Como editor de blog, me vejo frequentemente atraído a escrever e publicar textos sobre os mais importantes fatos noticiados pela imprensa. Nem sempre consumo a ideia, pois não tenho ferramentas suficientes para tratar de determinados assuntos, e procuro não ser tão amador. Todavia, desta vez eu quero deixar uma palavra sobre o terremoto de 7 graus na escala Richter que abateu o Haiti no dia de ontem.
O Haiti é o país mais pobre das Américas, com uma história marcada por golpes, rebeliões, repressão política e miséria. Não bastasse, teve recentes furacões em 2008, e agora esse terremoto absurdo, o maior em 200 anos naquele país.
Trata-se de um país que foi colônia da França até 1804. Creio que a França tem sua participação no que o Haiti se transformou. Retiraram muito açúcar daquele pedaço oeste da ilha que abriga, além do Haiti, a República Dominicana, com o esforço de um enorme contingente de escravos africanos, dos quais descende a maioria da população. E qual a recompensa, qual a semente plantada?
O Haiti aparece na música de mesmo nome dos meus conterrâneos Caetano Veloso e Gilberto Gil - mas na letra se fala do Brasil, citando expressamente coisas aqui de Salvador, como a Fundação Casa de Jorge Amado e o Pelourinho. Pensando no Brasil pobre, eles pensam no Haiti. O Brasil tem muitos haitis.
Foi a partir da luta contra os haitis brasileiros que surgiu a médica pediatra Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, órgão da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, além de fundadora e coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa. Essa ilustre senhora foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz por seus serviços à causa humanitária. Com o seu trabalho de coordenação das Pastorais católicas espalhadas pelo nosso país, mudou positivamente a vida de milhões de crianças. E continuará mudando, inspirando-nos no seu bom exemplo.
Dona Zilda Arns morreu no Haiti devido à sua missão. Ali estava para dar uma palestra e incentivar as pessoas que atuam na ajuda a crianças. Era, sem nenhuma dúvida, uma brasileira de grande valor.
Seja a Dona Zilda Arns motivo de orgulho para nós brasileiros. E que nós evangélicos possamos deixar coisas secundárias de lado, a fim de cumprir nossa missão, que é anunciar a Salvação, não apenas do Haiti ou do Brasi, mas de toda a Humanidade. A Salvação em Cristo, que é espiritual, sim, mas com efeitos totais na vida humana.
Sei que a ação social das igrejas evangélicas é muito, mas muito importante. Sei que ela existe. Por outro lado, politicagens e teologias de ganância insistem em dizer que a Igreja deve ter adjetivos diversos da pureza, bondade e amor. Que possamos entender, urgentemente, que o Evangelho é para o serviço, não para o poder.
Pensemos no Haiti.
*A letra da canção Haiti é de Caetano Veloso, e a música, dele e de Gilberto Gil. Vale a pena ler o texto "Pense no Haiti, reze pelo Haiti", do professor Pasquale Cipro Neto, publicado na Folha de São Paulo de 14 de janeiro de 2010. Nele, o conhecido professor de Português comenta o caráter como que profético da letra de Caetano, que compara a situação do Haiti com a do Brasil, além de explicar dois aspectos linguísticos do poema.
*A letra da canção Haiti é de Caetano Veloso, e a música, dele e de Gilberto Gil. Vale a pena ler o texto "Pense no Haiti, reze pelo Haiti", do professor Pasquale Cipro Neto, publicado na Folha de São Paulo de 14 de janeiro de 2010. Nele, o conhecido professor de Português comenta o caráter como que profético da letra de Caetano, que compara a situação do Haiti com a do Brasil, além de explicar dois aspectos linguísticos do poema.
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