Na quarta-feira, dirigi o culto e preguei na congregação assembleiana do Bonfim, justamente aquele bairro soteropolitano em que se situa a famosa Igreja do Bonfim, que a todo ano, do alto da Colina Sagrada, recebe turistas, católicos e adeptos de religiões afro-brasileiras para a Lavagem da Escadaria do Bonfim, uma das festas do sincretismo baiano. Estávamos lá segundo a escala de trabalhos do Setor a que pertenço. Trata-se de uma congregação pequena, com apenas um ano de existência.
Preguei sobre I Co 15.1-19. Em resumo, falei sobre três pontos fundamentais a partir desse texto paulino:
1) A fé cristã baseia-se nas Escrituras.
2) A fé cristã baseia-se em fatos históricos.
3) A fé cristã baseia-se na graça de Deus.
O apóstolo Paulo escrevia aos coríntios acerca da necessidade de crerem na ressurreição de Cristo. Os coríntios traziam ainda costumes e ideias antigas, de sua religião pagã, para a qual não existe ressurreição de mortos porque, em sua concepção, se a morte é a libertação do corpo, por que retornar à vida? Paulo mostra-lhes que descrer na ressurreição de mortos conduz à descrença na ressurreição de Cristo e torna vã a nossa pregação e a nossa fé. Aquelas ideias não combinavam com a verdade escriturística.
Paulo repete a frase "segundo as Escrituras" e isso não é casual. Ele diz que Jesus morreu, foi sepultado e ressuscitou segundo as Escrituras, ou seja, em cumprimento das profecias dos Salmos, de Isaías, de Oséias. Tudo estava escrito. Não foi invenção de Paulo nem dos demais apóstolos.
Além da base escriturística, há a base histórica: muitas pessoas testemunharam a ressurreição de Cristo, e muitas delas ainda viviam quando o apóstolo escreveu a Carta aos Coríntios. Se ele estivesse mentindo seria facilmente desmascarado. Por isso, apelando para o testemunho de pessoas vivas, Paulo reforça a tese de que a fé cristã fundamenta-se em verdades históricas, e não em filosofias, conceitos, suposições, sentimentos, sonhos, visões ou "revelações" dadas a um só homem.
Por fim, nossa fé começa em Deus, em Sua graça. Deus inventou a Salvação e a Vida Eterna. Nós fomos salvos, alcançados, trazidos a Cristo. Bem por isso, não podemos acrescentar nada, criar teologias que ultrapassem a Palavra de Deus. Todo o Plano de Redenção partiu de Deus, de Sua iniciativa soberana e misericordiosa. Nada podemos acrescentar. Nenhuma ideia ou esforço poderão melhorar a obra do SENHOR.
Escrituras, fatos histórico-redentivos e a graça de Deus. Não inventamos a fé. Que os irmãos ali no Bonfim e todos nós servos de Deus possamos calcar nossas convicções sempre em Cristo e em Sua Palavra Eterna.
2 comentários:
Um belo sermão presbiteriano - até os "três pontos" tinha... Não sei se você recebe isto como crítica ou elogio, mas as semelhanças são notórias... KKK! Mas é sério. A abordagem do texto é bem presbiteriana mesmo. Nada contra!
João Armando,
É isso mesmo! Eu convivi com presbiterianos na ABU e sei que eles são bastante apegados às Escrituras, da forma que deve ser -Sola Gratia. Por falar em três pontos, há os Cinco Pontos do Calvinismo, não é? Está vendo como eu sei? hehehehehehe
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