A luta é difícil. Certa vez o Espírito Santo me disse que eu teria uma "jornada longa". Portas abertas e jornada longa. Não sei se me animo com as portas abertas ou se me preocupo com a jornada. Mas é assim, esta é uma palavra de encorajamento. Jesus nunca disse que seria fácil.
Aflições, perseguições, complicações, burocracias, injúrias, calúnias, desafios, tudo isso está no pacote do trabalho de quem nada contra a correnteza. Ensinar o que o povo quer ouvir e o que a ideologia dominante pretende transmitir é a coisa mais fácil do mundo. Agora, experimente ensinar a Bíblia, e você vai ver que o método da repetição nunca foi tão necessário...
O apóstolo Paulo disse aos Filipenses que não se importava em escrever-lhes as mesmas coisas porque isso era "segurança" para os irmãos (Fp 3.1).
Hoje temos grande concorrência: os pregadores-falsos profetas da televisão, do rádio e da internet; as letras de música absurdas que pretendem ser cristãs; os desvios doutrinários das denominações; os costumes viciados dentre o povo de Deus - tudo isso bombardeia os corações dos crentes, enquanto a semente da Palavra tenta, com dificuldade, encontrar guarida em solo fértil.
Já tive a experiência de ensinar num domingo e ver exatamente o contrário ser praticado na semana seguinte por aqueles que me ouviram e que, no momento, pareceram até mesmo emocionados com o que eu falei. Mas o entusiasmo para doutrinas verdadeiras e doutrinas heréticas parece ser idêntico se a pessoa usa com alguma eficiência o dom da palavra. No meu caso, não me esforço para adular nem emocionar ninguém, mas a Palavra de Deus, por si mesma, quando pregada com vigor e certeza, provoca emoções. Ocorre que os emocionalistas e emocionados vão atrás de qualquer vento, a ponto de desconsiderar a verdade que lhes pareceu encantadora uma semana atrás.
Olhe, às vezes dá vontade de reunir forças para outros objetivos. As igrejas são rebanhos que demandam muito. O sentimento natural é o desânimo, o desejo de desistir. Mas logo vem a Palavra de Deus ao meu coração, dizendo-me que Jesus nunca nos ofereceu uma vitória superficial. A vitória de Cristo é a Cruz. Nossa cruz deve ser suportada. O Sermão do Monte nos fala de inversão dos valores do mundo para uma perspectiva transformadora, daquilo que começa dentro do coração humano para mudanças radicais na realidade exterior.
Eu acredito que muitos seguirão as pisadas de um Noé, de um Jeremias, de um Urias (o profeta) - pregadores sem sucesso aparente. Noé levou para a Arca somente sua família - o que, convenhamos, já foi importantíssimo; Jeremias pregou a mensagem mais difícil de todas, qual seja, a necessidade de submissão ao dominador babilônico; Urias foi morto pelo rei Jeoaquim só porque pregava a verdade. Há dezenas de outros exemplos na Bíblia e talvez milhares de exemplos históricos.
Tudo isso me faz entender que, se Jesus me chamou para ensinar a sua Palavra numa igreja pentecostal brasileira, Ele irá garantir tudo o mais. Deus não brinca. É isso o que me conforta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário