No primeiro debate presidencial, os senadores Barack Obama e Jonh McCain deveriam falar somente de política externa e segurança nacional, mas o moderador Jim Lehrer já começou propondo o tema da grande crise financeira. De fato, não poderia ser diferente.
John McCain disse que vai cortar gastos e diminuir impostos, mas não admite reduzir gastos em defesa nacional. Defende a exploração petrolífera e a energia nuclear. Disse que vai eliminar gastos desnecessários, e que Obama, como senador, votou diversas vezes para aumentar gastos. Quer se descolar de George W. Bush.
Barack Obama disse que vai reduzir impostos para 95% dos americanos, melhorar a vida das pessoas de classe média, estabelecer um plano de saúde, adotar energias alternativas, como biocombustíveis e a energia eólica. Disse que McCain deseja se afastar de Bush, mas que o apoiou em 90% das vezes.
O moderador Jim Lehrer insistiu na pergunta de como a atual crise financeira vai afetar o futuro governo. Depois, mudando de assunto, questionou os presidenciáveis acerca das lições da Guerra do Iraque.
McCain vê o Irã como inimigo. Para ele, é preciso continuar essa política de Bush em termos de prevenção contra países que poderiam apoiar terroristas.
Tenho a impressão de que McCain, beligerante que é, atacou muito o seu oponente, fazendo com que Obama tivesse que se explicar sobre votações a favor de aumentos de gastos, por exemplo, e por não ter ido ao Iraque por 900 dias.
Parece que, embora seja considerado excelente orador, Obama se perde um pouco no debate. Ele fica se explicando, se defendendo, e, quando tenta atacar, McCain logo contra-ataca.
Não sei se foi uma gafe, mas, segurando uma caneta, McCain disse que como presidente teria essa caneta para cortar gastos, e emendou dizendo que a caneta era antiga. Ora, ele já é antigo (73 anos), e deveria passar a idéia de não continuar as políticas antigas do Bush. Entretanto, não deve achar fácil se desligar da imagem de velho, de retrato do continuismo, do conservadorismo, por mais que suas idéias muitas vezes tenham se afastado do Partido Republicano, tornando-o reconhecido por sua relativa independência.
Bom, não sou comentarista político, apenas escrevo enquanto ouço a transmissão da GloboNews, com tradução simultânea. Creio que devemos acompanhar esses passos da política americana, porque isso atinge o mundo inteiro.
Um comentário:
Olha Alex,
também assisti o debate hoje. 3 da madruga.
Vou copiar aqui um trecho da análise da BBC que gostei. Pois deixando o blablá da campanha política(pois assuntos de finanças e política externa, no fundo serão tratados pelos respectivos especialistas da área) , o que me impressionou foi o que o comentarista destacou:
"Os dois candidatos também demonstraram contrastes em relação à maneira com que trataram um ao outro e se apresentaram no palco.
Obama se referiu ao republicano pelo primeiro nome em praticamente todos os momentos, tanto para dizer: ''Eu condordo com John'', como para apontar uma suposta inverdade dita pelo rival: ''Isso não é verdade, John''.
Já McCain só se referiu ao democrata como ''senador Obama'' e, diferentemente do rival, parecia evitar olhar o opositor nos olhos.
A despeito das várias críticas lançadas contra McCain, Obama dosou a agressividade em seus ataques e, por vezes, usou um tom até afável contra o rival.
O republicano foi bem mais seco e fez questão de contrastar o seu longo histórico no Congresso com a suposta inexperiência do rival."
Temos que ser realistas Obama não se preocupa com fachadas, coisa que para uma geração ultrapassada e poderosa é o sentido da vida.
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