quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Como somos vistos pelo mundo?

Parece-me que a sociedade enxerga os evangélicos como um grupo social emergente que assume poderes cada vez maiores. Há uns 20 anos, éramos fanáticos, alienados, diferentes; hoje somos admirados e temidos, mas isso não é necessariamente bom para a Causa de Cristo.
É certo que há uma heterogeneidade absurda no meio evangélico, mas o que conta é o conceito geral que as pessoas têm de nós. Virou moda ser evangélico ou gospel. Não sei se estou enganado, mas parece existir até certo ar de superioridade no dizer "sou evangélico", quando há poucos anos era motivo de chacota ou mesmo perseguição em alguns lugares do Brasil.
Há um fenômeno religioso-social em ação: artistas em fim de carreira ressurgem das cinzas cantando músicas que "falam de Jesus". Empresários em bancarrota frequentam as sessões motivacionais da Igreja Universal, da Sara Nossa Terra, dentre outras igrejas-corporações. Políticos tornam-se evangélicos e evangélicos se tornam políticos, vendendo a alma de muitas ovelhas, quero dizer, vendendo o voto dessas ovelhas. Televangelistas conseguem madrugadas inteiras ou o horário nobre na grande TV, quando sabemos que há poucos anos esses programas se limitavam às primeiras horas das manhãs de sábado ou domingo. A que custo isso se dá? Nem me refiro aos milhões de reais...
É. Dir-se-á que nunca antes na história desse País a obra de Deus foi tão abençoada. Será?
Estamos mesmo crescendo, eventual leitor? Mas, como é que a sociedade nos enxerga?
Alguém dirá que isso não é importante, que o que interessa é o que Deus pensa de nós, que "o homem natural não compreende as coisas do Espírito"...No entanto, precisamos saber se o que as pessoas pensam de nós é fruto de preconceito ou de nossas próprias ações.
Acredito que a sociedade em geral pensa assim: os evangélicos são um povo numeroso que não venera Maria, não usa santos em suas igrejas e que gosta de comprar CD´s, livros de auto-ajuda de autores evangélicos e uma série de artigos com textos bíblicos.
Puxa vida! É isso o que eu penso também!
Ser evangélico tem sido algo confuso para mim. Eu me identifico com a fé evangélica, mas não me identifico com a prática evangélica que caracteriza a Igreja brasileira. Já consigo ter dificuldade em dizer que sou evangélico dependendo do interlocutor - não que eu tenha vergonha de Jesus! Tenho vergonha da prática dos evangélicos brasileiros que aparecem mais.
Crescendo numa igreja evangélica, e, mais do que isso, pentecostal, ouvi aquela história de separação do mundo como se tivéssemos que nos apartar das pessoas do mundo. Aprendi errado, e graças a Deus desaprendi logo.
O mundo que não deve ser amado (I Jo 2.15,16) é o sistema de valores pecaminosos que impera nos corações desprovidos de Cristo. As pessoas do mundo devem ser amadas (Jo 3.16). O mundo foi criado por Deus, e a Ele pertence (Sl 24.1). Não acredito naquele negócio de que o diabo é dono do mundo. Deus é Quem comanda todas as coisas. É que há três acepções bíblicas para a palavra "mundo": pessoas, universo e sistema pecaminoso.
Em se tratando de amor, há que existir relacionamento, amizade, respeito, tolerância, o que nada tem que ver com a pretendida aceitação da tal "diversidade sexual" como comportamento moralmente correto, nem de quaisquer outras condutas que a Bíblia reprova.
De toda maneira, meu propósito aqui é pensar sobre como o mundo nos enxerga. E sei que, via de regra, não estamos sendo "cartas abertas" nem "aroma de vida para vida", para usar alegorias do apóstolo Paulo. Na verdade, os crentes carnais e os crentes nominais estão em nosso meio, sem falar no joio, que será identificado somente naquele Dia.
Cada vez que penso em como as pessoas nos vêem, me dá um arrepio. Temos construído uma imagem tão negativa do Evangelho, tão materialista, individualista e superficial, que tenho nojo disso. É como se nossas palavras e ações no cotidiano já entrassem em campo perdendo de 5 a 0 para o estereótipo que ajudamos a costurar a nosso respeito.
Enfim, o homem médio pensará consigo: "lá vem o evangélico. Se ele me convidar para me associar à sua igreja, antes de me pedir alguma coisa já lhe perguntarei o que isso me renderá nesta vida. E sei que ele não me deixará sem resposta".

Um comentário:

Marcos de Jesus disse...

Em Alagoinhas, há um pastor pentecostal candidato a vereador pelo PC do B. Não critico o partido nem o fato de um pastor ser candidato, mas, me parece que a ideologia do PC do B não é coerente com a doutrina pentecostal e vice versa, então, como surgiu essa candidatura???



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Gostaria de estabelecer contato com você. Talvez pensemos a respeito dos mesmos assuntos, e o diálogo é sempre bem-vindo e mais que necessário. Meu e-mail é alexesteves.rocha@gmail.com. Você poderá fazer sugestões de artigos, dar idéias para o formato do blog, tecer alguma crítica ou questionamento. Fique à vontade. Embora o blog seja uma coisa pessoal por natureza, gostaria de usar este espaço para conhecer um pouco de quem está do outro lado. Um abraço.

Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.