terça-feira, 21 de outubro de 2008

Resposta a um admirador de René Terra Nova e Cia.

Em comentário ao nosso artigo Silas Malafaia fala de sua relação com René Terra Nova, um leitor chamado "Berginho" escreveu o seguinte:
"Alex, calma camarada, se voce não tem condições de caminhar com a adversidade de pensamento fique na sua. não fique triste com o crescimento dos outros, seja g12,g29 ministerio disso ou daquilo alegre-se com as almas que estão se convertendo e deixa que Deus faça a parte DEle, de juiz, pois Ele somente Ele pode discernir se estamos ou não enganados com os nossos metodos. não precisamos meu bom homem brigar entre nós. prepare mensagens e coloque no seu blog e voce verá que terá resultados positivos. abraços" (sic).
Este comentário merece muitas observações, que faço a seguir:
1) O leitor deve ter querido se referir a "diversidade de pensamento", e não "adversidade", algo muito diferente;
2) Eu sei conviver com diversidade de pensamento, mas, à semelhança de Paulo, Pedro, Judas, Tiago, Jeremias, e principalmente nosso SENHOR Jesus Cristo, não posso concordar com o ensino falso, com o "outro evangelho" (Gl 1.6-8), com o comércio da fé, com o pragmatismo, com o materialismo, com a exaltação do método em detrimento da mensagem evangélica;
3) O leitor disse que devo me alegrar com "as almas que estão se convertendo". E eu lhe pergunto: estão se convertendo a quê e a quem, se o que se ouve é um "evangelho" centrado no homem, em heresias e modismos, e não em Jesus Cristo?
4) O leitor mostra ser uma pessoa pragmática. Sabe o que é isso? Pragmatismo é uma filosofia ou estilo de vida que leva em conta, como critério de validade das coisas, os seus "resultados positivos", que, no caso das igrejas que o leitor admira, se traduz em crescimento numérico a todo custo;
5) Ao dizer que devo deixar o julgamento a Deus, o leitor revela que não sabe qual a distinção entre o julgamento proibido em Mt 7.1 e o julgamento recomendado em At 17.11, I Ts 5.21, Rm 12.2, I Co 14.29, Jo 7.24, I Co 2.15, I Jo 4.1. Para lhe ajudar na interpretação desses textos, eis que, enquanto Mt 7.1 trata do preconceito e julgamento das motivações alheias, o julgamento de At 17.11 é juízo crítico responsável dos irmãos nobres que, ao ouvirem o pregador (Paulo), vão conferir nas Escrituras para ver se as coisas são de fato assim; o julgamento de I Ts 5.21 é o de examinar (julgar) tudo e ficar só com o que é bom; o inconformismo de Rm 12.2 é precedido de avaliação, julgamento, pois ninguém fica inconformado sem julgar os fatos com os quais não se conforma; o julgamento de I Co 14.29 é - veja só - sobre as profecias, que Paulo manda que os outros julguem; o julgamento de Jo 7.24, segundo palavras de Jesus (o mesmo Mestre de Mt 7.1) deve ser "pela reta justiça", e não pela aparência; o julgamento de I Co 2.15 é o discernimento que o homem espiritual deve ter de todas as coisas; o julgamento de I Jo 4.1 é dirigido aos "espíritos", para que não demos crédito, não acreditemos em qualquer palavra. Portanto, o amado irmão está completamente equivocado em sua perfunctória análise (nesse item, sugiro a leitura do livro Mais erros que os pregadores devem evitar, do Pr. Ciro Sanches Zibordi, especialmente o Cap. 8, que responde à pergunta Quem disse que não podemos julgar?).
6) Ao supor que estou triste com o "crescimento" de outros por não saber "caminhar com a adversidade de pensamento" (sic), o leitor mostra que, na verdade, fez avaliação subjetiva, a ponto de imaginar que escrevi o texto porque fiquei triste. Quem lhe disse que essa foi a minha motivação? Isso não é subjetivo demais? Repare, no entanto, que, se o seu julgamento partiu das entrelinhas do que eu disse, ou do que o leitor pensou que eu disse, meu texto é fruto de avaliação bíblica, sim senhor, com respaldo na Palavra de Deus, e não em minhas suposições;
7) Ao dizer que não devemos brigar entre nós, lembre-se de que em nenhum momento eu disse que participamos do mesmo grupo - não pense que combater heresias é combater a Igreja. Apoiar heresias é combater a Igreja. Não sei mesmo se estamos no mesmo barco, mas nesse ponto efetivamente não posso julgá-lo (entendeu a diferença?);
8) A sugestão para que eu escreva "mensagens" neste "blog" indica que o leitor não se deu ao trabalho de ler alguns de nossos estudos bíblicos, ensaios teológicos e esboços de aula na escola bíblica, talvez pela grande extensão dos mesmos;
9) Se o leitor acredita que não podemos avaliar se nossos métodos estão certos ou não, isso significa que vale tudo, à moda de Maquiavel, como se não tivéssemos a Bíblia como nossa regra definitiva de fé e conduta;
10) Por fim, espero que da próxima vez o leitor "Berginho" adentre ao mérito da questão e procure empregar, se os encontrar, argumentos bíblicos em defesa do G-12, do crescimento numérico sem conteúdo, das conferências "proféticas" de passar o manto etc. Use a Bíblia, e não o simples ataque que só tangencia, mas nunca expõe o verdadeiro Evangelho de Cristo, que salva o pecador, sem imitar o mundo.
Amado, não tenho nada contra a sua pessoa. Tenho tudo, porém, contra sua equivocada maneira de pensar. Mas publiquei seu comentário porque sei conviver com a diversidade de pensamento.
Em Cristo,


2 comentários:

Alice disse...

rrsss... ler-te me anima !


bjusss

Emerson Bahia disse...

A parte dureza de se manter um blog é exatamente esta...de ter que aturar os MALAS da vida! Abração!



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Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.