terça-feira, 13 de abril de 2010

A agenda do esquerdismo teológico

O esquerdismo teológico tem uma agenda definida, que pode ser maior ou menor, dependendo de sua linha. Entre os itens dessa agenda esquerdista na teologia, podemos citar os seguintes: ecumenismo, cotas raciais, ordenação de homossexuais para o ministério, aceitação de praticantes do homossexualismo nas igrejas, descriminação do aborto, alinhamento com governos de esquerda, supervalorização dos pecados sociais como sendo a base do mal.
Na realidade, o esquerdismo toma conta de amplos setores sociais. Somos acostumados a vê-lo na imprensa, na política, na universidade e nos movimentos sociais, mas na Igreja o assunto não me parece muito discutido.
Citei aqui, em post recente, o caso do livro A religião mais negra do Brasil, de Marco Davi de Oliveira, que trabalha com a chamada "Teologia Negra". Em minha análise crítica, inserida neste blog, explico por que motivo se trata de um livro racista e de esquerdismo teológico.
Também neste espaço comentei, em dois posts, o Congresso Transformando a Missão, ocorrido aqui em Salvador, do qual participei como ouvinte. Sob a capa da "Teologia da Missão Integral", o que vi ali foram laivos de Marxismo, Liberalismo Teológico, Teísmo Aberto (com Ricardo Gondim) e ecumenismo.
Existem as chamadas "Teologia Feminina" e "Teologia Gay". Há crentes afirmando que o homossexualimo não é pecado, e que o que Paulo reprova em suas epístolas não é a pederastia, mas outras formas de perversão sexual.
O esquerdismo teológico pode não ser um perigo para as massas a curto prazo, porque as igrejas ainda são conservadoras em doutrinas e costumes. Todavia, os esquerdistas da teologia estão nos seminários formando pastores, e são eles que se acham no direito de representar a Igreja brasileira nos fóruns nacionais, criando alianças que, na verdade, representam apenas as ideias de pequenos grupos. Seu impacto pode ser pequeno em termos de penetração nas massas evangélicas a curto prazo, mas sua liderança já se dá entre muitos dos que pensam (que pensam).
A demitologização das Escrituras (ensino liberal) anda pari passu com o relaxamento moral e ético, pois a Bíblia passa a ser tomada simplesmente como registro de experiências religiosas do povo de Israel e dos primeiros cristãos, e serviria de modelo ético e espiritual para as gerações futuras, mas não como o corpo normativo de fé e conduta. Assim, as recomendações éticas e doutrinárias teriam que ser filtradas por um critério que não é somente de transposição cultural, solapando-se o sentido mesmo do Texto Bíblico.
Por que a Igreja Universal, por exemplo, pode ser considerada liberal, embora classificada como "neopentecostal"? É que ela toma a Bíblia como registro de experiências que podem ser reproduzidas aleatoriamente nos dias de hoje, dando-se ao Texto Bíblico interpretações anárquicas, que alcancem os objetivos pragmáticos de Edir Macedo e seus asseclas. São eles um tipo de esquerdistas teológicos, que defendem até mesmo o aborto, embora o "grosso" de sua teologia e práxis não seja sintonizada com a agenda da esquerda. É o Liberalismo à brasileira. Bultmann e Scheleimacher certamente exultariam ao ver a Universal e suas práticas absurdas.
A esquerda teológica não precisa ser a voz mais forte em nosso campo. A ortodoxia evangélica precisa se apresentar. Entretanto, parece-me que quando se fala de conservadorismo evangélico os que se apresentam são fundamentalistas, denominacionalistas e admiradores da direita cristã estadunidense. Ora, podemos fazer melhor que isso! Não precisamos ser repetidores de cartilhas direitistas, nem mesmo adotar uma escatologia do quanto pior, melhor, para que se cumpram as profecias. O que não se pode aceitar é a adesão a teses da ciência política e da sociedade pós-moderna para preencher um vácuo de pensamento evangélico. Podemos fazer uma teologia brasileira sem reinventar a roda nem deixar de lado o padrão das Escrituras.

Um comentário:

João Armando disse...

Pois é. Perdoe-me o meu calvinismo, mas o problema maior das esquerdas (cristãs ou de outras matizes) parece-me ser o fato de não acreditarem na depravação total da raça humana. O esquerdista acredita na bondade humana, enquanto que a Bíblia nos diz que o coração é desesperadamente corrupto e enganoso.Já os "direitistas" sabem melhor. Adam Smith reconhecia a maldade inerente no ser humano - mas cria que, permitindo a competição (concorrência), daí adviria o melhor para a sociedade - isto seria simplificar em extremo suas posições, mas basicamente é isso. Todos, esquerdistas ou não, se não se arrependerem, igualmente perecerão - mas prefiro a liberdade e livre mercado ocidentais do que "paraísos" tais como Cuba, Coreia do Norte e Albânia estalinista. Cruzes!



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Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.