Não sei se isso se deve ao meu temperamento, mas não aprecio a postura de ficar o tempo inteiro "jogando panos quentes", "tapando o sol com a peneira". Creio que os problemas precisam ser diagnosticados em sua inteireza, para serem enfrentados de verdade.Refiro-me especialmente aos dilemas da Igreja e de igrejas. Não sei por que tem gente que gosta de ficar ajeitando as coisas, achando um meio de conciliar o inconciliável, explicar o inexplícável, justificar o injustificável. Isso leva a transigir demais!Trata-se da "zona de conforto", expressão que o pessoal da Psicologia emprega para se referir a uma situação emocional livre de conflitos. Só que os conflitos existem. As pessoas que buscam arredondar o mundo têm que transigir com seus princípios ou flexibilizar demais. Eu não quero isso. Não fui chamado para isso. Quando se trata de Cristo, sou radical. Não faço questão de ser político, de "ficar bem na fita", de "não queimar meu filme", de estar bem com todo mundo. Quero estar bem com Jesus.Precisamos hoje de pessoas que não se preocupem em ficar bem com todo mundo, pois essa pretensão é diametralmente oposta ao que Jesus e os discípulos fizeram, indo contra a correnteza. Deus está com a minoria, será que não dá para ver isso?Parece que muita gente ainda não entendeu que o Evangelho da Cruz contém renúncia, sacrifício, sofrimento, auto-negação, talvez a morte. Foi esse Evangelho que eu aprendi desde pequeno. E, por pior que seja admitir isso, vejo que nossos maiores inimigos certamente estarão vestidos de ovelhas.
* Artigo também publicado em www.ultimato.com.br no espaço Palavra do Leitor.
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