A pergunta feita por Filipe ao eunuco etíope deve ser feita muitas vezes aos crentes brasileiros: você entende o que lê (At 8.30)?
Filipe não achava que o eunuco fosse analfabeto. Apenas perguntou se ele entendia o que vinha lendo. O eunuco demonstrou que não entendia, pois lhe faltava um professor ou companheiro que o ajudasse a interpretar o texto. Por isso, não sabia se o profeta Isaías falava de si mesmo ou de outra pessoa no texto que conhecemos como Is 53.7,8(ver At 8.32-34).
Por outro lado, muita gente não entende o que lê na Bíblia. Estou me referindo especialmente a evangélicos. Não creio que isso se deva somente à dificuldade das traduções, nem aos termos técnicos da Escritura, nem ao desconhecimento dos critérios de interpretação. Creio que o problema do analfabetismo funcional atrapalha a fé de muita gente, pois analfabeto funcional é justamente aquele que lê e não entende.
Certo dia assisti no Fantástico, da Rede Globo, a curiosa e triste reportagem sobre um homem na cidade de Serra-ES que se autodenominou pastor e que tomou a mulher de um de seus pobres seguidores, com base supostamente em Os 3.1 ("Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera...").
O repórter, apenas pelo simples método de interpretação textual que aprendeu na escola, utilizando o critério de interpretação literal dos mais elementares, observou que a palavra ali era "adúltera", enquanto o homem lia "adultera". Pronto, estava desfeito o fundamento da "igreja" daquele pastor autopromovido, e tudo por causa de um acento gráfico, cujo desprezo havia transformado um adjetivo num verbo, e bagunçado a vida de um casal - também é certo que nesse caso há mais do que assassínio da gramática.
Admito que esse exemplo não é dos mais adequados em termos de ilustração do que se passa nos arraiais evangélicos, porque o sujeito era auto-intitulado pastor de uma meia-dúzia de adeptos. Mas há exemplos entre nós, como o do irmão que não misturou cal na argamassa para construção do templozinho da igreja porque em Ez 22.28 está escrito que os profetas faziam reboco de cal não adubada e Deus os rejeitou! Creio que esse exemplo é bastante bizarro.
Fico pensando em como isso é grave. Muitas e muitas pessoas levam uma vida cristã à base de textos mal lidos. Será que não nos preocupamos com isso? Será que essas pessoas conseguem valorizar os bons expositores bíblicos, os homens sérios, quando deparam com eles?
Filipe não achava que o eunuco fosse analfabeto. Apenas perguntou se ele entendia o que vinha lendo. O eunuco demonstrou que não entendia, pois lhe faltava um professor ou companheiro que o ajudasse a interpretar o texto. Por isso, não sabia se o profeta Isaías falava de si mesmo ou de outra pessoa no texto que conhecemos como Is 53.7,8(ver At 8.32-34).
Por outro lado, muita gente não entende o que lê na Bíblia. Estou me referindo especialmente a evangélicos. Não creio que isso se deva somente à dificuldade das traduções, nem aos termos técnicos da Escritura, nem ao desconhecimento dos critérios de interpretação. Creio que o problema do analfabetismo funcional atrapalha a fé de muita gente, pois analfabeto funcional é justamente aquele que lê e não entende.
Certo dia assisti no Fantástico, da Rede Globo, a curiosa e triste reportagem sobre um homem na cidade de Serra-ES que se autodenominou pastor e que tomou a mulher de um de seus pobres seguidores, com base supostamente em Os 3.1 ("Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera...").
O repórter, apenas pelo simples método de interpretação textual que aprendeu na escola, utilizando o critério de interpretação literal dos mais elementares, observou que a palavra ali era "adúltera", enquanto o homem lia "adultera". Pronto, estava desfeito o fundamento da "igreja" daquele pastor autopromovido, e tudo por causa de um acento gráfico, cujo desprezo havia transformado um adjetivo num verbo, e bagunçado a vida de um casal - também é certo que nesse caso há mais do que assassínio da gramática.
Admito que esse exemplo não é dos mais adequados em termos de ilustração do que se passa nos arraiais evangélicos, porque o sujeito era auto-intitulado pastor de uma meia-dúzia de adeptos. Mas há exemplos entre nós, como o do irmão que não misturou cal na argamassa para construção do templozinho da igreja porque em Ez 22.28 está escrito que os profetas faziam reboco de cal não adubada e Deus os rejeitou! Creio que esse exemplo é bastante bizarro.
Fico pensando em como isso é grave. Muitas e muitas pessoas levam uma vida cristã à base de textos mal lidos. Será que não nos preocupamos com isso? Será que essas pessoas conseguem valorizar os bons expositores bíblicos, os homens sérios, quando deparam com eles?
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