sexta-feira, 28 de maio de 2010

Escrituras, fatos históricos e a graça de Deus

Na quarta-feira, dirigi o culto e preguei na congregação assembleiana do Bonfim, justamente aquele bairro soteropolitano em que se situa a famosa Igreja do Bonfim, que a todo ano, do alto da Colina Sagrada, recebe turistas, católicos e adeptos de religiões afro-brasileiras para a Lavagem da Escadaria do Bonfim, uma das festas do sincretismo baiano. Estávamos lá segundo a escala de trabalhos do Setor a que pertenço. Trata-se de uma congregação pequena, com apenas um ano de existência.
Preguei sobre I Co 15.1-19. Em resumo, falei sobre três pontos fundamentais a partir desse texto paulino:
1) A fé cristã baseia-se nas Escrituras.
2) A fé cristã baseia-se em fatos históricos.
3) A fé cristã baseia-se na graça de Deus.
O apóstolo Paulo escrevia aos coríntios acerca da necessidade de crerem na ressurreição de Cristo. Os coríntios traziam ainda costumes e ideias antigas, de sua religião pagã, para a qual não existe ressurreição de mortos porque, em sua concepção, se a morte é a libertação do corpo, por que retornar à vida? Paulo mostra-lhes que descrer na ressurreição de mortos conduz à descrença na ressurreição de Cristo e torna vã a nossa pregação e a nossa fé. Aquelas ideias não combinavam com a verdade escriturística.
Paulo repete a frase "segundo as Escrituras" e isso não é casual. Ele diz que Jesus morreu, foi sepultado e ressuscitou segundo as Escrituras, ou seja, em cumprimento das profecias dos Salmos, de Isaías, de Oséias. Tudo estava escrito. Não foi invenção de Paulo nem dos demais apóstolos.
Além da base escriturística, há a base histórica: muitas pessoas testemunharam a ressurreição de Cristo, e muitas delas ainda viviam quando o apóstolo escreveu a Carta aos Coríntios. Se ele estivesse mentindo seria facilmente desmascarado. Por isso, apelando para o testemunho de pessoas vivas, Paulo reforça a tese de que a fé cristã fundamenta-se em verdades históricas, e não em filosofias, conceitos, suposições, sentimentos, sonhos, visões ou "revelações" dadas a um só homem.
Por fim, nossa fé começa em Deus, em Sua graça. Deus inventou a Salvação e a Vida Eterna. Nós fomos salvos, alcançados, trazidos a Cristo. Bem por isso, não podemos acrescentar nada, criar teologias que ultrapassem a Palavra de Deus. Todo o Plano de Redenção partiu de Deus, de Sua iniciativa soberana e misericordiosa. Nada podemos acrescentar. Nenhuma ideia ou esforço poderão melhorar a obra do SENHOR.
Escrituras, fatos histórico-redentivos e a graça de Deus. Não inventamos a fé. Que os irmãos ali no Bonfim e todos nós servos de Deus possamos calcar nossas convicções sempre em Cristo e em Sua Palavra Eterna.

2 comentários:

João Armando disse...

Um belo sermão presbiteriano - até os "três pontos" tinha... Não sei se você recebe isto como crítica ou elogio, mas as semelhanças são notórias... KKK! Mas é sério. A abordagem do texto é bem presbiteriana mesmo. Nada contra!

Alex Esteves da Rocha Sousa disse...

João Armando,

É isso mesmo! Eu convivi com presbiterianos na ABU e sei que eles são bastante apegados às Escrituras, da forma que deve ser -Sola Gratia. Por falar em três pontos, há os Cinco Pontos do Calvinismo, não é? Está vendo como eu sei? hehehehehehe



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Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.