A Igreja brasileira gosta de uns modismos.
Estamos na época da "determinação", das "declarações", do "decretar", do "rejeitar", do "tomar posse".
Estamos na época da "vitória".
Estamos na época em que profetizar passou a ter outro significado, como proferir palavras de bênção ao bel-prazer, para que o desejo se torne realidade.
Estamos na época dos apóstolos, profetas, missionários e bispos auto-promovidos.
Estamos na época dos chamados "atos proféticos", em que indivíduos de imaginação fértil retiram coisas do Antigo Testamento e aplicam aos dias atuais sem nenhuma fundamentação teológica.
Estamos na época do apego a símbolos de Israel.
Estamos, enfim, na época da Confissão Positiva, do Triunfalismo, da Teologia da Prosperidade.
Houve a época dos dentes de ouro aparecendo nas bocas dos crentes. Houve a época em que o negócio era simplesmente cair no chão.
Houve muitos outros modismos. A Igreja brasileira gosta deles.
A moda sempre traz algo diferente para seduzir as pessoas. Mas ela é tão efêmera quando sedutora. Do mesmo jeito que aparece, vai embora, para ceder espaço a outra novidade.
Quando lembro da expressão "ventos de doutrina" (Ef 4.14), usada por Paulo, vem à minha mente esse fenômeno da moda evangélica. O vento da moda sopra, abala fundamentos frágeis, e depois segue seu curso errante. Só que ela atinge os meninos, os infantis na Fé. Paulo deixou claro nesse mesmo texto que não devemos ser meninos, pois eles é que são "agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (idem).
Curiosamente, a experiência tem ensinado que as pessoas aprendem mais o errado do que o certo, e têm muita dificuldade em se desapegar das coisas erradas, fraudulentas, toscas. Quanto às coisas certas, idôneas, sólidas, as pessoas custam aprender.
Inspiradas pela moda doutrinária, as pessoas passam a ficar confusas, sem saber discernir entre o que é proveitoso e o que é para jogar fora.
Quanto à Palavra de Deus, ela permanece para sempre (Mc 13.31). A Palavra de Deus fornece o verdadeiro alicerce às nossas vidas, a fim de que fiquemos firmes em meio às intempéries, que certamente virão. Se nossa casa estiver bem fundamentada, como sobre a rocha, os ventos de doutrina jamais nos abalarão (ver Mt 7.24-27).
Que o SENHOR nos ajude a edificar as nossas casas sobre a rocha, e não sobre a areia.
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