Com "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", Glauber Rocha dizia fazer seus filmes, como Deus e o Diabo na Terra do Sol, que assisti há muitos anos. Não vou tratar de cinema, mesmo porque não entendo nada de filmes: apenas lembrei da frase do cineasta Glauber Rocha porque estou com uma idéia nessa cabecinha modesta - pegar postagens deste blog, imprimir e encadernar, como um pequeno livro.
Qual o objetivo disso? Olha, como não sou muito organizado, tenho dificuldade de escrever continuamente sobre um tema, de maneira científica, tal como se faz em pesquisas, em monografias acadêmicas. Mas sei que há algum tempo venho nutrindo o desejo de ver minhas idéias assentadas no papel. Com a ferramenta do blog, em que escrevo quase diariamente, foi possível reunir, sei lá, algumas centenas de textos sobre Igreja, textos bíblicos, críticas, teologia. Esses textos estão arquivados virtualmente, como o eventual leitor pode ver naturalmente no Arquivo do Blog (existe também o recurso de "busca").
No entanto, minha vontade de escrever um livro é tão grande que, mesmo com os textos arquivados, creio que seria útil pegar essas postagens e lançá-las num livro, ainda que para colocar numa estante de casa e dizer: ali estão meus rascunhos, um resumo do que penso. Poderia até fazer algumas cópias para pessoas determinadas, que quisessem receber essa lembrança.
Como não sou intelectual nem pesquisador, tampouco formador de opinião, considero-me tão-somente uma pessoa que gosta de se expressar em português escrito e falado. Pronto. Gosto de escrever e de manifestar opiniões, principalmente sobre os rumos da Igreja brasileira, ou sobre a interpretação de textos bíblicos, na forma de ensino.
Talvez a palavra mais acertada para isso que tento fazer seja "ensaio". Certa vez, conversando com meu professor Pr. FERNANDO GLÓRIA CAMINADA SABRA e com o colega MARCELO AZAMBUJA, concluímos que "ensaio é uma coisa que não demanda tanta pesquisa, mas que você crê que precisa ser dita". De minha parte, creio que há muita coisa a ser dita. Ainda que poucos queiram ouvir, ou ler. O que não posso é deixar de falar, nem de escrever.
Enquanto não passo à pesquisa teológica - área mais técnica, mais complexa e mais metódica -, dedico-me suavemente à arte de escrever sobre aquilo que me dá na telha. Aliás, enquanto o teclado aceitar, minhas mãos continuarão catando milho e plantando sementinhas de mostarda.
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