sábado, 26 de janeiro de 2008

Contra o sistema de cotas para negros

Sou terminantemente contrário ao sistema de cotas para negros. Trata-se de uma "ação afirmativa", como chamam, mas que só afirma uma divisão, um apartheid que não tem nada a ver com a sociedade brasileira nem com a justiça.
Sei que existe um racismo disseminado na sociedade, o que se observa em piadas e injúrias vez por outra, estas veiculadas na TV, como uma que vi ontem mesmo, de uma senhora que foi detida em flagrante por dizer que a funcionária de uma lanchonete de shopping era incompetente por ser "preta". No entanto, o preconceito dessa senhora parte de sua ignorância, por dividir as pessoas conforme a cor da pele.
Na verdade, a cor da pele resulta dos pigmentos, e não de uma raça, pois comprovadamente não existem raças (branca, negra e amarela), e, sim, etnias. A humanidade é geneticamente igual, não existem relacionamentos que não redundem em raça humana. Todos somos iguais. A genética é a mesma.
Por isso, é absurdo alguém entrar para uma universidade com notas baixíssimas por causa da cor da pele ou porque disse que é negra. Ora, caímos em dois problemas: a) se a definição da negritude ou afro-descendência depende de critérios científicos, estamos separando as pessoas como os nazistas fizeram; b) se a definição da negritude ou afro-descendência depende do que a pessoa diz, ficamos à mercê da palavra dela e, mais do que isso, negamos que ela tenha sido objetivamente discriminada por ser negra, pois precisamos ouvir da pessoa que ela o é.
Em nossa ordem jurídica existem outras ações afirmativas, como a que reserva às mulheres uma porcentagem nas candidaturas dos partidos políticos, a que lhes dá o direito de se aposentar com menos idade e menos tempo de contribuição que os homens; a que reserva porcentagem de vagas em concursos públicos para deficientes físicos. Agora, enquanto mulher e deficiente físico são condições objetivas, porque ninguém precisa dizer que é mulher ou deficiente físico, com a etnia é diferente. Demais disto, entendo que há discriminação e desigualdade pelo simples fato de ser mulher e deficiente físico.
No caso dos afro-descendentes, muitos deles não têm chance por serem pobres, assim como muitos brancos ficam de fora do sistema de cotas, embora igualmente pobres.
Alguém dirá que existem as cotas para egressos de escolas públicas. E eu direi que a) um rico pode estudar em escola pública; b) um pobre pode estudar em escola particular ou filantrópica. Eu mesmo, filho de pai sem emprego e de mãe professora do Estado da Bahia, nunca estudei em escola pública - até a 8ª série, sempre em escola particular, e depois, quando minhas irmãs foram para a escola pública, considerada ruim, eu fui para uma escola mantida por uma fundação filantrópica, e o fiz por meio de concurso. Mesmo pobre, eu jamais entraria no sistema de cotas. Aliás, tendo a pele clara, não me dariam essa oportundiade mesmo, porque eu não iria mentir dizendo que sou negro. Hoje, graças a Deus, sou formado em Direito por uma universidade federal, sem ter gozado de cotas, que sequer existiam.
O que vejo é desigualdade social, mais do que racial. Se continuar assim, estaremos formando péssimos profissionais, porque não impulsionados pelo mérito. E as universidades terão que criar disciplinas, monitorias, aulas extras, para dar instrução colegial a quem entrou na universidade com notas baixas.
Infelizmente, essa bandeira das cotas só tem dividido os brasileiros.

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Na Segunda Vinda de Cristo.
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E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.