Assim como não existe conflito verdadeiro entre Fé e Razão, não há contradição em uma pessoa ser intelectual e ao mesmo tempo cultivar a espiritualidade cristã. Esse conflito só existe na cabeça de quem acha que a Fé e a Razão não combinam.
Na verdade, trata-se de campos distintos e paralelos, que jamais se entrecruzam. É por isso que o que a Fé explica não pode ser explicado pela Razão. E o que a Razão explica não demanda a ingerência da Fé.
Experiências carismáticas genuínas às vezes podem confundir o cristão intelectual, ante a idéia de que não têm base bíblica. O que se deve fazer, então, é analisar mais detidamente o texto bíblico, porque algumas coisas só passam a ser mais claras depois da experiência pessoal ou de outrem. Por exemplo, pessoas que não criam na atualidade do falar em línguas passaram a valorizar os textos bíblicos que se referem a isso após uma experiência própria.
Quanto aos cristãos que desprezam o estudo e o intelectualismo, eles argumentam que as coisas de Deus não podem ser compreendidas pela lógica humana - até aí tudo bem. Entretanto, acabam menosprezando critérios elementares de interpretação textual para defender doutrinas fundamentadas em meras experiências emocionais ou parcialmente espirituais.
O que se deve fazer é ter humildade diante da Escritura Sagrada, pois, embora tudo o que é necessário esteja ali registrado, nós somos limitados em nossa compreensão. O conhecimento faz mal quando não há humildade. Devemos entender que a mesma Bíblia que diz que o conhecimento incha e que o amor edifica, também diz que o conhecimento é virtude a ser buscada. Aí talvez resida o verdadeiro paradoxo: buscar conhecimento, sim, e sempre que possível, mas para sujeitá-lo ao conhecimento de Cristo!
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