Meu amigo Marcos, aliás, Dr. Marcos, comenta da seguinte forma o nosso artigo Eu sempre desconfio de quem está no poder:
"Na sua cidade, Paulo Cézar foi eleito prefeito e Budog o vereador mais votado.Já em SSA, foram para o segundo turno dois evangélicos. Um faz campanha chamando o outro de mau caráter e traidor, enquanto o difamado apenas expõe suas propostas. Um bate, o outro dá o outro lado da face. Dois irmãos!?"
Somos conterrâneos, da boa terra de Alagoinhas-BA, mas ambos estamos tão longe de casa...Bem, seu comentário traz informações importantes, das quais gostaria de destacar o fato de que em Salvador, como eu já havia percebido, há dois evangélicos no segundo turno para prefeito: Walter Pinheiro, do PT, e João Henrique Carneiro, que se elegeu pelo PDT e hoje está no PMDB. Segundo Marcos, um ataca o outro, chamando-o de "mau caráter e traidor", ao passo que o injuriado simplesmente dá a outra face - como ordena a Bíblia - e oferece propostas.
Olha, eu não estou acompanhando de perto essa briga, mas imagino quem esteja fazendo o quê...
Gostaria - se o leitor me permite, e aproveitando o atilado comentário de Marcos - sim, gostaria de dizer que há pelo menos duas categorias de políticos evangélicos: um que usa o nome de "evangélico" para atrair massas de crentes eleitores, e outro que é membro de igreja evangélica, e, por vocação, adentra à vida pública.
Esse é um dos motivos pelos quais não voto em políticos que aparecem dizendo que fizeram e farão isto e aquilo pela sua igreja ou pelas igrejas evangélicas, porque isso é não só antidemocrático como fisiológico e eleitoreiro. Exemplifico com o caso de um político evangélico que acabou de ser eleito em determinada cidade deste País com milhares de votos a partir de sua trajetória como coordenador de atividades evangelísticas (!) e com o explícito objetivo de criar um gabinete denominacional na Câmara de Vereadores...Isso sem o menor constrangimento. Teria eu que avisar-lhe que isso é anti-ético e ilícito? Arriscaria minha cabeça nessa empreitada sem frutos?
O evangélico com espírito público é diferente. Ele torna-se conhecido por suas propostas, por sua biografia, por sua fome e sede de justiça. Ele parece com José, Moisés, Neemias e Daniel. O bom político evangélico pode merecer meu voto, mas do político que se aproveita da religião eu quero distância.
Creia, amigo leitor, que existem essas duas categorias. O segmento evangélico, por numeroso, tem sido alvo de oportunistas, de gente que usa o ser evangélico como chamariz eleitoral, e não duvido de que haja quem se diga cristão sem ter nascido de novo, tão-somente para angariar os votos de currais eleitorais, quero dizer, de rebanhos inteiros.
E, não esquecendo de que a Bahia é conhecida por seus cultos afrodescendentes, em que os times do Bahia e do Vitória deveriam dar empate por causa dos despachos cruzados, que ninguém apareça com a lamentável idéia de achar que também Deus estaria dividido entre dois candidatos evangélicos, porque as coisas da cidadania terrestre não se resolvem de maneira tão simplista. Se os soteropolitanos querem uma cidade melhor, e se os evangélicos de lá querem uma cidade melhor, que escolham a proposta mais apropriada ao interesse público, porque os critérios de justiça o nosso SENHOR já estabeleceu em Sua Palavra.
A escolha, devo dizer, é mesmo nossa.
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