Nesses mais de dois anos de editor deste blog, tenho recebido alguns comentários e e-mails, não muitos. Também acesso alguns blogs, onde eventualmente deixo comentários. Percebo na blogosfera cristã um problema sério: às vezes o editor de blog responde mui duramente aos comentários, não raro sem razão ou com exagero; e é necessário amar aos irmãos.
Fico pensando o que levaria um editor de blog a ser tão áspero com seus leitores. Já deparei com gente desconhecida que, ao passar à condição de moderadora de blog, se postou numa condição empedernida de quem seleciona o que vai ser publicado e o que vai ser respondido com dureza. A moderação de comentários não deve ser realizada com raiva ou vaidade. É preciso amar as pessoas. Pode ser que elas não tenham conhecimento de determinados fatos ou conceitos, mas acessaram nosso espaço e deixaram uma palavra. É claro que violações à ética e ao direito devem ser reprimidas, com a não-publicação. Mas responder asperamente quando isso não é necessário, muitas vezes com recursos à ironia, é um desserviço à blogosfera cristã.
O problema consiste em ser um tanto policial da opinião dos outros. Em blogs ditos apologéticos, nem sempre é de apologética que se trata, mas de defesa intransigente da própria denominação.
Certa vez fui duramente repreendido por um moderador por ter simplesmente feito um comentário que não se encaixava na delimitação que ele dera a um vídeo. Assistindo ao vídeo, miríades de ideias podem surgir nas mentes de dezenas ou centenas de internautas, mas o moderador queria que nos concentrássemos em determinado aspecto de seu interesse. Por mais nobre que fosse a causa por ele defendida, a delimitação do assunto era inteiramente incompatível com a natureza da internet, que reúne pessoas do mundo todo em torno de certos assuntos, textos, imagens. Coibir o livre pensamento é uma coisa policialesca, que o moderador achou ser sua função. Entendeu errado.
Temos aqui neste blog uma política de moderação de comentários. Guio-me por aquelas balizas, que estabeleci depois que uma leitora fez comentários impublicáveis sobre determinada classe de pessoas. Se publicasse seu comentário, eu poderia responder civil e penalmente por dar voz a uma atitude ilícita à luz da ordem jurídica.
Não sou menino. Não estou aqui para publicar opiniões discriminatórias nem ofensas a mim ou a quaisquer pessoas. Mas também não sou o dono da verdade, o policial da opinião alheia, o oráculo que veio à internet dizer o que as pessoas devem pensar.
Sei que a edição de blog dá direito ao moderador publicar os comentários que ele quiser. E, assim como é direito do moderador não publicar comentários meus, ou rechaçá-los com veemência, é meu direito deixar de acessar ou comentar em blogs avessos ao diálogo.
Se for para concordar com tudo o que querem ou me posicionar dessa ou daquela maneira, ninguém precisa contar comigo. Sou independente de pessoas e instituições. Só dependo de Deus. E é justamente por isso que estou aqui como blogueiro, além de ter o prazer de ser professor de Escola Dominical. Se eu não puder me expressar de acordo com as minhas convicções - sempre respeitando a ética, é claro - não posso mais escrever nem ensinar.
Portanto, em amor aos leitores e a mim mesmo, procuro ser cuidadoso com os comentários. E não vou espantar aqueles que se achegam. Todos são bem-vindos.
2 comentários:
Prezado Alex Esteves
Foi exatamente essa sua postura que fez com que eu me tornasse seguidor e leitor de seu blog.
Acredito que aqueles que apreciam a boa leiura, o livre debate (pautando-se, obviamente, por aquilo que o seu post retrata) e querem crescer intelectualmente, concordam com o que foi colocado pelo irmão.
Dia desses tive o desprazer de ter de responder de maneira um pouco ríspida a uma pessoa. Não é da minha postura esse tipo de atitude, mas infelizmente fui praticamente forçado a fazer. Quando isso é uma exceção, tudo bem, mas quando se torna regra é preciso repensar...
Um grande abraço
Muito legal Parabéns
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