Elaborado para o blog http://basesdefe.blogspot.com/, que criamos ontem.
Utilizando uma linguagem diferente da utilizada por Paulo, Tiago está dizendo a mesma coisa, mas enfatizando o caráter prático da fé, que não pode ser meramente confessional. A fé mediante a qual o homem é justificado é uma fé viva, real, genuína, diferente da fé morta, simplesmente religiosa e verbal, que não existe e, por isso, nada produz.
Foi assim que para Abraão sua fé contou como justiça - ele foi justificado pela fé, e essa fé se aperfeiçoou, se consumou ou se manifestou quando ofereceu Isaque sobre o altar. Ali Abraão demonstrou cabalmente que sua fé existia.
Da mesma forma Raabe demonstrou sua fé quando cooperou com os espias israelitas na cidade de Jericó. Sua fé revelou-se na ação.
A fé está para a alma assim como as obras estão para o corpo: são duas realidades unidas, que não podem se separar, sob pena de morte.
Devemos entender que toda pessoa que deseje ser justificada de seus pecados deve, primeiro, reconhecer sua condição de pecadora, e em seguida admitir que o Justificador é Jesus Cristo. Para ser justificado, basta crer em Cristo, na obra que Ele praticou por nós, morrendo, ressuscitando, subindo ao Céu e intercedendo pelos pecadores. Toda justificação pertence a Cristo, jamais ao homem!
Aqueles que procuram se justificar por meio de obras são legalistas, e precisam ouvir a seguinte admoestação de Paulo aos gálatas: "De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes" (Gl 5.4). Sim, pois, embora Paulo se referisse ali às obras da lei mosaica, o raciocínio é idêntico - não se pode o homem apoiar em obras para obter justificação, já que o pecado a todos submete.
Somos justificados pela graça, como está escrito em Tt 3.7: "a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna".
Esse foi o nosso primeiro estudo, que demanda esforço e seriedade, porque os temas são fundamentais à nossa identidade cristã evangélica. Que Deus nos ajude a desfrutar cada vez mais de nossa condição de justificados pela fé.
*Elaborado para o blog http://basesdefe.blogspot.com/, que criamos ontem.
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